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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:37 pm

Sumário
Regresso 7
Reconciliação 11
O encaixe 15
O testemunho maior 19
Velocidade 23
O tempo 26
O burgo-mestre 29
Ilusão 33
O receituário 38
Reconhecer 42
Rescaldo 45
O cacoete 49
Impressão 53
Talento 58
Reincidência 62
Decisões 66
A armadilha 71
O seu poder 77
Retemperando 82
Ajuizando 86
O repolho 90
O show 94
O clandestino 98
Inversão 104
Costurando impressões 110
O aliado 114

Resgatando débitos 118
A verdadeira causa 123
A felicidade 129
O prémio 133
Comparação 138
Dramatização 142
Saudade 148
O trauma 151
O arquipélago 155
O carma 158
A constância 163
O concerto 167
O fundamental 171
O autocontrole 175
A recriminação 179
Curioso resgate 184
Diferentes paisagens 191
O taxista 194
Contracenando 198
Circunstância fatal 204
Contrariedade 208
Imaginação 211
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:41 pm

Regresso

Hoje é dia de festa. A alegria do reencontro. Quanto tempo tentando voltar à ativa! Eu me pergunto: Terei sido esquecido? Isso não me espanta, já que aí no mundo a gente se envolve com facilidade nos emaranhados problemas das ocupações rotineiras.
Não fora a vontade de encontrar de novo meus amigos a quem tanto amo, talvez eu desistisse do esforço de escrever novamente para vocês.
Contudo, estar aqui, poder sentir esse magnetismo saudoso de nosso querido pedaço de chão renova minha alegria e de pron¬to esqueço os momentos de frustração na busca de um contato di¬fícil e incerto.
Confesso até ter usado alguns ardis — ingénuos, é claro, mas de certa forma eficientes — para despertar o interesse da médium a que me concedesse um tempo em sua tão movimentada agenda.
Pudera. Quando eu estava no mundo, também me envolvia em responsabilidades e obrigações tão comuns no dia-a-dia da Ter¬ra que as pessoas também não conseguiam aproximar-se.
Afinal, estou aqui. Consegui. A verdade é que estive ausente durante algum tempo, interessado em um trabalho muito impor¬tante para mim.
Claro que eu vou contar, mas um certo "suspense" é sempre bom. Afinal, todo escritor gosta de interessar seus leitores, e o mis¬tério é ainda uma forte atração.
Penso mesmo que a vida é tão atraente porque joga com o suspense de maneira magistral, mantendo sempre acesa a chama do interesse. Talvez seja por isso que as cartomantes, os numeró-logos, os estudiosos do taro, da radiestesia, os videntes e todos os sensitivos estejam sendo tão procurados. Também, quem não tem curiosidade de saber o futuro?


I Há (is dissimulados que se dizem incrédulos ou se curiosidadem Mas mesmo esses, diante de um bom futurólogo, não resistem e acabam arriscando sua perguntinha.
A vontade de saber o que nos acontecerá amanhã se relacio¬na muito com a vontade de progredir, de crescer, de ser feliz. Os i que não desejam perguntar têm medo de receber uma notícia de¬sagradável.
Sim, porque bom é saber o que nos vai acontecer de agradá¬vel. O que é ruim ninguém gosta de enfrentar. Sempre aquela ideia de que as lutas da vida, o esforço, os obstáculos e até a dor sejam maus.
Essa crença no mal tem dificultado muito nossa felicidade.
Quando alguém tem um tumor que precisa ser estirpado, se for consultar um vidente e ele disser "pode operar que você vai ficar bom", ele se sentirá aliviado, passará pelos problemas cirúrgicos com coragem e calma. Porém, se esse alguém tem o tumor e ain¬da não sabe e o sensitivo lhe disser que ele vai adoecer, certamen¬te ficará arrasado.
Pensando bem, nós nos conhecemos tão pouco! Muitas vezes carregamos tumores e chagas na alma que impedem nossa felici¬dade. Então a vida, que é o melhor médico do mundo, providen¬cia situações, pressiona, trabalha conosco e nos submete a circuns¬tâncias que nos ajudam a estirpá-los.
Quando nós não compreendemos, nos revoltamos, acredita¬mos no mal, duvidamos da sabedoria divina. Um dia, para nosso espanto, descobrimos que tudo estava certo. Que tudo sempre es¬teve certo.
Se eu fosse um futurólogo, se guardasse comigo a possibilida¬de de ver o futuro nas cartas, nas mãos ou de qualquer forma, pro¬curaria falar só no bem.
As coisas tristes eu não diria porque afinal de contas, embora elas sejam sempre um bem, para que preocupar quem não pode compreender?
Em todo caso, se fosse comigo, se algum vidente predissesse minhas dores futuras, sabem o que eu faria? Estudaria um jeito de evitá-las.
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:43 pm

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Sabiam que nós temos esse poder? Pois é. Temos. É só querei I Porque a vida responde de acordo com o que nós irradiamos. Quen I planta colhe, diz o velho ditado.
Eu, que sou esperto e desejo aprender sem sofrer, procuraria des¬cobrir por que e como eu estava atraindo coisas tão desagradáveis em meu futuro. Então, era só mudar a atitude causadora e escolher outra melhor e pronto, meu destino seria diferente.
Eu teria não só o prazer de frustrar o vidente como também de escapar às possíveis desgraças.
Que delícia! Vocês duvidam? Parece fácil demais? Pois se en¬ganam. É muito mais fácil do que podem imaginar. Sem falar da alegria de descobrir que você pode e deve ser feliz!
Afinal, eu ainda não disse por onde andei. Eu sempre soube que a alegria era a fonte do progresso e da felicidade. Em que pe¬sem algumas recaídas que tive quando eu ainda estava no mundo, ou depois quando cheguei aqui onde vivo agora, sempre cultivei o otimismo. Já pensaram na inutilidade da depressão?
Pois é. Por causa dessa vocação obtive licença para um cur¬so de progresso espiritual, em que o aluno aprende que pode evo¬luir sem dor.
Não acreditam? Eu afirmo que é verdade. A velha fórmula terrena de evolução pela dor está mudando, graças a Deus! Sa¬bem por quê? Porque o homem já amadureceu e pode ter esse conhecimento.
Fui convidado a participar da Nova Era. Estão admirados? Eu não. Sempre fui muito pra frente.
Fiquei a mil por hora. Estive primeiro nas comunidades da Terra fazendo estágio, na índia, na Califórnia, no Himalaia, na China e até na Rússia. Depois, fui às fraternidades "New Age" do astral.
Que maravilha! Foi fantástico! Descobri que é chegada a hora de acabar para sempre com a dor, a angústia, a tristeza e ser feliz, cantar de alegria, vibrar amor sem limites, sem medos e sem ilu¬sões, perceber a vida como ela é, cheia de beleza, harmonia e Luz<
Será que vocês não gostariam de estar em meu lugar? Tenho certeza que sim.
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Estou de volta, quero escrever, contar tudo, falar das descober¬tas que fiz, das respostas que encontrei para solucionar os dilemas de meu mundo interior. Sinto-me feliz e desejo que venham co¬migo, pelos caminhos da experiência, nessa viagem iluminada pela sabedoria da vida, e possam, assim como eu, encontrar a maravi¬lha de viver cheios de felicidade e paz.
Posso contar com vocês?

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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:44 pm

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Reconciliação
Tem muita gente brigando no mundo, com as pessoas, com as coisas, consigo mesmas, insatisfeitas com a vida.
Pudera! Passando uma vista de olhos pela Terra, vendo como as coisas vão, parece até que elas têm razão.
Crueldade, dor, corrupção, além de muito famosas no Brasil, andam à solta por toda parte.
Pensando bem, olhando como as coisas estão, a miséria, a ca¬rência e até a autodestruição,chego também assentir pena do que os homens conseguiram fazer com a vida que Deus lhes deu. Du¬rante muito tempo, sentindo as agruras dos sofrimentos da maio¬ria, cheguei a acreditar que viver na Terra fosse mesmo o castigo pela perda do paraíso.
Diante das tragédias que ocorrem de forma inesperada diziman¬do milhares de pessoas, dos cataclismas, das doenças, martirizan¬do crianças indefesas, quem à primeira vista não se sentiria com di¬reito de reclamar? Quem não sonharia em transformar-se em um salvador do mundo, dando até a vida em favor dos que sofrem?
Confesso que esse pensamento me conduziu aos bancos de uma faculdade de medicina. Todavia, andávamos pelo mundo olhando sem ver, ouvindo sem ouvir, bloqueados pelo intelectua¬lismo criativo nem sempre experienciado, dominados pela mente social, cheios de regras, repressões, convenções e tabelas, como se fôssemos uma multidão de bonecos, robôs sem vontade ou discer¬nimento, programados pela cultura cega que vaidosamente ajuda¬mos a estabelecer em séculos e séculos de reencarnações sucessivas.
Quanta ilusão! Quanta inutilidade! É verdade que grande par¬te dessas ideias e dessa cultura tem tido a virtude de ocupar nossas mentes para evitar que, despreparados e ignorantes, tornássemos o mundo e a sociedade ainda piores.
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Quando me recordo das coisas inúteis e absolutamente dispen¬sáveis que fui forçado a estudar na escola, as quais jamais utilizei, percebo quanto tempo perdido!
Por outro lado, hoje, de posse de outro ponto de vista, me per¬gunto: naqueles tempos eu poderia ter tido instruções diferentes, mais condizentes com a realidade? Claro que não.
Acreditar que algo possa ter acontecido de maneira errada não seria criticar a vida e reclamar de Deus?
Em outros tempos eu enveredaria facilmente por esse caminho, porém agora, não. Tenho conhecimento de uma lei básica: a vida age sempre certo e para o melhor...
Como eu sei disso? Porque tenho estudado. Não da forma como estudei nas escolas do mundo, mas aqui, nesta dimensão onde eu vivo e onde a aprendizagem é realizada através da vivência.
Vocês vão alegar que aí na Terra o que conta mesmo é aquilo que experimentamos, e com isso eu concordo, mas é que aqui se pode amadurecer mais depressa.
Está claro que depende de cada um, do desejo de crescer, da coragem de mudar. Na Terra, o processo é muito lento e, às vezes, chega ao ponto de quase parar por causa dos bloqueios que aceita¬mos, das ideias em que acreditamos.
Você acha que não? Nunca se perguntou de onde veio aque¬la crença de que você não tem boa memória ou não tem capacida¬de para fazer aquele curso que seu amigo fez, ou ainda que seu des¬tino é sofrer nesse mundo porque a Terra é um "vale de lágrimas"?
Quantas "ideias" como essas inibem seu dia-a-dia colocando empecilhos em seu progresso, impedindo sua felicidade?
Você ainda pensa que a felicidade não é deste mundo? E ao invés de deixar de lado as ilusões dos padrões sociais do compor¬tamento e voltar-se para o que sua alma quer e seu espírito anseia, aceita a dor e o sofrimento como condições indispensáveis à con¬quista da maturidade?
Na verdade, pensando assim, você está atraindo tudo isso para sua vida, porque o que você irradia recebe das energias do universo!!'. isso, realmente, o sofrimento e a dor aparecerão em seucaminho inapelavelmente. Sabe por quê? Porque quem planta colhe,
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:45 pm

c fatal. Como eu sei disso? Porque há muito desconfiei que havia algo errado na forma como eu olhava o mundo.
Se a vida age sempre certo e para melhor, por que pessoas bondosas, cheias de caridade com os outros, acabavam sofrendo? O que estava errado? Queixar eu não me queixava mais, como quando eu estava no mundo.
Percebi nitidamente que se tudo no universo é harmonia e es¬tava sempre certo, eu é que estava sendo incapaz de compreender a verdade.
Confesso que isso me deixou um tanto preocupado. Afinal, sem¬pre me julguei apto a ver as coisas com uma perspicácia que ago¬ra eu chamaria até de sexto sentido. Raciocínio rápido, ágil, pene¬trante, sempre tive.
Tempos atrás, na curiosidade sempre presente em mim, talvez eu indagasse de meus amigos mestres, mas agora, mais habituado no trato com eles, notei que, quando a gente está maduro para en¬xergar, tudo vem até nós de maneira clara e maravilhosa.
Sabem o que descobri? Que a fonte do saber, a essência da vida, está dentro de nós, que Deus fala através dela e não só nos ajuda a perceber o que precisamos como supre nossas necessidades.
Assim, comecei a descobrir uma verdade muito maior. Uma força interior que nos guia e orienta. E sabem o que ela me mos¬trou? Que estava na hora de eu perceber a verdade. Que eu já es¬tava maduro bastante para enxergar e aprender as leis imutáveis que funcionam no universo!
Que beleza! Pensei ser um cidadão da Terra e descobri que sou um ser cósmico, mil vezes mais perfeito do que eu pensava.
Acham que a vaidade deu voltas à minha cabeça? Enganam-se. Porque vocês também são como eu, sem tirar nem pôr.
Aí, voltando à Terra, de posse de novos conhecimentos, final¬mente entendi a causa de tantos problemas complicados e por que as coisas não vão melhor.
É que vocês ainda acreditam nos velhos padrões, nas ideias re-ligiosas e repressoras que durante séculos grassaram no mundo. Acreditam em papéis convencionais e sobretudo que para con-qulstar o progresso e a felicidade é preciso sofrer.
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I que isso é mentira! Uma deslavada mentira que tinha me aprisionado durante séculos. Estou sendo duro? Pode ser. Mas vendo como a maioria das pessoas agem no dia-a-dia, não é de se admirari que as coisas andem tão mal.
Agora que sei, que sinto e percebo que a felicidade é possível a todos nós desde agora, que é preciso banir o medo e ter a cora' gem de olhar para dentro de nós mesmos e deixar nossa alma ex-pandir-se, que nossa essência interior é divina (até o Cristo já dis¬se isso, para quem tivesse ouvidos de ouvir e olhos de ver) — tudo ficou mais claro.
Sabem o que eu penso? Que nós não tínhamos maturidade ainda, mas é chegada a hora de o homem aprender que pode evo-luir sem sofrer. Que pode ser feliz porque é a alegria e a felicidade nosso destino, seja qual for nosso caminho.
Pensam que estou sendo otimista? Por que não haveria de ser? Pensar de forma diferente seria ignorar a bondade de Deus. Ele não fez tudo certo?
Estou contente por estar de volta e poder falar o que tenho vis-to e aprendido. Conhecendo como eu sou, com tantas novidades transformando o mundo, acham que eu não encontraria uma ma¬neira de participar?

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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:45 pm

O encaixe
Certas pessoas parecem ser feitas sob medida para determina¬das situações. Existem coisas, as mais inusitadas, que só acontecem para elas e de tal sorte que diante dos fatos nós ficamos mudos sem saber o que dizer. São os dramas do cotidiano. Você ainda acredi¬ta neles? Pois é, essa é a melhor forma de atraí-los para você.
Parece-me ouvir sua alegação de que cada um tem seu pró¬prio destino e só vai passar pelos fatos que estavam previamen¬te determinados.
Para ser sincero, essa é a lógica que todos nós trazemos de uma interpretação parcial dos efeitos desastrosos e doloridos das expe¬riências do dia-a-dia.
De uma certa forma, achar que tudo estava escrito no livro da vida nos isenta da responsabilidade de admitirmos que a culpa é nossa. Mesmo nos colocando no lugar de pecadores impenitentes e ignorantes, é-nos até agradável a postura de "vítima" inexorável de um destino determinado, mesmo quando chegamos a admitir uma pretensa escolha em vidas passadas: "Tenho que sofrer para res¬gatar meus erros passados", "Estou colhendo o que plantei e só me resta aceitar as consequências de meu erro".
Que beleza! Uma alma nobre aceitando sua pequenez e dizen-do-se incapaz, permanecendo passiva e tristemente à espera do momento em que será "salva" e possa ser feliz de novo...
Pensando bem, você acredita mesmo nisso? Você que está so¬frendo a pressão da dor, da doença, da frustração, da miséria, da so¬lidão, da depressão, da carência, pensa mesmo que só resta aceitar e esperar passivamente que seu carma acabe e num passe de mági¬ca tudo se transforme?
Em que pese todo o respeito que sinto por sua dor e por sua privacidade, seu direito de escolher seu próprio caminho, sinto
15

que talvez tenha chegado sua hora de compreender o quanto esse pensamento está longe da grandeza da ação divina.
Acreditar que Deus seja um credor tão exigente que queira de nós o pagamento de enganos cometidos na experimentação e no desenvolvimento de nossas almas seria o mesmo que punirmos as crianças por não terem maturidade para agir como um adulto. Não seria além de crueldade uma loucura? Mesmo os pais da Terra não desejam agir assim com os filhos. Acreditar nisso não seria dimi¬nuir a ação de Deus?
Quando estamos na Terra, mergulhamos no magnetismo ab¬sorvente do mundo, nos fechamos para as grandezas do universo, a profunda harmonia do cosmos, as maravilhas da criação. Con¬fesso que eu também já fui assim. Contudo, agora, percebendo a energia vibrando em tudo, a perfeição das coisas, a beleza de um corpo humano visto no plano energético, iluminado, pulsando harmoniosamente, alimentado pelo sopro da vida, posso garantir que Deus é muito mais.
Dá para perceber, no movimento contínuo e natural de tudo, que ser passivo, parar, esperar que tudo passe, conduz o ser a uma inconsciência negativa que canaliza mais sofrimento, mais dor, para que chegando ao limite de sua resistência se resolva a sair da inércia e reagir.
Sabem o que descobri? Que muitos momentos ruins de minha vida não estavam programados a não ser por mim mesmo, com minhas fantasias, meus medos.
Duvidam? Pois eu posso provar.
Observe as pessoas que você conhece e perceberá que os so¬frimentos de cada uma delas se encaixam perfeitamente com suas ideias e atitudes.
Em política costuma-se dizer que cada povo tem o governo que merece. E em experiência de vida, cada um tem aquilo em que acre¬dita. A crença, a fé, tem o poder de materializar a energia, de criar.
È nesse aspecto que não posso concordar com a ideia de que Bi imos vítimas do destino e sofredores impenitentes. Sabem de umacoisa? Jesus disse a verdade: nós somos deuses e o que ele fezpodemos fazer. E lei da natureza e nós realmente fazemos.
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:47 pm

Os pensamentos em que acreditamos se materializam em nos¬sas vidas pelo poder divino que vive em nós. Pena que muitos ain¬da prefiram acreditar mais na dor, no sofrimento, na tristeza, na ca¬rência, na própria incapacidade.
É por isso que há tanto sofrimento e tanta dor materializan-do-se na Terra. Coisas do pensamento humano.
Aí você vai dizer que só deseja ser feliz, que eu estou errado. Será mesmo? Já se deu conta das frases aparentemente sem impor¬tância que você costuma dizer, como: "Isso não vai dar certo", "Fi¬quei com medo de rir porque logo vem uma tristeza"," Estou fican¬do velho" ou ainda "Isto não é para mim", "Não há ninguém ho¬nesto neste mundo", "O mundo é dos espertos".
Eu poderia citar milhares delas, mostrando o negativismo do pensamento humano. E aí vocês vão dizer que a vida é "dura rea¬lidade" e eu afirmo que em tudo isso há uma grande, uma imensa inversão de valores.
A vida é luz, alegria, beleza, força, abundância, bem-estar, har¬monia. Essa é a realidade, porque o resto — a dor, a dureza da luta, o sofrimento — isso sim é que é ilusão. Uma ilusão antiga e per¬versa em que o homem botou fé e anda até hoje no mundo, estra¬çalhando corações, dificultando a felicidade.
E é por isso que cada um tem sua dor e seu sofrimento parti¬cular, especial, já que as pessoas são diferentes e caprichosas.
Observando o sofrimento calamitoso de alguns, podemos tam¬bém perceber a criatividade de sua fantasia, gerando situações com¬plexas e inusitadas que, por mais tristes que sejam, nenhum emis¬sário do cosmos conseguirá modificar.
Destino? Talvez. Mas não como você pensava. Porque assim como quem sofre criou a situação difícil com sua força mental, ele poderá sair dela quando quiser.
Acham que estou sendo otimista? Afirmo que é verdade. Nada mais fácil do que acabar com o triste destino e mudar sua vida. O poder está em suas mãos. É todo seu!
Como?! Chegar no plano astral, depois de alguns anos de so¬frimento duro na Terra, tendo fechado com chave de ouro a en¬carnação, com uma agonia lenta, uma doença caprichada, e não
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E não desfrutar o paraíso
Suportar tudo sen reagir não vai dar a felicidade que você tanto quer.Sinto dizer que não.
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:47 pm

O sofrimento

duro provoca impressões tão pesadas no corpo . ilquena maioria dos casos essa pessoa vai precisar ficar em tratamento nos hospitais aqui largo tempo para apagá-las. Quantomais ela procurar mudar seu pensamento, aprendendo a enxergar a verdade, mais rápido vai se recuperar.
Estão decepcionados? É bom que seja agora, enquanto vocês podem m optar pela alegria e despojar-se do pessimismo. Assim, quan¬do chegarem aqui não sofrerão nenhuma desilusão. Além de ha¬verem modificado seu destino para melhor, desfrutarão desde já uma vida mais feliz.
O sofrimento acabou! Descobrir que você foi criado para a fe¬licidade, que esse sim é seu destino de sempre em toda a eternida¬de, não é maravilhoso?
Hoje, sinto-me muito feliz. Afinal posso falar isso tudo e eu sei que se você experimentar vai acreditar.
É uma delícia viver, amar, cantar, dançar, ser feliz! Não pen¬sam como eu?
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:48 pm

O testemunho maior
Há quem diga que a vida seja um amontoado de lutas, onde para ganhar nós teremos que suar a camisa.
Reconheço que momentos existem em que ela nos solicita um esforço maior, uma certa garra e, por que não dizer, um certo jogo de cintura.
E dentro desse contexto, ninguém escapa. Até os mais acomo¬dados, empurrados pela necessidade ou pela dor, agilizam sua apren¬dizagem em busca do equilíbrio.
Apesar disso, há que reconhecer que, fora esses momentos, vivenciamos anos de relativa calma, que só não são mais felizes de¬vido a nossa falta de compreensão.
É incrível como somos cegos quando vivemos na Terra! Pas¬samos a vida como sonâmbulos, semiconscientes, distantes da rea¬lidade, sem noção de nosso potencial nem da importância da vida.
Quando penso nisso, imagino, por exemplo, o homem na Ter¬ra mil anos atrás, sem usufruir o conforto do progresso tecnológi¬co, lutando contra as intempéries, agredindo pensando defender-se e atraindo para si a agressividade em todas as formas, reduzindo o tempo da encarnação drasticamente, com pequeno aproveitamen¬to e muita dor.
Quanto sofrimento! E pensar que naqueles tempos o planeta já possuía tudo que possui hoje em recursos naturais. Que havia den¬tro da natureza tudo para suprir e melhorar a qualidade de vida do homem! O único obstáculo era a ignorância. Por não saber, nós mui¬tas vezes acreditamos que não existe nada além do que já estamos conscientes.
Ainda mais agora, quando nos orgulhamos de nossos conhecimentos científicos, julgamos estar de posse da realidade. muito seguros, nos agarramos às teorias, que nem sempre são reais.».
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verdadeiras, mas distorcidas, parciais, e delas não queremos abrir mão, mesmo quando os fatos nos provam que há algo mais.
0 que fazer? Buscar novas ideias se nos afigura perigoso. Ino¬
var é arriscar e prescindir da aprovação da maioria, é ter a cora¬
gem de mudar, de ver além. É usar a própria força interior, abrir
os potenciais da alma em busca de uma realidade mais objetiva
e mais forte que poderá trazer novas perspectivas de felicidade e
de progresso.
Nós estamos amadurecendo e nossa maturidade não nos dei¬xa mais aceitar velhos padrões de comportamento e de valores, que agora devem ser modificados.
Assim como o homem de mil anos atrás não via as riquezas e as possibilidades de nosso mundo, quantas coisas ainda haverá que nós, almas em pleno século vinte, com um pé no terceiro milénio, ainda não descobrimos? Podem imaginar? Podemos perceber o quanto ainda ignoramos sobre a vida e os benefícios que podere¬mos conquistar de posse dessa realidade?
É por isso que eu me empolgo! Que beleza! Porque pensando no quanto o homem evoluiu, quantas facilidades e bens conquis¬tou, dá para sentir que no futuro, quando aprendermos a viver melhor, de forma adequada, não haverá nenhum sofrimento, ne¬nhuma dor.
Reencarnar na Terra não será para nós tão assustador como ago¬ra e, quem sabe, até lá, em certos casos, se fizermos jus, poderemos não esquecer o passado mesmo estando encarnados.
Confesso a vocês que um dos pontos que me angustia um pou¬co quando penso em reencarnar é a condição deesquecimento do passado. Muitas vezes isso não me parece justo, apesarde ouvir de pessoasmais avalizadass do que eu mesmo as vantagens des-sa condição.
1 pensando sobre o assunto, eu até acredito que nós só não nos
lembramos das vidas passadas porque nos impressionamos muito
( com experiências negativas e desagradáveis que vivemos.
acho mesmo que é por causa de nossa teimosia em guardarrancor de nosso orgulho ferrenho que sempre exagera as ofen¬sas sofridas, de nossa falta de amor que nos faz agir qual crianças
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:49 pm

caprichosas e birrentas, que não podemos conviver com nossos desafetos de outros tempos sem que a vida jogue um véu em nos¬sas lembranças.
Se nós já fôssemos maduros para entender que tudo quanto nos acontece de desagradável fomos nós que atraímos com nossa for¬ma de pensar, com nossas atitudes, que os outros são tão inseguros quanto nós mesmos, que procuram sempre fazer o que lhes parece o melhor na defesa de seus interesses, que os enganos de parte a par¬te a vida se encarregará de mostrar, tudo seria diferente.
Se você for mais longe e perceber que todos somos parte da natureza e portanto Deus está em nós mas também está neles, todo rancor, toda mágoa se dissipará.
E aí eu imagino o que poderá acontecer. Reencarnar sem pre¬cisar esquecer. Não lhe parece vantajoso? A mim, sim. Nascer de bem com a vida, recordando experiências anteriores, sem neces¬sidade da recapitulação, ganharíamos tempo. Como acreditaría¬mos só no bem e todos os nossos pensamentos seriam positivos, irradiaríamos energias boas, nossas vidas seriam harmonizadas e felizes. Saúde excelente, aproveitamento espetacular! Felicidade real e absoluta.
Estão duvidando? Pensando nos "percalços da vida na Ter¬ra?", na agressividade alheia, na crueldade, na desonestidade? Po¬dem estar seguros de que cada um só recebe de acordo com o que irradia. Se você irradiar só o bem, ninguém no mundo conseguirá molestá-lo.
Depois, quando o homem conquistar essa maturidade, essas coi¬sas serão banidas para sempre.
Quem hoje gostaria de morar em uma caverna com tantas ca¬sas aconchegantes e belas à disposição?
Pois é, no futuro será a mesma coisa. A felicidade contagia. As¬sim que alguns descobrirem certas leis naturais da vida, e eu afir¬mo que isso já vem acontecendo, e, vivenciando-as tornarem-se felizes, cheios de saúde, prosperidade, amor, quem não vai procurar seguir-lhes os exemplos?
Há dentro de nossa alma um grande desejo de ser feliz. Posso até dizer que descobri um pouco desse segredo.
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por isso que estou protelando minha reencarnação? Por certo. Não estou dizendo
a saudade da Terra não me castigue de vez em quando.
se eu puder demorar por aqui um pouco mais, aprender,
as múltiplas facetas da vida e voltar mais amadurecido, consciente preparado, sem medo, juro que farei.
Afinal, a aventura da Terra continua sendo fascinante. Não pensam como eu?
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:50 pm

Velocidade
Na era dos jatos, dos supersônicos e até da energia cósmica, nosso entendimento às vezes não consegue acompanhar a rapidez das descobertas e o andamentos dos fatos.
Como se possuíssemos um redutor de velocidade em nossas mentes a nos defender dos perigos a que nos expomos quando não temos conhecimento de alguma coisa. É preciso esmiuçar bem. pesarmos os prós e os contras, deliberar para fazer o que nos pare¬ça menos arriscado.
No entanto, parece que a vida estugou o passo e não está dis¬posta a esperar por nossa lentidão mental. E nos coloca diante dos fatos: ou aprendemos a viver dentro desse processo vertiginoso e nos adaptamos ou corremos o risco de perder as oportunidades de progresso que ele nos oferece, permanecendo por mais tempo no mesmo lugar e ainda correndo o risco de sermos "despachados" para outro plano mais em acordo com nosso lento processo de aprendizagem.
Vocês não acreditam nessa possibilidade? Pois eu afirmo que ela existe e já ronda concretamente nossa resistência contumaz em caminhar para a frente.
Você acha que não é uma pessoa resistente? Pensa que tem se esforçado para melhorar sua aprendizagem e até já se considera uma pessoa com muito boa vontade?
Pode até ser verdade. Quanto a isso não me atrevo a julgar (pelo menos me esforço para isso). Mas se o que você pensa é ver¬dadeiro, por que tem demorado tanto para encontrar a felicidade e o sucesso?
É fora de dúvida que esse tem sido o objetivo de todos nós, e depois de séculos de discussão entre ciência, religião e até políti¬ca, a humanidade já se tornou ciente de que a conquista da sabe-
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sabedoria
Santidade,, isto é, o progresso do espírito, a levará inevi¬tavelmente à conquista do paraíso.
Embora já se saiba que o paraíso é um estado de alma, pelo que tenho visto no quadro social do mundo falta muito para chegar¬mos a ele. Não que seja difícil ou nos faltem oportunidades. Ao con¬trário, tudo no universo nos empurra para isso, mas nós, já que nos foi dada a chance de participar e escolher, teimosamente nos agar¬ramos a pequenas coisas e bloqueamos nosso desenvolvimento.
Acham que estou sendo duro? A que atribuir o caos que vai pelo mundo senão a isso? Como, observando a incrível criativida¬de negativa do ser humano, podemos pensar de outra forma?
Ainda que alguns tentem com açodada coragem enveredar pe¬los caminhos da auto-análise e busquem compreender os mecanis¬mos cíclicos da vida, esbarram na teimosia crassa dos que desejam agarrar-se o quanto puderem nas ilusórias fantasias de sua mente.
Contudo, o tempo urge. Não pára e cobra incessantemente a ação agora, de forma acelerada, como a apurar séculos de experiên¬cia numa súmula útil e ativa, reformulada incessantemente na for¬ja dura porém regeneradora da vivência.
E verdade. Ou você procura compreender o que você sente, deseja e pode fazer ou não conseguirá manter-se nesse passo onde a maturação é comprovada, e será forçado a deixar essa Terra por largo tempo, indo chorar suas dúvidas ou temores nos ermos e pri¬mitivos prados de outro plano.
Acham que estou exagerando? Que ainda tem tempo de so¬bra para resolver suas dúvidas e estudar um pouco mais as coisas?
Cuidado! Se eu pudesse dar um palpite, arriscaria dizer que não é hora de brincar com esse assunto.
Como a criança no colégio que se recusa a estudar e o profes¬sor desgostoso decide tomar medidas mais duras, assim eu me sin¬to agora quando de posse de alguns conhecimentos, privilégio de meu atual estado, volto a falar com vocês, desejando com toda a força de meu coração encontrar entendimento
dentro do que tenho observado, posso afirmar que nada faltapara darmos o salto maravilhoso do progresso. E só jogar fora ve¬lhas Ideias que nunca deram certo e abrir o ser para aceitar as mu-
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:50 pm

danças naturais e verdadeiras que estão ocorrendo agora em seu mun do interior.
Aceitação não acontece com o intelecto mas com o senti¬mento. O que é preciso é abandonar sem reservas os preconceitos, as aparências, os papéis sociais e dar espaço para sua alma se ma¬nifestar. Isso fará você desabrochar em espiritualidade, alegria, luz, bondade, amor.
Você ainda não se julga capaz desses sentimentos? Pois eu afir¬mo que isso não é verdade. Você tem todos eles dentro de si, fa¬zem parte de sua essência, eles são você.
Negando-os, agarrando-se aos velhos padrões sociais e reli¬giosos do passado, onde você se julgava inferior e mau, não se co¬locando na condição de espírito criado à semelhança de Deus, você não mudará sua verdadeira natureza. Nessa fantasia, apenas bloqueará seu desenvolvimento; e nessa resistência à sua luz inte¬rior, só retardará sua felicidade, permanecendo mais tempo nos so¬frimentos que tem criado.
Acham que estou sendo fantasioso? Enganam-se. Nunca fui tão real no que afirmo. E digo mais: se você se observar, sair dos velhos papéis a que se habituou, fará uma incrível descoberta: você não é fundamentalmente mau como supunha. Você é bom, amá¬vel, alegre e fraterno. Experimentará, sentirá todos esses sentimen¬tos e as emoções serão tão agradáveis que jamais desejará voltar ao padrão antigo.
E aí você sentirá dentro do peito um calor delicioso, um sen¬timento profundo e belo que lhe dará vontade de abraçar tudo e todos. Como por encanto, observará o verde das plantas, o azul do céu, o sorriso das pessoas, o perfume das flores e sentirá a harmo¬nia do universo refletida em seu mundo interior!
Não tenha medo, venha comigo. Você é um cidadão do uni¬verso, cheio de luz e poder para escolher seu próprio destino e tor-nar-se consciente de que tudo é proteção divina programada para o bem na qual você poderá ser você mesmo e se soltar.
Já pensou que segurança? Não é uma maravilha?
Está na hora de enxergar e experimentar.
Não concorda comigo?
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Nas artimanhas do tempo se esconde uma grande lição.
Como?, perguntarão alguns, procurando descobrir por quê. Se o tempo simplesmente é, passa com regularidade e nada faz senão esperar por nossas atitudes, como ele esconde alguma coisa? Se so¬mos nós que fazemos tudo, se com nossos pensamentos e crenças criamos nosso destino, o que teria ele de especial, a não ser o fato de esperar indiferente que nos tornemos maduros?
A primeira vista parece isso mesmo, mas observando melhor chegamos à conclusão de que ele tem "algo mais". Algo imponde¬rável que o torna coadjuvante essencial do progresso de todas as coisas, participante direto dos eventos, executor indispensável à di¬nâmica do universo.
Ele equilibra e define o movimento de todas as coisas e dá um ritmo aos ciclos da natureza. Imutável, imponderável, jamais pára ou modifica seu pulsar e tudo no mundo e até o cosmos se perce¬be através dele.
Já pensaram como ele é formidável? Indestrutível, forte, ma¬jestoso, chega a ser a própria sabedoria de Deus. Não se comove com as fraquezas humanas nem com a ignorância letrada ou não que grassa no mundo. Vai naturalmente cumprindo sua função e com ele as transformações se sucedem e gradativamente tudo se mo¬difica e, é claro, para melhor.
Assim, vamos aprendendo à nossa própria custa o quanto dói não fazermos as coisas de maneira adequada. Se nós pudéssemos controlar o tempo a nosso bel-prazer, até que seria muito bom.
E claro que, quando estivéssemos em alguma atividade agra-dáveli poderíamos alterar seu ritmo para que ele parasse ou andas¬se bem devagar. Já na hora da dificuldade, da dor e da tristeza, era só acelerar para que ele corresse rapidinho e logo tudo terminasse.
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Ah! Seria muito bom para nós! Porém como cada pessoa vive diferentes momentos em sua vida, em pouco tempo o descompas¬so seria tal que a confusão e o caos acabariam criando um mal maior.
É... Por mais que eu procure descobrir novas formas, acabo sem¬pre na confortadora constatação de que tudo está certo como está.
Ainda assim, dá para perceber que o tempo, apesar do ar de superioridade e de indiferença que o torna inatingível e imparcial, guarda em suas profundezas lições especiais.
O que o faz manter essa segurança? O que o faz continuar, aconteça o que acontecer, serena e ininterruptamente? E a certe¬za de que só existe o bem. Que Deus dirige o universo e só existe de verdadeiro o que ele quer e determina.
E saber que tudo que acontece tem por finalidade sempre o bem. Ele não pára para discutir, para argumentar, para explicar ou ten¬tar convencer. Ele "sabe" que chegará a hora de cada um entender e conduzir seu próprio destino de forma melhor. É essa certeza que lhe dá essa inefável serenidade que nossas lágrimas não conseguem modificar.
Ele simplesmente sabe que tudo precisa de espaço para mani-festar-se. Assim como a cozinheira sabe que para fazer um bolo não é só bater a massa mas também levá-la ao forno e esperar para assar. O médico sabe que depois de dar o medicamento ao doente é preciso esperar para obter efeito.
Essa é uma das artimanhas do tempo que nós não queremos observar. Queremos tudo de nosso jeito, sem dar o devido espaço a cada coisa, da maneira adequada. Não esperamos o bolo assar.
Aí eu pergunto: você tem se dado espaço para amadurecer? De¬pois de ler um livro interessante, aprender novas ideias, ouvir uma palestra que o tocou e acendeu em você o desejo de mudar, tem sido paciente o bastante, persistente e seguro? Deu espaço, concedeu a si mesmo algum tempo para conseguir seu objetivo, ou simplesmen¬te acreditou que já havia conseguido o que pretendia e depois de algum tempo descobriu, desconsolado e triste, que tudo estava como antes?
É, isso é triste. É triste porque, depois de um fracasso, raros são aqueles que pretendem recomeçar. Quase sempre ensaiam descul-
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pas, consideram impossível e voltam aos antigos hábitos, e, o que é pior, sem novos objetivos.
A acomodação é considerada inércia pela vida, e como tudo se movimenta na natureza, a inércia é sempre um ponto de atra-ção para o movimento. Nada pode parar no universo. Agarrar-se a coisas ou ideias é ilusão que sempre atrai o sofrimento saneador e restaurador da realidade.
Vocês acham que estou sendo rude? Estou sendo verdadeiro. Gostaria de banir da face da Terra todo sofrimento, e incomoda ob¬servar que ele só existe porque os homens ainda o valorizam. Que ele só aparece quando se acredita nele ou quando se foge à reali¬dade procurando esconder o medo de viver! E a falta de confian¬ça de que Deus é capaz de equilibrar o universo e manter o sopro da vida, de cuidar bem de você e de seu destino.
Sim, medo de viver é falta de fé, é negação da força divina!
Acham que estou sendo exagerado? Ao contrário, estou sen¬do ponderado, sincero. Afinal, depois de vivermos tantas encar¬nações, tantas vidas na Terra, termos vivenciado tantas experiên¬cias, não acham que estamos prontos para saber a verdade?
Confesso que apesar de ter aprendido várias coisas, ainda pre¬ciso de tempo para assimilar outras, mas uma coisa eu garanto: não vou desistir. Isso não. Os erros não me deprimem, não mesmo. Se eu não errar, como poderei aprender?
Apesar de a vaidade protestar, eu não ligo e sei que cada erro me aproxima mais da verdade. Cada vez que eu aprendo como eu não deveria ter agido, estou mais perto de saber como teria sido mais adequado fazer. E agir de forma adequada traz maturidade, harmo¬nia, conhecimento, felicidade. Acham que sabendo disso eu não iria tentar?
Afinal, não há ninguém me cobrando, a não ser eu mesmo.nofundo no fundo, tenho um desejo grande de ser valorizado e fe¬liz, Vocês não pensam como eu?
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:51 pm

O burgo-mestre
Burgo-mestre era o nome que em meu tempo de criança dá¬vamos ao diretor de nossa escola, em alusão a suas funções de juiz, decidindo sobre todas as nossas pendências.
Sua figura, misto de pai austero e educador, disciplinando, premiando, castigando, tão conhecida antigamente, hoje ninguém mais sabe qual é, muito embora alguns deles ainda circulem por aí nas escolas do mundo.
Também, pudera, as coisas mudaram tanto, os valores foram tão alterados que eles quase perderam a função. Quem os levaria a sério hoje em dia? Quem lhes daria atenção? Neste caos em que se transformou a organização hierárquica do mundo, quem acata¬ria a ordem de alguém que impusesse obrigações e deveres, ainda que em benefício geral?
Pois é. A coisa está tão confusa que mesmo aqueles que pre¬tendem pacificamente conviver com a ordem estabelecida e não tumultuam a sociedade não encontram parâmetros para se nortear.
Qual é a causa? Para romper velhos e obsoletos padrões de comportamento será preciso derrubar tudo, quebrar o que vier pela frente para depois recomeçar? As mudanças terão mesmo que fa¬zer espaço arrebentando tudo sem que haja outros meios menos agres¬sivos para se manifestar?
Tenho pensado muito nesse assunto porque visitando outros grupos sociais fora da Terra percebi que tudo poderia ser diferente.
Nós não temos necessariamente que passar por tantas expe¬riências traumatizantes. Vocês duvidam? Acreditam que o proces¬so de evolução só se dá através de muito sofrimento? Pois eu pos¬so agora, gostosamente, dizer que não.
É claro que a dor, a luta, a dificuldade, a carência são excelen¬tes meios de aprendizagem e que têm eficiência comprovada. Mas
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Deusgeneroso como é, tão criativo e tão nobre, nãotenha criado também outros meios? Algo mais agradável, mais fácil e até mais animador?
Claro que sim. E é claro também que muitos já descobriram esses meios e por essa razão vivem melhor aprendendo a desenvol¬ver seus potenciais sem dor.
Sem errar, não. Já o erro faz parte da descoberta de como as coisas são. Não há como chegar à verdade sem passar por várias eta-pas de enganos, porque, além de descobrir como as coisas são, pre-cisamos saber como elas não são. A soma dos dois lados nos dá a dimensão da realidade.
E aí você vai dizer, satisfeito por me "pegar" em erro:
— E errar não traz sofrimento? Não há uma resposta ruim da vida para nos advertir do erro? Não há punição para quem erra?
Eu respondo: não. Não há punição. No universo não existe pu¬nição. O castigo é coisa do velho burgo-mestre tentando manter uma disciplina na qual ninguém acreditou porque sempre, em to¬dos os lugares do mundo, os alunos conseguiram burlar.
O velho "bicho-papão" que atemorizava os moleques endia¬brados de antigamente, ameaçando-os com uma palmatória, dei¬xou de assustar há muito tempo, o que prova que o castigo não con¬serta ninguém.
Sabendo disso, vocês não acham que Deus jamais iria nesse en¬godo? Pois é. Ele dispõe de outros meios mais agradáveis. O que atra¬palha é que nós, que ainda somos megalomaníacos, que gostamos de parecer melhores do que somos, não nos conformamos em re¬conhecer que errar é natural para aprender e exigimos de nós ati¬tudes impossíveis.
Queremos ser infalíveis! E nos vigiamos implacavelmente, não nos permitindo nenhum deslize. Aí pagamos caro nossa fan¬tasia. Quando nos enganamos, queremos nos castigar, como se essa punição pudesse "limpar" o crime de não haver acertado e, assim, provar a nós e aos outros que somos justos e dignos.
"El i errei mas paguei caro por meu erro." Essa vaidade tem sido causa de muitos de nossos sofrimentos e eu diria até que além de nos havei Infelicitado a vida, ainda atrai para nós a crueldade dos
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outros, que, envolvidos por nossa energia e por nosso pensamen¬to de que merecemos sofrer, inconscientemente, por não possuir ainda discernimento da realidade, nos escolhem para suas vítimas.
Eis aí a causa mais importante do sofrimento humano. Acham que estou exagerando? Afirmo que não. Afinal, tenho estudado es¬sas causas porque desejo aprender a viver melhor. E, acreditem, descobri coisas do arco da velha, que me fizeram perceber há quan¬to tempo eu poderia estar usufruindo uma felicidade maior!
Que Deus é amor, todo mundo sabe, mas que ele criou os meios de progresso menos difíceis, ninguém na Terra acredita.
Talvez esta falta de fé cultivada durante tantos anos seja a causa de tantas transformações no mundo, onde tudo que até bem pouco tempo faria a segurança da sociedade e do mundo materia¬lista precisou ruir para que o homem percebesse que nada é segu¬ro e estável na Terra a não ser Deus e nossa ligação com ele.
Ê difícil para você entender isso? Claro, você que sempre se agarrou aos padrões sociais, que colocou sua segurança na casa, na família, no emprego, nas leis e até no regime de governo, de repen¬te percebe que nada disso é duradouro. Que tudo pode mudar em sua vida, mercê da vontade de Deus, que amanhã pode decidir dar outro rumo a sua existência.
Pois é. Morrer de repente, perder pessoas da família, solidão, mudanças, tudo, sempre revela a presença de Deus em nossas vi¬das. Sendo assim, o que é seguro no mundo? O que, em meio a tan¬tas mudanças, poderá nos trazer a serenidade, a alegria de viver, a harmonia e a paz?
Embora você tenha ficado assustado, eu continuo a afirmar que quem está com Deus está seguro. Quem o sente dentro de si jogou fora todos os medos e encontrou a paz.
Fácil não é? Mas é preciso saber que ter Deus dentro de si não é apenas rezar, dizer que pensa nele ou procurar o auxílio da reli¬gião. Não é nada disso.
Sentir Deus no coração é vivenciar um estado de bondade e agir como ele age, é amar a tudo e a todos, é compreender e servir, é ser realmente bom, é permitir que ele se manifeste atra¬vés de você!
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Puxa! Que maravilha! Evoluir com amor! Sem nenhum bur-go-mestre ditando normas e proibições dentro de nós, sem cobran¬ças nem exigências, só vivendo nesse maravilhoso estado de feli¬cidade e alegria permanentes que é o estado divino do amor!
Eu afirmo a vocês que isso existe. Conheço pessoas que che¬garam a ele, e descobri que todos nós temos condições de chegar. Eu estou seriamente empenhado nisso. Afinal, trabalhar por nos¬sa felicidade é nosso objetivo maior.
Já imaginaram? Nenhuma tristeza, nenhuma mágoa, nenhum ressentimento, nenhuma preocupação. Que felicidade! Que bem-estar! Não acham que vale a pena esforçar-se e experimentar?
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:52 pm

Ilusão
Considerando todos os problemas do ser humano no dia-a-dia, notamos que a imensa maioria se encontra envolvida pelas enga¬nosas fachadas da ilusão. A vida para eles nada mais é do que al¬guma coisa não muito boa que deve ser empurrada para a frente e nesse trajeto há que se aproveitar ao máximo as vantagens pessoais porque as horas de dor e de tristeza serão inevitáveis.
Serão mesmo? Não nego que ao homem comum, sem perspec¬tivas, que desconhece sua origem de eternidade e a verdadeira po¬sição que pode ocupar no mundo, isso pode parecer uma verdade.
Todavia, o tempo, a vivência, a maturidade mostrarão que não é assim.
Esses enganosos caminhos da ilusão traduzindo-se em uma in¬diferença que, sem dúvida, cedo ou tarde ele haverá de pagar caro, têm impedido que possa despertar para as mudanças que lhe com¬pete fazer, corrigindo os rumos do caminho.
Acham que estou teorizando? Nada disso. Estou cansado de assistir de perto a como esses bloqueios voluntários impedem o amadurecimento e o equilíbrio das pessoas.
Sei o que estou afirmando porquanto, na divulgação entusias¬ta do otimismo e do cultivo do pensamento positivo a que nos pro¬pusemos, isso tem sido comum.
Não que as pessoas conscientemente não desejem a harmo¬nia e a paz interior. Ao contrário. Temos registrado seus como¬ventes, sinceros e muito interessados apelos em busca da felici¬dade. Porém nunca foram além de pedir, não percebendo que, se desejam alcançar o que pedem, deverão participar ativamente dessa conquista.
São muitos os que perguntam: se a vida deseja o bem, se re¬presenta a essência divina, por que permite tanta dor e sofrimen-
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to? Por que ela nos causa tantas lutas e desilusões? Tenho rezado tanto, por que minhas preces não são atendidas?
Porque vocês não estão fazendo sua parte. Pedem, pedem, di-zem-se dispostos a servir a Deus e ao próximo, no entanto perma¬necem parasitários e indiferentes, aguardando uma felicidade irrea¬lizável porque utópica. A vida não vai condoer-se de suas queixas e lamentações. Ela não aceita sua incapacidade. Ela sabe que quan¬do você quer, você pode.
Acham que estou sendo incoerente? Que, por mais otimista que eu pretenda ser, jamais poderei negar os sofrimentos da face da Terra?
Quanto a isso, não nego mesmo, de que adiantaria? Eu sei que eles são muitos e dolorosos. Essa é a causa de nosso desejo de des¬pertar vocês para o que existe atrás desse processo para que possam sair dele o mais rápido possível.
Duvidam? É pena, porquanto outros caminhos existem, mais belos, menos penosos para o desenvolvimento do espírito.
Tocados por tantos apelos, observando os enganos em que os homens ainda estão, foi que nós, espíritos interessados em ajudar, estamos nos movimentando para esclarecer consciências, na cer¬teza que temos de que a verdade é muito mais bonita do que vo¬cês poderiam sonhar.
Amadurecer significa o domínio do pensamento, é poder com¬preender a vida harmonizando-se com ela, usufruindo benefícios e felicidade completa.
Acham que estou exagerando? Nada disso. Garanto que é as¬sim. Além do mais, se você não crê em minhas afirmativas, basta experimentar e logo perceberá a realidade.
Experimentar o quê?
Experimentar mudar, trocar sua indiferença, sua crença no sofrimento, sua certeza de infelicidade, pela fé, entregando nas mãos de Deus todos os problemas de sua vida que você nãoconsegue resolver. Acreditando que, com a ajuda dele, você poderá vencer.é isso que lhe o que compete fazer. é claro.
que a chave de tudo está aí. Deus, apesar deser nosso pai, não gosta desse papel e tem sempre procurado nos dei-
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xar enfrentar nossos problemas para que aprendamos a decidir e a compreender.
Quem gostaria de reconhecer que tem se portado diante dele como criança mimada e incapaz, gastando na lamentação e na queixa grande parte da energia que poderia, se bem utilizada, levá-lo ao progresso?
Você não é mimado? Você não pretende manipular todos os acontecimentos e até Deus se ele entrasse nessa?
Sinto dizer que nesse papel está a grande maioria dos sofredo¬res do mundo, caminhando pela vida indiferentes a sua participa¬ção ao bem comum e a sua responsabilidade na busca de sua har¬monia interior, metendo os pés pelas mãos e lamentando-se quan¬do recebem o que atraíram.
Não parece loucura? Como é que alguém pode comandar a vida, que é livre manifestação de Deus? Não lhe parece a mais pe¬rigosa ilusão?
É isso que me incomoda e às vezes, apesar de ter aprendido tan¬to por aqui, ainda sinto o desejo involuntário de sacudir certos pe¬dintes contumazes, dizendo:
— Acorda!! Por que teima em não ver seu próprio potencial? Por que se coloca em posição de incapaz, esperando que Deus lhe dê uma coisa que você nem sabe bem o que seja: a felicidade. Já parou para pensar nisso? Já se deu conta de como ela seria e de como ela viria para você?
Parece que não, porque quem anda ocupado em cultivar ilu¬sões, em enxergar o mundo como sendo um "vale de lágrimas" por certo colocaria seu conceito de felicidade muito distanciado da realidade.
Pensando bem, quem o colocaria no prazer de um trabalho bem-feito, na alegria de um abraço ou na lucidez de compreender a tudo e a todos harmonizando-se com o universo?
Imaginariam um paraíso de ociosidade, onde manipulariam tudo a seu gosto, onde seriam servidos pelos anjos, que, aliás, diga-se de passagem, não fariam mais do que a obrigação. Não são eles anjos? Um anjo que se preza deve ser solícito, amoroso. Tudo suportar, tudo perdoar e esforçar-se para amaciar seu caminho, tirando todas a pe-
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dras e tropeços. Afinal, que seria dos famosos anjos-da-guarda sem esses papéis? Ficariam desmoralizados. Quem os chamaria na hora da aflição?
Fácil, não é? Que maravilha! Há no mundo muita gente ain¬da pensando assim, não só os frequentadores das igrejas como até dos centros espíritas.
Claro! Nada melhor para alguém que descobriu a mediunida-de do que evocar alguns espíritos e colocá-los a serviço de seus in¬teresses. Por que eles obedecem? Eis aí a resposta: porque todos têm muita força quando querem dominar os que se deixam levar. Essa de parecer fraco, de implorar ajuda, pode até vir de alguém sin¬cero, mas incapaz, nunca.
Deus nos fez a todos capazes e fortes. Já perceberam como so¬mos rijos quando realmente o desejamos?
Pois é. Todos temos essa força, muitas vezes mascarada em uma disfarçada fraqueza muito conveniente. Basta, porém, que a vida nos dê uma cutucada para que a fraqueza desapareça e mos¬tremos do que somos capazes.
Pessoas existem, aparentemente dóceis e cordatas, prestati¬vas, as quais ninguém consegue dizer "não", e assim elas conse¬guem tudo quanto desejam.
E aí vocês perguntarão: que mal há nisso? Quem é jeitoso me¬rece ser atendido.
Pode ser, mas você já experimentou dizer "não" a elas? Já sen¬tiu como elas mudam diante disso?
Mas o que eu quero mesmo dizer a essas pessoas que sofrem ese lamentam, que só pedem e esperam tudo de Deus, é que elas es¬tão equivocadas. Que no fundo, no fundo, são tão capazes quanto qualquer outra. Que o remédio para suas dores sempre esteve a seu alcance e que basta utilizá-lo para tudo mudar para melhor.
Deus, em nenhum momento, ausentou-se de sua alma e as
forças divinas sempre estiveram ali à espera de que elas se decidissem a utilizá-las é preciso.
| aprender a diferença entre comodismo, ndependência e participação ativa na certeza de que Deus age sempre através disso portanto, controlar nossos pensamentos, educando-
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os positivamente, é que vai acionar a conquista da felicidade que buscamos.
Eu sei que o sofrimento tem comparecido para valorizar a fe¬licidade, mas agora basta. Você não precisa mais dele. Por que tei¬mar em acreditar que ele seja imbatível?
Foi isso que me fez voltar a escrever para a Terra. Eu sei que eles sofrem e oram pedindo alívio e sei que é muito fácil obter o que desejam, só que o caminho não é o que eles pensam. Ê outro.
Isso é o que falta. Parar, sentir, perceber, dar uma força à sua própria força e acreditar na vida sempre tão sábia e tão bela!
Não é uma grande causa? Eu sei que sim. Por isso espero con¬tinuar. Não sentem que estou com a razão?
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:53 pm

receituário

Cuidado com o receituário. Claro que não estou me referin¬do às receitas médicas, apesar de saber por experiência própria que às vezes elas não são exatamente como poderiam ser. Basta apenas lançar uma vista de olhos para as dificuldades de um diagnóstico seguro, principalmente quando o médico, materialista por indução ou por convicção, não admite as variáveis sempre presentes da captação energética.
Mas eu me refiro ao receituário que, independentemente da profissão, do conhecimento ou da capacidade, todos nós gostamos de dar.
Aliás, já diz a sabedoria popular que "de médico e de louco, todos temos um pouco".
Afinal, quando alguém se queixa, quem de nós resiste a indi¬car um remedinho tiro-e-queda? Se por um lado evidencia vonta¬de de cooperar, socorrer, por outro pode apenas deixar claro que sabemos tudo, e aí, então, nosso ego cresce e toma conta do peda¬ço. E se por acaso alguém estiver por perto e aventar uma outra "re-ceitinha", pode até acabar em briga. Estabelece-se uma competi¬ção difícil de ser contida.
Nessa hora, o que importa mesmo é ganhar, é ver sua idéia aceita e sair feliz da vida, sentindo-se a mais sábia das criaturas.
O orgulho nos prega essa peça. E há aqueles que animados
Por esse "sucesso" sentem-se encorajados a palpitar na vid alheia semprea
que alguém der espaço.
Quem não conhece o "doutor sabe tudo", que adora aaconselhar não só nos remedinhos para as doenças mas até nas atitudes que eles deveriam tomar em sua vida íntima, invadindo os espaços julgando-se bondosos e enchendo a boca para dizer que
adoram ajudar o próximo"?
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Nesse terreno, pelo que tenho observado aqui, deve-se pisar com muita cautela. O que chamamos de ajuda nem sempre er¬gue e favorece ao progresso. Muitas vezes, e isso tem acontecido, acabamos por empurrar a pessoa a uma infelicidade maior. Vo¬cês concordam?
Pensam que ajuda é sempre ajuda e que vale a intenção? Bem, se isso fosse verdade, todos os nossos pensamentos e desejos dariam sempre certo. Afinal, o que não nos falta é boa intenção. E é com ela que contamos à nossa amiga que vimos seu esposo com outra, que aquele parente injustamente falou "mal" dela, etc.
É maledicência? Claro que é, mas há sempre para quem a comete a "intenção" de ajudar. E por que não lembrar aqueles que, cultivando o negativismo, estão sempre prontos a aconselhar em nome da "prudência" a não fazer isto ou aquilo, "ajudando" a pessoa a perceber os perigos da vida, relatando tragédias, dramas e infelicidades?
Esses também sentem-se cheios de boas intenções, e se al¬guém realmente os ouvir, acabará por paralisar-se pelo medo. Não conseguirá mais nada de bom na vida.
Pois é, esse receituário é dispensável, claro. Mas se há aque¬les que temem o futuro, há também os que "jamais esquecem o passado". Esses dão-se ares de sabedoria para relatar suas dores, as situações em que foram vítimas das agruras da vida.
Já pensaram que ilusão? O pior é que esses, quando o tempo passar e eles crescerem um pouco mais, por certo irão se envergo¬nhar dessas atitudes, reconhecendo que as coisas foram desta ou da¬quela forma porque eles as criaram.
Isso tem acontecido com muitos de nós, aqui nesta dimensão. Olhando nossos enganos passados nos sentimos qual crianças tra¬vessas e ignorantes brincando de adultos. E aí dá uma bruta ale¬gria dentro do peito por sentirmos que já crescemos um pouco.
Mas resistir ao palpite, à vontade de ensinar os outros, ainda não nos é fácil.
E aí você vai dizer que eu não posso falar sobre este assunto porque vivo escrevendo para a Terra tentando contar o que sei. Não será uma forma de dar palpite na vida alheia?
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Já me questionei seriamente sobre isso. O que percebi em mim foi uma imensa vontade de passar para todos a alegria, a felicida¬de que eu encontrei. E para ser honesto, eu nunca dou "receitinhas", ainda que em minha área eu até poderia fazê-lo sem risco para nin¬guém, principalmente porque, de onde estou, o diagnóstico ficou mais fácil.
Eu continuo estudando, procurando aprender e depois relatar minhas experiências, sem conselhos nem nada, para que as pessoas possam também, através delas, aproveitar alguma coisa. Estou sen¬do claro?
Afinal, temos muitos pontos em comum. Aprendi isso quan¬do trabalhei na triagem de pessoas que chegavam aqui, infelizes e revoltadas. Confesso a vocês que, cheio de boa vontade, muitas ve¬zes pretendi conduzi-las de acordo com o que eu achava. Os resul¬tados foram tão calamitosos, deram-me tanto trabalho para cair fora, que aprendi minha lição.
Acham que progredi? Eu também. Hoje, por mais lamentosa que a pessoa esteja, por mais carente que aparente ser, procuro não me envolver. Costumo apreender certas coisas com muita rapidez, principalmente se for para salvar minha pele. Sim, porque todas as vezes que nos metemos na vida dos outros, que colocamos nos¬sa colher, captamos a energia das pessoas envolvidas, o que signi¬fica coletar a carga de todos os seus problemas.
Duvidam? Façam a experiência. Observem se aqueles que es¬tão sempre às voltas com indisposições as mais variadas não estão sempre "ajudando" os outros aconselhando ou pretendendo que fa¬çam isto ou aquilo.
Quer dizer que devemos ser duros e deixar os outros sem apoio? Não foi isso que eu disse. Saber ouvir, mostrar afeto, dar atenção, apreender, estender a mão a quem está se esforçando para le-Vantar sempre será recurso que poderemos utilizar em favor dosoutros porém se desejamos realmente ajudar, o principal é não pretender mudar as pessoas, demonstrando com isso o quanto elas estão erradas.
Atualmente, não julgo ninguém e até olho commais serenidade para as minhas peraltices. Afinal, que criança saudável não se-
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ria endiabrada? E eu sei que, embora crescendo, essa criança tra¬quinas ainda brinca dentro de mim, ainda me dá um pouco de tra¬balho de vez em quando. Mas eu a deixo ficar sem me preocupar com isso, porque se amadurecendo eu deixo de lado as diabruras que me traziam infelicidade, por outro lado é dela que me vem uma grande confiança na vida, na beleza e na bondade, no amor e na alegria, e a certeza de que vivemos em um conto de fadas que sempre acaba assim: "E eles foram felizes para sempre".
Não é essa a grande verdade da vida? Não é esse nosso desti¬no? Não será essa a meta de nosso crescimento?
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:54 pm

Reconhecer
Saber ver as coisas do jeito que são. Parece fácil isso? Nem sem¬pre. Há dentro de nós uma força imensa dificultando nossa visão.
Observando como ela surge dentro de mim, mascarando ati-tudes, vestindo-se com os mais diferentes papéis, esforçando-se para encobrir a realidade, me pergunto por quê e para quê.
Não seria mais fácil se ela não existisse e pudéssemos perceber os fatos com clareza, sem as máscaras de nossos volteios ilusórios?
Assombra-me por vezes constatar que, apesar de minha pers¬picácia tão aguda em certos momentos e para determinadas coi¬sas, eu seja capaz de ser tão ludibriado e tão fragorosamente enga¬nado em outras, não as enxergando senão através da ótica viciada de minhas ilusões.
O que fazer? A percepção caminha gradativa e, por mais pressa que possamos ter, ela se processa naturalmente e em rit¬mo próprio.
Se por um lado isso pode nos parecer decepcionante, por ou¬tro nos convida a pensar com mais calma e a ser mais humildes.
Exatamente no momento em que nos julgamos mais aptos, quando percebemos um pouco mais de nossa realidade interior, exatamente quando acreditamos ter amadurecido por termos con¬seguido compreender melhor a vida, as coisas e a nós mesmos, é que, subitamente, deparamos com aspectos novos de nossa reali¬dade interior, inesperados e até há pouco ignorados, escondidos fe¬rozmente pela ilusão.
Passados os primeiros momentos de ansiedade e insegurança, percebemos grandeza da alma, da vida que pulsa em nós imnapelavelmente
reconhecer a própria alma significa assumirseu lugar no universo, significa crescer, ser consciente, passar de obser-
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vador a cooperador, de cego tatear nas trevas a caminhada clara e definida no rumo certo.
E sentir segurança, coragem, alegria. É beleza e plenitude. É estar consciente da eternidade e pautar seu ritmo pelo movimen¬to universal da harmonia.
Se reconhecer o que somos nos leva a tudo isso, que força é essa que nos oprime e desvia, que estabelece condições passagei¬ras, que desfigura os fatos e os traveste de receios?
Por que, mesmo pretendendo ser sinceros, nos iludimos e a pre¬texto de fazer o melhor escolhemos o mal? Estará nessa dualidade o processo de evolução? Haverá nessa contradição o pano de fun¬do para no fim podermos reconhecer as necessidades reais de nos¬sa alma?
São perguntas que tenho feito muitas vezes, sem que eu pu¬desse encontrar de pronto uma resposta. O que nos torna ágeis em acobertar coisas que não desejamos enxergar, de tal sorte que a vida precise nos sacudir duramente a fim de nos acordar? Quem de nós já não recebeu uma dessas sacudidelas?
Eu penso, de vez em quando, em como seria bom se eu pudes¬se livrar-me delas para sempre, conseguindo relacionar-me muito bem com a vida, aprendendo a perceber as coisas com rapidez e, nessa atitude, obter menos turbulência, mais hannonia e felicida¬de. Seria ótimo.
Pensando nisso, comecei a observar com atenção os pensamen¬tos que iam pela minha cabeça e sabem o que notei? Que, nessa história de obstrução, a vaidade é uma força enorme.
Reconhecer, ver as coisas como são, significa ser falível em cer¬tos casos, é não ter habilidade para certas coisas, ou então possuir alguma tendência para a desonestidade.
Ah! meus amigos, perceber que você não é tão honesto como supunha, que no fundo ainda desejaria "ganhar" dos outros, seja lá 0 que for, é demais para qualquer um.
Ser honesto é o grande mito de todos nós. Enchemos a boca para falar em honestidade e todos sabemos explicar muito bem o que seja essa qualidade. Quem de nós admitiria não a possuir in-tegralmente?
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Isso é tão verdadeiro que até entre os reconhecidamente marginais existe algo como "código de honra", "ética profissional", ainda que seja para assaltar os outros.
Pois é. Desonestos, não. E então a vida nos coloca em cir¬cunstâncias tais que de repente descobrimos nossa desonestidade, nosso constante iludir, criando pensamentos obstruidores, impedin-do-nos de nos ver como somos.
Difícil? Nem tanto. A vida, que é mestra, nos conduz para a frente, e já que nós desejamos aprender mais depressa, não seria mais útil se puséssemos mais atenção ao teor de nossos pensamentos?
Às vezes é útil tentar olhar para dentro de nós com isenção, como se estivéssemos observando outra pessoa. Acha que isso se¬ria dividir? Eu penso que não. Isso nos ajudaria a ser mais impar¬ciais e benevolentes com os ângulos menos percebidos de nossa alma.
Uma coisa eu sei. Não há nada melhor do que a verdade. Ela é a deusa suprema sem a qual a evolução não pode ocorrer. Ela é a propulsora de nosso progresso e de todas as conquistas.
Por isso, quanto mais realidade, mais progresso; quanto mais progresso, mais felicidade; quanto mais felicidade, mais alegria e luz!
Não acham que vale a pena tentar?
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:54 pm

Rescaldo
Enquanto dura o incêndio, em pânico as pessoas tentam apa¬gá-lo, utilizando todos os recursos a seu alcance. Nessa luta é pre¬ciso muita água, a cooperação do vento para que o fogo não se pro¬pague e até a calma e o empenho dos que, apesar de tudo, conse¬guem serenidade suficiente para alcançar o objetivo.
Contudo, os bombeiros e os experts no assunto sabem que mesmo depois de o fogo ser apagado é preciso fazer o rescaldo. Continuar o trabalho para evitar nova combustão, e esfriar com¬pletamente o local.
Vocês a esta altura estarão perguntando: por que um fantas¬ma como eu se interessaria em falar de uma coisa óbvia e terre¬na? Porque, às vezes, utilizar certas imagens facilita explicarcertas coisas.
Quando nos "esquentamos" com as coisas que somos forçados a engolir, com as pessoas que deixamos nos irritar, ou com a vida por, não ser do jeito que queríamos, é como se dentro de nós irrompesse um verdadeiro incêndio.
A raiva, o ódio, a revolta, o inconformismo, a paixão não cor-respondida (em se tratando de correspondida, ela logo acaba) quei¬mam como fogo, devastando com suas labaredas ardentes todos os sentimentos de bondade, de alegria, de amor, de harmonia queexistem em nossa natureza, e aí haja água, que quase sempre aparece i(irmã de sofrimento, desilusão, verdade, doença e até tragédia, para apagá-lo.
E os bombeiros? Eles também costumam ajudar na forma depessoas que respeitamos e amamos, que procuram nos mostrar ascoisas sob outro prisma, mais real e que nos facilite compreender.
Todavia, pode ocorrer que, abatidos pela dor, amaciados pela amparados pelos que amamos, as chamasse apaguem, o
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que certamente nos dará alívio imediato. Porém, há o rescaldo. Para que ele se efetue, é fundamental apagar o ressentimento.
Sim, tal como aquela minúscula brasinha escondida em meio às cinzas, ele está lá, dentro de seu coração, tão pequeno e tão es¬condido que você pode até pensar que já venceu a parada.
Todavia, basta pouca coisa para que ele traga de volta as cha¬mas destruidoras de momentos antes.
O que é preciso fazer? O rescaldo. Esfriar de vez as cinzas, mer¬gulhar dentro da alma para descobrir as brasas do ressentimento e apagá-las definitivamente.
Estou sendo dramático? Nem tanto. Tenho visto chamas des¬ta natureza consumir largo tempo das pessoas, várias encarnações, criando sofrimentos evitáveis.
Às vezes me pergunto se é por pura burrice nossa teimosia ou se isso faz parte de nossa necessidade de aprender. Eu, que sou apressado ou que acredito que a inteligência tenha nos sido dada para facilitar, tenho pensado muito sobre essas coisas, porque se na Terra um incêndio pode ser provocado por descuido, incompetên¬cia ou até por intenção de destruir, as chamas que nos queimam a alma são criadas por nós mesmos, mergulhando-nos em experiên¬cias que nossa inteligência, se consultada, logo responderia que não é por aí.
Está certo, considero também que quando há paixão, ódio, ciúme, qualquer fator que ateie fogo dentro de nós, a inteligência e até nossa essência divina ficam bloqueadas. Assim como certas pessoas ao verem um incêndio ficam correndo de um lado a outro sem saberem como agir, ficamos nós, queimando por dentro, ten¬do olhos só para o fogo que nos invade.
Coisas que fazemos e não temos ainda explicação. Mas se não podemos explicar, podemos sentir.
E sentir coisas desagradáveis que nos tiram da realidade, nos fazem sofrer, não é nada bom. Bom mesmo é sentir alegria, felicidade bem-estar. É viver numa temperatura adequada, esquentan-do com amor.
Esse calor aquece mas não queima; sustenta, não destrói; ajuda a perceber, não esconde; nutre e alimenta.
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Ah! que bom se todos compreendessem essa realidade. Que bom se os incêndios todos se apagassem e as pessoas pudessem ex¬perimentar a serenidade, a bondade, a beleza, a harmonia.
Acham que estou sonhando demais? Nem tanto.
Eu juro que todos nós já possuímos condições de viver assim. Basta querer. Basta escolher os valores que nos causam bem-estar ao invés de dor.
Você concorda? Quer fazer esse esforço para ser feliz? Então co¬mece o quanto antes. Pense no bem, seja otimista, aceite a presen¬ça de Deus em todos os minutos dentro de você. Jogue fora o or¬gulho, que só tem atrapalhado; a inveja, porque você é capaz de fazer igual ou melhor; o ciúme, porque você é tão bom que se al¬guém não acreditar nisso é porque não merece sua amizade; e cul¬tive a alegria.
É por certo excelente receita para a felicidade. Tão boa que eu tenho procurado aplicá-la em minha vida. Sabem que tem dado certo?
Contudo, se querem mesmo se garantir, não se esqueçam do rescaldo. Não se iludam com as aparências, entrem mais no fundo de sua alma para enxotar dali o ressentimento. Sabem que ele tem sido responsável por anos e anos de sofrimentos dispensáveis da maio¬ria das pessoas?
E olhem que não exagero. Porque quem o guarda sempre de¬monstra incapacidade de compreender. Uma visão distanciada da realidade. Claro. Se assim não fosse, você saberia que aquela pes¬soa que o traiu, que o desprezou, lesou, enganou, não estava ma¬dura para fazer melhor, não tinha como ser diferente, não possuía capacidade.
Nesses casos, guardar ressentimentos não será uma loucura inútil? Exigir o que certas pessoas não possuem para dar significa falta de capacidade de perceber.
Por isso, é bom limpar a alma, alargar a percepção, tentar com¬preender e não exigir nada de ninguém.
Acham que agir assim é ser ingénuo? Antes ser "ingénuo" fe¬liz do que com toda a nossa "esperteza" queimarmos por dentro, con-torcendo-nos nas chamas da infelicidade e da dor.
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Estou sendo simples demais? Claro. Quem disse que a vida é complicada? Só certas pessoas. Já repararam como elas sofrem? Pois é. Quanto mais complicado, mais enado. Afinal o que nós quere¬mos mesmo é derrubar o sofrimento, a crueldade, a dor.
É escolher a felicidade, o bem-estar, a beleza, a harmonia, o amor. Para isso vale a pena tentar a compreensão interior e o amor incondicional. Não pensam como eu?
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:55 pm

O cacoete
Você já teve um cacoete? Antes de responder, pense bem por¬que na certa você tem ou já teve um. Talvez nem perceba e seirrite quando alguém o menciona, tal é a maneira como nos habi¬tuamos a ele.
Você acha que não? Garante que sempre foi muito controla¬do, domina perfeitamente seus reflexos?
Talvez você não tenha o hábito de piscar sempre que se atro¬pela com as palavras, esticar os músculos da boca quando deseja mos-trar-se erudito, gaguejar quando embaraçado, rir quando está tris¬te ou nervoso, repuxar os tendões do pescoço quando tenso, esta¬lar os dedos quando não sabe o que fazer com as mãos ou com as pessoas, tossir quando o silêncio de uma assembleia é exigido, ter comichões pelo corpo quando precisa ficar parado em algum lugar.
Nunca fez nada disso? Será mesmo? Ou simplesmente você nem sequer percebeu o que fazia? Sim, porque a característica de qual¬quer cacoete que se preze é ser tão automático que a pessoa não nota. Agora, os outros sim, principalmente aqueles que se acredi¬tam imunes.
Esses estão sempre de olho nos cacoetes alheios, salientando-os, como se eles realmente nunca tivessem cultivado um. E o curioso é que eles nunca percebem o próprio.
Foi observando particularidades sempre tão pitorescas — eu diria até especiais — que cada um tem que eu, quando estava no mundo, me baseei para escrever minhas peças de teatro. Isso não é desdouro nenhum, porque, pensando bem, essas pequenas ma¬nias, tão pessoais, aquele jeito todo especial, aquele ar tão seu que cada pessoa tem, longe de torná-las ridículas, individualiza-as.
É esse jeito que só ele tem de expressar-se que faz o artista, o génio. Ele se torna cómico, dramático, lírico, ingénuo, romântico,
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dependendo da forma pessoal como interpreta sua arte, manifesta sentimentos vivendo personagens, criando.
( ) cacoete, ao contrário do que muitos pensam, não é sempre ridículo ou cómico, muito embora existam os que se tornam muito engraçados.
Contudo, há dramas do cotidiano que, dependendo de como as pessoas os expressam, também acabam por tornarem-se cómicos.
Já notaram quantas piadas existem sobre velórios, viúvas, ve-lhice, doenças e achaques? Afinal, o riso sempre está presente quando alguém cai, quando um marido descobre que foi traído, quando um rico fica na miséria, etc.
É por causa dos cacoetes. As pessoas exageradas e dramáti¬cas provocam riso com seus trejeitos. É como assistir hoje em dia um filme do cinema mudo: anos atrás arrancou lágrimas das donzelas ingénuas, de seletas plateias, mas, vistos agora, provo¬cam gargalhadas.
Se você acha que ficou fora e nunca teve um cacoete só por¬que não é artista, não critica os outros, nem nota nada de estranho em você, garanto que se engana.
Mesmo nunca tendo roído as unhas, espremido espinhas ou segurado a xicrinha de café levantando o dedo mindinho, você por certo tem um cacoete. Eu aposto que tem.
Aquele sorriso forçado quando está querendo ocultar o desa¬pontamento, a maneira de arquear as sobrancelhas, as tonalidades de sua voz, sua postura corporal conforme as emoções, um certo ar quando pretende agradar, um jeito só seu, que embora esteja aí e as pessoas o identifiquem através dele, você nem percebe.
De tanto observar esses sinais nas pessoas, tentar captá-los para vestir os personagens de minhas peças, acabei por desenvol¬ver bastante meu senso de observação.
Já na Terra, bastava olhar um pouco para as pessoas e logo eu captava seus principais cacoetes. Mas se naqueles tempos eu ob¬servava para escrever, aqui interessei-me em estudá-los.
Várias questões surgiram de pronto: os cacoetes seriam uma busca ou uma necessidade? Era a alma querendo expressar-se ou o corpo querendo chamar a atenção da alma?
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Vocês vão dizer que como a alma é dona do corpo,quando ele desenvolve certo automatismo é porque ela deseja isso, uma vez que o corpo é só matéria que o espírito manipula.
Está certo, mas eu diria que o alerta é para a consciência. É para ela que a alma, o espírito, deseja mandar a mensagem. Sim, porque a alma, o espírito, engloba a essência divina, da mesma for¬ma que a semente tem tudo para tornar-se uma árvore. Só que para amadurecer, crescer, como a árvore precisa da terra, da água, etc, a alma precisa das experiências com as formas, com o corpo, para tornar-se consciente.
O desenvolvimento da consciência é o grau da evolução da maturidade. O corpo é o instrumento de nossa alma, da essência que vive em nós, para tornar-nos mais conscientes a cada dia e mais lúcidos.
Por isso ele é revelador. Reflete sempre as necessidades e as con¬quistas de cada um.
Dentro desse conceito, os cacoetes são muito reveladores. Aqueles bem exagerados que provocam o riso aparecem para aca¬bar com o orgulho, quebrar preconceitos e barreiras. Aparecem também com a crença de que a pessoa é uma "vítima" e não pode fazer nada para sair disso.
Carência afetiva é outro fator. Chamar a atenção, ainda que a pessoa não perceba isso, é uma forma de desejar apoio.
Mas o principal mesmo é a mensagem que a alma está en¬viando ao eu consciente, muitas vezes gritando suas necessidades de compreensão e de afeto, que a pessoa procura fora, nos outros, e que só ela tem e pode se dar.
Afinal, seu interior, o que vai lá em seu coração, só você pode perceber.
E se você observar seus cacoetes, que até podem expressar be¬leza, bondade, alegria, felicidade, perceberá a pessoa bonita que você é.
Aquele sorriso doce quando você olha as pessoas que ama, aquela lágrima que não chegou a cair mas pôs mais brilho em seus olhos quando se emocionou, aquele ar juvenil tão seu que o acom¬panhará quantos anos viver, aquele gesto especial quando presen-
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(ça de ALGUÉM É UM PRAZER são aspectos iluminados de sua alma querefletem em sua maneira de ser.
são só seus, tão seus que, quando você partir, será através de¬les que as pessoas que o amam recordarão você. Por eles é queos artistas nunca morrem e são sempre lembrados.
Não sente que está na hora de olhar para você e perceber, pe¬los sinais de seu corpo, o que sua alma quer dizer?
Hoje estou saudoso e inspirado. É muito bom crescer, apren¬der. Não sentem que tenho razão?
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:55 pm

Impressão
Um impresso impressiona. Claro. Sempre será alguma coisa gra¬vada em letras de forma, como que sendo algo já estabelecido e cer¬to, que quase sempre tem efeito.
E por isso que, desde que o homem inventou a impressão, ela tem sido usada com tanto sucesso.
Pena que nem sempre a impressão seja verdadeira, isto é, pena que, fora as aparências, ela venha sendo tão mal usada, ma¬nipulada ou monopolizada por pessoas sem nada de verdadeiro para dizer.
Eu fico pensando: como seria bom se os critérios fossem ou¬tros e não se imprimisse tanta inutilidade. Observando quantas tolices são impressas, muitas vezes em papel de primeira, muito bem apresentadas, fico pensando como perdemos tempo quando vivemos no mundo. Quantas voltas damos para alcançarmos nos¬sos objetivos.
Antigamente, eu não me conformava quando lia certos arti¬gos ou livros, diante de tanta burrice institucionalizada. Claro, porque segundo a crença geral, via de regra, imprimir é quase ins¬titucionalizar.
Já repararam o número de pessoas que dizem "Eu li" como se isso bastasse para dizer "É"? A maioria nem sequer questiona o que estava escrito, aceitando logo como realidade absoluta.
E disso que certos políticos se valem para destruir um adver¬sário temível. "Está no jornal" ou "Li em um livro" basta, princi¬palmente se for para criticar. Aí, então, a coisa vai soprada ao sa¬bor do vento da maledicência.
Se essas coisas acontecem na Terra, por aqui tudo é diferen¬te. No começo, inconformado com o mau uso de uma das maiores conquistas do homem, que é a imprensa — que, observando ago-
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ra do mundo onde eu vivo, mostrou-me a sutileza dos oportunis¬tas, anulando as mais belas oportunidades das pessoas os boateiros, da crueldade empanando reputações, falseando verdades a sol¬do dos interesses pessoais —, tentei pôr ordem na casa, isto é, en-gajar-me num trabalho moralizador que os impedisse de obstruir o progresso.
No entanto, fui forçado a perceber que as coisas são como são e não como nós gostaríamos que fossem. Os critérios por aqui são outros.
Quando na Terra, nossos amigos espirituais mais adiantados em sabedoria nos permitem "brincar" com os acontecimentos.
Estão surpreendidos? Os espíritos sábios não estão conduzin¬do nossos destinos na posição de juízes, lutando para que estejamos sempre agindo certo? Não, não estão mesmo.
Isso, a princípio, deixou-me chocado. Por que não? Na Terra sempre me ensinaram que nossos anjos da guarda, os santos, os es¬píritos iluminados, estavam sempre circunspectos e solenes, a nos vigiar para ajudar-nos a vencer as tentações e sermos melhores a cada dia. Sofriam com nossos erros, como uma mãe amorosa sofre pelos filhos. E não é que aqui a realidade é bem outra?
Quando me disseram que aqui ninguém corre, sua ou sofre para impedir uma pessoa na Terra de cometer um erro, não aceitei.
Como?!! Saber que alguém fará algo errado, que sofrerá por isso e não tentar impedir?
Pois é. Nossos maiores não fazem nada. Não movem uma pa¬lha para isso. É que eles dizem que o erro educa mais do que qual¬quer coisa. Errar ensina, portanto eles com paciência esperam que a pessoa, que vinha sendo orientada de maneira mais suave e não conseguiu aprender, dessa vez consiga.
Demorou certo tempo para eu perceber o quanto eles esta¬vam certos. Errar é um golpe duro em nossa vaidade e abre a consciência l aos fatos reais, amadurece. Acabei até por compreender por que eles permanecem serenos, mesmo diante dos grandes dramas humanos na face do mundo.
i cheguei a julgá-lossem bondade. Para mim, naquele tempo, vestindo ainda certo pie-
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guismo natural da Terra, esperava encontrá-los preocupados e afll tos com a miséria, a dor, as doenças, as guerras, as hecatombes, que nos mortificam quando estamos na carne.
No entanto, eles estavam serenos, alegres, cheios de luz, como se nada os afetasse. Não era falta de sentimento? Bastava dar uma voltinha nos umbrais da Terra, na crosta, para sentir a angústia, a dor, o sofrimento. Como estar sereno, feliz, apesar disso?
Claro que não me calei. Falar, perguntar sempre foi meu cos¬tume. Protestei. Onde estavam os que combatiam o mal, os defen¬sores do bem? Os preocupados em libertar a humanidade? Era a eles que eu pretendia me juntar para tornar-me um soldado do esforço de redenção.
Engajei-me em alguns movimentos que me pareceram bons, mas confesso que dentro de pouco tempo senti-me tão mal a pon¬to de ter que ser socorrido, sem haver conseguido ajudar a ninguém.
Mais humilde, depois de ter recebido socorro justamente da¬queles que me pareciam mais insensíveis, resolvi observar melhor.
Foi assim que fui aprendendo a sair do exagero a que me ha¬bituara para perceber um pouco da realidade. Como não deixo es¬capar uma boa chance, perguntei certa vez a nosso orientador, es¬pírito jovial e bondoso, sempre alegre, de quem recebera precioso socorro, o que me preocupava:
— Gostaria de ter a mesma serenidade que vocês têm. Como conseguem esse equilíbrio?
— É fácil. União com Deus o tempo todo.
— Seria o ideal. Como fazer isso?
— A certeza de que ele está agindo sempre e dispondo de tudo de maneira certa.
Não me dando por achado, continuei:
— Sempre me disseram que devemos colaborar com ele. De
que forma?
— Sabendo que está agindo. Não obstruindo sua ação.
Não me contive:
— Isso eu sei. Mas e o sofrimento humano? Ajudar as pessoas
não é colaborar com Deus?
Meu instrutor não se alterou, disse simplesmente:
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] depende Há que saber o que será mais adequado. O que ajudará de verdade.
— Aliviar a dor, o sofrimento, não é sempre um bem?
— Deus fará isso sem nossa participação, se isso for o melhor.
— Como assim?
— Você conserva as impressões da Terra ainda muito presen¬tes. Quando libertar-se delas perceberá que a vida no mundo é apenas uma fase de treinamento em que os espíritos brincam com as emoções, descobrindo como funcionam, dessa forma desenvol¬vendo valores verdadeiros do espírito eterno. Cada um só passa pelo caminho que escolheu com suas atitudes, e a vida vai reagin¬do, como mestra incomparável que é.
Um pouco decepcionado tornei:
— Quer dizer que tudo não passa de um treino?
— Um treino produtivo. Eu diria, até, uma brincadeira. Fiquei chocado.
— Uma brincadeira?
— Claro. Afinal, o que fica da vida na Terra ao voltar aqui são
as experiências, com as impressões boas ou não. Com o tempo, as
ruins se desvanecerão, só ficarão as boas. Afinal, quem acredita na
permanência do mal?
Compreendi. Não é que ele tinha razão? A situação na Terra é passageira. Não é que tudo estava certo no mundo? Como trei¬nar bondade sem o assédio do mal? Como desenvolver nossa von¬tade sem as tentações? Como vencer a crosta de nossa resistência às mudanças do progresso sem o concurso da dor? Como lidar com as emoções sem viver uma, duas, tantas existências, vestindo um corpo de carne, treinando situações diversas, aprendendo a desen¬volver nossa força interior?
Não é que eles estavam certos? Tudo não passa mesmo de uma brincadeira. Um faz-de-conta, como numa peça de teatro, onde os atores se repetem em diferentes papéis até o domínio completo de sua arte.
É por isso que agora, diante de tantas baboseiras escritas e pu-bllcadas, posso manter a serenidade e até me permitir certa curiosidade: como a verdade os alcançará?
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Que beleza! Não preciso correr atrás de nada, nem provar nada a ninguém. A verdade é tão divina que agirá por si mesma sem que eu precise fazer nada. Não é um alívio?
Claro que posso continuar sereno, apesar de as pessoas se impressionarem com as letras de forma. Afinal, quem se ilude com elas um dia reconhecerá, decepcionado e aflito, o quanto foi imprudente.
Não é uma descoberta deliciosa? Viver valorizando a vida, percebendo sua luz, sentindo o brando calor da felicidade, não é genial?
Todos podemos ser assim. Vamos tentar?
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:56 pm

Talento
Há quem diga que os artistas são pessoas muito especiais, di¬ferentes das outras, seja pela originalidade de suas ideias, sempre fora do convencional, seja porque eles são confundidos com os personagens que interpretam ou com o género de atividade artís¬tica que resolvem desempenhar.
Desacreditados por alguns pseudojuízes do comportamento mais formal, endeusados por outros, todos eles muito mais ao gos¬to da fantasia, da imaginação do que da realidade.
Essa confusão chega a tal ponto que algumas vezes o próprio interessado acredita no que os outros dizem e acaba por confundir a própria cabeça, mergulhando tanto no faz-de-conta a ponto de perder os critérios da realidade.
O que fazer?
Quem já aprendeu a safar-se, tanto das críticas destrutivas e inconsistentes quanto da bajulação, sabe atravessar a cortina da fama serenamente.
Agora, quem é marinheiro de primeira viagem terá mesmo que naufragar nesse mar encapelado a fim de aprender.
Contudo, eu que já vi e passei por algumas experiências nes¬se mundo, sei que no fim tudo irá para os devidos lugares. Afinal, quem não aprecia o sucesso? Quem poderá esquecer esse fogo in¬terior que arde no mais recôndito da alma e deseja expressar-se de alguma forma?
A energia do talento é tão forte que ninguém consegue sufo¬cá-la por muito tempo. Ela irrompe soberana e consegue agitar multidões.
Aquele que a possui em grande dose é logo notado pelas pes¬soas e torna-se seguido por elas, que desejam beber um pouco des¬sa fonte.
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Sim. Quem tem essa força interior jamais passará despercebi¬do no mundo. Que energia é essa que tem tal poder? Que energia é essa que atrai pessoas podendo passar-lhes suas sensações?
É claro que alguns a possuem em maior dose, mas por pouco que tenha dela, essa pessoa será sempre simpática e bem-vista por todos.
Às vezes, fico pensando: a arte, o talento, é como um néctar que, uma vez experimentado, jamais será esquecido. É uma expe¬riência tão marcante, produz tal sensação na alma que seu possui¬dor abandona tudo para senti-la de novo, para expressá-la.
Quantos, mesmo não tendo o sucesso prontamente, venceram as maiores dificuldades para perseverar em sua arte? Muitos pinto¬res hoje famosos, escritores, músicos, poetas, apesar de não serem compreendidos por sua geração, permaneceram fiéis até o fim.
Pensando nisso, sinto um grande respeito por eles. Mas, ao mesmo tempo, recordando minha passagem pelo mundo, me per¬gunto: Será que, se minhas tentativas não tivessem sido um suces¬so, eu teria continuado? Será que a chama que arde dentro de mim seria tão forte a esse ponto? Será que tenho talento mesmo ou meu trabalho não passou de um treino, uma brincadeira agradável de estudar o comportamento humano?
Vocês podem achar que sou pretensioso, mas a emoção do teatro cheio, dos aplausos repetidos, da alegria nos rostos na pla¬teia, nunca poderei esquecer.
Não sei se o que me move é a força do talento, nem em que nível o possuo, ou é o calor humano, é o amor à nossa gente sem¬pre tão generosa e alegre.
Ah! as perguntas que tenho feito na ânsia de compreender! Tenho comigo a certeza de que nosso progresso, nossa maturida¬de, nossa evolução estão centrados na compreensão.
Compreender significa perceber, avaliar, conhecer, saber, en¬xergar. Por isso, me perco em observações e questionamentos que possam abrir-me as ideias e ajudar-me a entender.
Quem é menos compreendido do que um artista? Cada pes¬soa nos vê através das próprias fantasias. Isso não é fascinante? Claro. Essa ausência de formalidade, a diversidade misteriosa que
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possuímos nos torna livres para expressar o que quisermos. Certo. Não dizem que somos loucos? Quem senão os loucos possuem a li¬berdade de dizer o que sentem?
No artista, no génio, a excentricidade, o ser diferente da maio¬ria, é natural.
Um artista! Que se espera dele senão que seja especial?
É por isso que quando decidi escrever, seja por possuir algum talento ardendo dentro de mim ou pelo desejo do calor humano da Terra que tanto amo, alguns caminhos foram-me oferecidos.
É claro que agora, fantasma no mundo, foi preciso sujeitar-me ao possível. Claro que perambulei pelas coxias dos teatros, ten¬tando inspirar conhecidos e amigos, para transmitir minhas notí¬cias. Confesso que cheguei, diversas vezes, a assustar pessoas ao tentar abraçá-las, falar-lhes sobre meus projetos. Que fazer?
Alguns sentiam minha presença, chegaram a ver-me de relan¬ce, mas ficaram tão assustados que bloquearam completamente nossas possibilidades.
Recordo-me que relutei em procurar um médium. Sabem por quê? Porque sempre tive medo das religiões. O que os homens fi¬zeram com a ideia de Deus é tão perigoso que sinceramente eu não gostaria de me envolver.
Sabem que o fanatismo representa terrível escravidão? Pois é. Julgar-se dono da verdade absoluta, fechar a porta à experiência e aos fatos, separar pessoas, rotulando-as desta ou daquela religião, tem sido causa de grandes tragédias no mundo. Eu não gostaria de utilizar-me disso.
Sabem o que decidi? Continuar a ser artista. Mesmo me uti¬lizando desse correio da mediunidade, contar como as coisas são, como nós as vemos aqui, sem divisão ou preconceitos. Onde os li¬vros perderam a validade e só vale o que eu consigo experienciar. O resto, não desminto nem afirmo, fica guardado na fila da expe¬riência, quando for minha hora. E deu certo, porquanto tenho po¬dido expressar minhas ideias com certa liberdade.
Sabem como consegui? E que eu, que sou muito vivo, encon¬trei um médium que não me cerceou muito. É claro que procurei de todas as formas ajudá-la a abrir mais as ideias. Acham que fiz
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bem? Eu também. Melhoramos juntos. Afinal, não estamos ambos interessados em progredir?
E embora ainda os mais formais estranhem minha maneira li¬vre de dizer, sempre desculparão dizendo: "Ele é curioso, original, era um artista". E eu fico feliz, porque, afinal, ser artista é manipu¬lar a energia divina e com ela atrair, unir as pessoas entre si e apren¬der a sentir a harmonia universal com Deus.
Não acham que tenho razão?
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:57 pm

Reincidência
Há quem critique e até se arvore em juiz das coisas e das pes¬soas sem se preocupar em avaliar atitudes alheias, fatos ou acon¬tecimentos com a relatividade dos humanos pontos de vista.
Claro. Cada um se acredita honesto, verdadeiro e eu até con¬cordo que haja sinceridade nessa crença. Afinal, quem prossegui¬ria em qualquer ato se percebesse estar enganado? Quem desejaria errar? Ninguém, por certo.
O que vale para qualquer de nós é acreditar que estejamos agindo pelo melhor e ainda, quando tomamos uma decisão velha¬ca, quando damos vazão a nossas "espertezas" em prejuízo das pes¬soas, acreditamos que as "vantagens" auferidas sejam para nós o me¬lhor, o mais eficiente ou produtivo.
Aí, vocês por certo estarão protestando. Como?! Eu nunca seria capaz de uma velhacaria. Aliás, esse termo pode estar até em desuso na linguagem moderna, onde ele foi substituído por outros como "vantagem em tudo", "jeitinho", acomodação, etc, mas o sig¬nificado ainda é o mesmo e continua na crista da onda.
Acham que exagero? Nada disso. Se o ladrão não acreditasse piamente que o melhor para ele é roubar ao invés de trabalhar, de¬sistiria da profissão.
Na verdade, nossa falta de experiência empurra-nos para uma dificuldade de percepção, um verdadeiro desvio da realidade, ofe-recendo-nos uma visão distorcida, parcializada.
Como se colocássemos óculos especiais que só nos deixassem enxergar modificadas as coisas que nos rodeiam.
Você acha que não somos ingénuos? Pensa que o homem in¬teligente, às vezes até ilustrado, não se classifica como ignorante? penso que por mais ilustrado e inteligente que alguém seja, SemprI verá muitas coisas que ele ignora. E olhe que não falo de
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erudição ou ciência, falo do comportamento do dia-a-dia e até das pequenas coisas da vida.
O mundo está repleto de pessoas inteligentes e ilustradas, até com dinheiro e poder, que ainda não aprenderam a ser felizes. Tão inteligentes, tão sábias para certas coisas e tão ignorantes e despre-paradas em outras.
Isso não quer dizer que estejamos condenados ao fracasso, nem que um dia não estaremos felizes. Ao contrário. A sabedoria da vida é tão grande que em todos os instantes nos instrui e esclarece de todas as formas.
Pena que nos demoremos a perceber suas lições e por isso, além de perdermos muito tempo, sofrermos mais, retardamos nos¬sa felicidade.
Nossa mania de julgar a priori, sem entender a precariedade humana de nossas condições naturais, normais, porém transitó¬rias, nos coloca como donos da verdade e brigamos por ideias, de¬sejamos impingir nossas convicções como se elas fossem lei, sem pensar que talvez amanhã já as tenhamos modificado.
Não é uma loucura? Mas é verdade. A cada minuto somos submetidos a um verdadeiro bombardeio de fatos, pensamentos, pon¬tos de vista os mais diferenciados, e à medida que abrimos nossa consciência, experienciando, pensando, reagindo, reciclando, va¬mos percebendo ângulos e facetas inesperados e tão autênticos que nosso raciocínio abre-se para novas ideias e conceitos.
Isso é vida. E diante dela podemos sentir que basta alguns mi¬nutos, em determinadas circunstâncias, para romper bloqueios de anos e anos de uma ideia considerada "verdade absoluta" em nos¬sa mente.
É verdade que fatos como esse levaram anos amadurecendo den¬tro de nós para a glória daquele instante.
Todavia, isso vem se repetindo de tal sorte que seria bom co¬locarmos neles nossa atenção.
Afinal, estamos cansados de tantos volteios, tantas idas e vin¬das na Terra e no astral, nesse ciclo doloroso de nossos enganos e ilusões, sempre percorrendo os mesmos caminhos na assimilação morosa de nosso crescimento.
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Principalmente agora, sabendo que está em nossas mãos aconquista da felicidade que sempre sonhamos para o amanhã.
Você duvida? Ainda pensa que sejamos vítimas indefesas de um mundo cruel? Talvez nem tão indefesos, mas certamente peca¬dores e culpados o bastante para comermos o pão que o diabo amas¬sou durante muitos anos?
Você ainda carrega e alimenta dentro de você não só a ilusão de ser o dono da verdade mas também um juiz duro e severo que baseado em valores relativos e transitórios costumeiramente se tor¬na a palmatória do mundo e, o que é pior, seu vigilante inexorá¬vel vinte e quatro horas por dia?
Não é bem assim? Acha que não? Julga-se pessoa equilibra¬da, correta, honesta e virtuosa? Será isso mesmo o que pensa a seu respeito?
Convém parar um momento, olhar com atenção.
A experiência tem me mostrado que quanto maior o rigor em nosso julgamento, quanto mais intransigentes e severos formos, maior é nosso medo de "escorregar".
Claro. Se realmente estivéssemos convictos de que somos amadurecidos, menos precisaríamos estar vigilantes. A vigilância sempre pressupõe receio, insegurança.
Percebi que as pessoas intransigentes, críticas, radicais, alar¬deando poder, sempre são as mais vulneráveis. Incomodam-se com o comportamento alheio porque dessa forma pretendem alcançar a própria segurança.
Ledo engano!
Nesse mundo mutável porém eterno, as coisas nem sempre são como nos parecem.
Acreditariam que a segurança está em abrir a porta? As bar¬ricadas podem nos parecer defesa, mas elas sempre precisam de força para cair e provocam a guerra. Entender sempre será melhor do que brigar.
Depois, a ilusão sempre provoca dor. Querer colocar regras em coisas mutáveis nunca dará certo! Quantas vezes fomos obrigados a reformular conceitos? O triste é perceber quanto tempo consumimos agarrados a uma miragem.
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O que nos dá uma noção mais clara da verdade ? Éé não tentar explicá-la com a cabeça. O que é verdadeiro não precisa de palavras a gente sente.
Aí, você vai dizer que estou sendo sentimental. Pode até ser, porém eu garanto que quando o sentimento é autêntico as coisas ficam claras em nossa cabeça. Tudo fica mais fácil e aca¬bamos por entender que a felicidade pode ser nossa desde agora, se o quisermos.
Não se acredita capaz de vivenciá-la? Não será por causa da severidade de seu "juiz" interior? Não será ele que está lhe dizen¬do agora que você não merece ser feliz?
Cuidado! Você pode continuar dando-lhe crédito. E aí con¬tinuará protelando algum tempo mais sua maturidade. Nunca ou¬viu dizer que, no fim, todos conquistaremos o paraíso?
Está tudo certo, só que eu preciso esclarecer que esse "no fim" significa o tempo que só você decide quando. Quando você per¬ceber que Deus é tão bom, mas tão bom, que deixou tudo à sua es¬colha, compreenderá o que afirmo.
Ele não julga nunca. Apenas espera que você cresça e apren¬da a ser feliz. Para crescer, só é preciso querer, não colocar barrei¬ras, abrir espaço, libertando-se das pretensas verdades e do julga¬mento social.
Liberte-se de seu "juiz" e deixe sua alma livre para sentir e se expressar. O mundo é seguro e Deus cuida de tudo com amor.
Você merece ser feliz, pode, é só cultivar a alegria, o bem e a paz. Não acha que com isso já seria bem-sucedido? Estou torcen¬do por você.
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:58 pm

Decisões
Tomar decisões! Esse é o pedaço em que todos nós nos perde¬mos no dia-a-dia.
Pudera! Nossa cabeça nos parece um ninho de ideias desor¬denadas, de pensamentos tumultuados e sem coordenação. Será que dentro desse contexto conseguiremos entender bem a realidade dos fatos e seguir uma linha razoável de raciocínio?
Certamente não! Ah! Pensar! Quem consegue controlar a ca¬beça? Quem consegue olhar para as múltiplas ondas que passam em nossos pensamentos, sem se envolver emocionalmente?
Conhecendo telepatia, sabendo que estamos todos dentro da mente universal e que por isso nos influenciamos mutuamente, como separar as coisas? Como perceber o que realmente é ideia mi¬nha e o que eu captei de outra pessoa?
Difícil, não? Pensando nisso ultimamente, consultei gente es¬pecializada, aqui no mundo onde eu vivo, e a princípio duas coi¬sas se me apareceram claras: identificação e controle. Identifica¬ção pondo atenção para perceber quando os pensamentos estão agitados, e controle para brecar sempre que necessário.
Conseguindo isso, por certo já estaremos realizando muito em favor de nossa paz interior. Quem já não passou por momentos di¬fíceis tentando segurar a avalanche de pensamentos desagradáveis, sem obter resultado?
Passei por isso várias vezes, tanto aí no mundo como aqui onde vocês até podem achar que eu estivesse livre dessas coisas.
Ledo engano. Que fantasma pode segurar o pensamento? Prin-cipalmente quando baixamos a guarda interior e recaímos no inconformismo ou na falta de confiança na vida.
Há quem pense que pelo fato de estarmos no astral, de já co¬nhecermos a verdade sobre a vida após a morte, estejamos cheios
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de luz, alegria interior e livres dos problemas da Terra. Se fosse ai sim, nem sequer precisaríamos voltar a reencarnar no mundo para aprender.
Na verdade, estar aqui ou aí não muda nossos hábitos. O que muda é só o estado, nada mais. É por isso que em qualquer momen¬to aprender vale a pena. Não importa a idade física quando vive¬mos na Terra, nem o tempo que ainda vamos permanecer por aqui. Aprender significa ampliar nossa consciência. Acrescentar, desen¬volver, adquirir, conquistar. Tudo quanto fizermos nesse sentido será para sempre.
Às vezes, em determinados momentos, a vida apaga de nossa memória certas lembranças, temporariamente, mas elas permane¬cem guardadas em nosso subconsciente e oportunamente nos re¬cordaremos delas.
Ainda nesse caso, será que mesmo guardadas e esquecidas elas não nos influenciam alterando nossas atitudes e comportamentos? Penso que sim. Afinal elas estão lá, nós as incorporamos em nos¬sas vidas.
Mas o bom senso, o que nós realmente precisamos para mu¬dar nossas vidas e sermos mais serenos e felizes, será perceber e conseguir brecar os pensamentos inúteis, negativos que nos inun¬dam a mente.
Sempre que iniciamos esse processo, desejamos detectar de onde veio o pensamento que não queremos cultivar. Será por te¬lepatia? Haverá um agente do qual o captamos ou será oriundo de nosso inconsciente? Confesso que essa pergunta fascinou-me lon¬go tempo sem grande progresso para meu entendimento.
Até que um amigo espiritual daqui onde eu vivo perguntou:
— O que será melhor saber: de onde ele vem ou como mo¬
dificá-lo?
Pensando bem, sempre que eu estava nessa situação o que eu queria mesmo era libertar-me da energia desagradável que vem junto com um pensamento de baixo teor energético. O que eu queria era voltar a me sentir bem, alegre e feliz. Por isso respondi:
— Melhor modificá-lo, vencê-lo.
— Para isso há que identificá-lo.
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— Como?! Você disse...
— Não de onde ele vem mas como eu o captei, como abri mi¬nha sintonia para que ele conseguisse expressar-se. Sem isso, ele jamais me molestaria.
— Pode explicar melhor?
— Claro. Sempre que você perceber que seus pensamentos es¬tão agitados, é preciso parar, fazer silêncio interior, frear. Essa será a primeira providência. Depois, quando estiver mais calmo, ten¬tar recordar que atitude sua facilitou seu ingresso no negativismo. Às vezes, é sua ansiedade em fazer muitas coisas ao mesmo tempo, quebrando a divina ordem do universo, ou a sintonia com fatos ou lembranças desagradáveis do passado, ou mesmo os medos quan¬do você subestima sua capacidade, quando valoriza mais o poder dos outros do que o seu próprio. Cito essas, mas existem outras que cada um encontrará por si mesmo.
— Até agora, você falou só de nós, mas, e quando existe um agente causador? E a obsessão? E o carma?
— Não importa de onde ele venha nem quem o manipule. Ele só o atinge se você permitir.
Protestei imediatamente.
— Isso não! Ninguém permitiria a infelicidade nem o que é
desagradável! Já vi casos de perseguição e de vingança, terríveis.
Sempre dão grande trabalho às equipes de auxílio.
— É verdade! Porém esses casos precisam de permissão de nossos maiores para serem auxiliados.
— Isso é verdade! Nem sempre obtemos sucesso como gos¬taríamos.
— Claro. A ordem Divina sempre será preservada. Ela exige que cada coisa seja feita no momento preciso, quando determina¬do teor de energia é alcançado. Sem isso, nada feito.
— Então o segredo está aí: o teor da energia!
— Exatamente. Já pensou como seria nossa vida, tanto aqui como no mundo, se captássemos todas as influências que estão ao redor?
Compreendi finalmente. Todos nos comunicamos na mente universal, porém cada um tem sua própria faixa de onda, onde se
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sintoniza automaticamente com as influências equivalentes. Cla¬ro que temos algumas especificações na área, isto é, o grau máxi¬mo que conseguimos alcançar na atual fase de evolução e o míni¬mo que podemos suportar, já que para o negativo todos viemos de larga experiência.
É por isso que identificar como sintonizamos com a agitação, o negativismo, o momento desagradável, a doença, etc, incluin¬do a obsessão de agentes desencarnados ou não, será a melhor forma de nos libertarmos. Aprendendo como entramos, fácil será sair: basta melhorar nossa sintonia, pensando melhor, de manei¬ra mais positiva e mais adequada, e logo estaremos livres das in¬fluências ruins.
Parece difícil? Certamente continuará sendo para você se con¬tinuar a julgar-se incapaz e despreparado para vencer na vida. Na verdade, todos somos iguais em oportunidades. As leis universais funcionam eternamente, beneficiando todos igualmente. Ninguém é vítima a não ser de si mesmo. Ninguém é prejudicado a não ser por si mesmo, ninguém fecha a porta à felicidade ou abre ao sofri¬mento a não ser por si mesmo.
Até aí eu vou, posso entender que somos responsáveis por nosso destino. Mas, e as decisões? Como tomá-las? Como escolher o melhor sem as influências dos pensamentos alheios ou sem me ligar com os fracassos passados?
Pensei, pensei e indaguei: será que conseguir conter a agita¬ção mental, perceber como eu me sintonizo com coisas penosas e desagradáveis já não seria um bom começo? Se eu conseguir isso, não estarei em condições de discernir melhor? Acho que sim.
E se depois de tudo eu juntasse a confiança na Organização Di¬vina, a certeza de que apesar de tudo eu posso errar sem culpa, aceitar os remédios necessários à cura e aprender as lições a que fi¬zer jus, tudo será mais fácil.
Ao invés de ficar atormentado ao ter que decidir, saber que o erro faz parte da aprendizagem não facilitará as coisas? Afinal, to¬dos somos donos de nossos pensamentos e podemos mudá-los quan¬do quisermos. Não representa esse um enorme poder? Já pensou nis¬so ! Percebeu o quanto você é poderoso?
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Essa maravilha sempre me impressiona. Apesar de tudo que você faz com você, dos enganos e tudo o mais, a vida está ofere¬cendo sempre o que há de melhor! Nisso ela não transige!
No momento em que você acorda, em que percebe o próprio poder e começa a usá-lo, tudo se transforma para melhor. Tudo muda, até o comportamento dos outros com você!
Não acredita? É pena, porque fazendo isso você protela sua fe¬licidade. Não sente que seria mais vantajoso experimentar? Eu já comecei. E olhe que faz tempo. Pelo menos descobri que funcio¬na mesmo.
Já pensaram que beleza? Eu posso criar minha felicidade! Eu posso afastar de mim a dor, o sofrimento, a infelicidade.
Só em pensar nisso eu me sinto como um semideus, forte, ca¬paz. O que é bom mesmo é sentir que eu posso. Que eu sou digno! Que Deus sempre me considerou como tal ainda mesmo quando eu não sabia.
Como é bom conhecer a verdade! Como é bom saber estas coi¬sas! Vocês não pensam como eu?
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 2:59 pm

A armadilha
Procurando temas para minhas histórias, caminhei largo tem¬po por entre as alamedas floridas do parque, percorrendo com olhos ágeis e espertos o que havia ao redor. Tinha que ser um tema atual, interessante, que fizesse as pessoas pensar.
Claro. Pensar e compreender. Pode haver coisa mais difícil do que essa?
Geralmente vivemos enquadrados em crenças tão arraigadas que dentro delas nos tornamos qual autómatos, como que mani¬pulados por um controle remoto, que no final das contas coloca¬mos dentro de nosso subconsciente.
Você acha que não? Acredita-se livre e de posse de todo o seu arbítrio? Se isso fosse verdade, não teríamos tanta dificuldade em entender as coisas.
Afinal, todos somos dotados de inteligência e a burrice só so¬brevive por causa do que estou afirmando. Sim, porque só quem está robotizado, inserido dentro de padrões estáticos de comporta¬mento, acaba procedendo assim. Isto é, teimando, recusando-se a perceber as coisas como são, cultivando ilusões que por largo tem¬po só lhe têm trazido infelicidade.
O que fazer? Pensar. Aprender a pensar. Você acha que sabe? Você acha que pensa? Será? Não estará apenas racionalizando pa¬drões inadequados, refletindo pensamentos captados dos outros nos quais acreditou, sem conotação com a realidade?
Parece complicado? Não é, não. É até muito simples. O que você um dia pensou, verdade ou não, da forma como você acredi-tou que fosse, ficou registrado em seu subconsciente como umacoisa real, tornou-se um padrão seu. Uma vez feito isso, você passa agir de acordo com ele sem questionar mais sua veracidadeaí pensa. quando aceita, determina uma série imensa de pensa-
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mentos decorrentes que apenas a refletem. Pensar pode significar apenas isso, um reflexo do passado, nada mais.
Quando vejo pessoas radicais, sem o chamado jogo de cintu¬ra que facilita muito nosso relacionamento com os outros, perce¬bo logo que elas não pensam. Não que sua cabeça esteja livre, o que até seria um alívio, mas elas estão apenas rememorando anti¬gos pensamentos, reagindo a eles, certas de que estão "decidindo" tudo de forma adequada. Claro, adequada aos padrões que um dia, lá no passado, ela acreditou que fossem verdadeiros.
Nesse ponto, tenho me perguntado se encher a cabeça de re¬gras e conceitos, nem sempre baseados na realidade, testados de¬vidamente no dia-a-dia, não acaba por dificultar nosso progresso. Sim, porque pelo que tenho observado aqui onde eu vivo agora, os intelectuais, os literatos, os ilustrados são os que mais demoram a aceitar as coisas como são. Permanecem largo tempo envolvidos pelas formas-pensamentos que criaram, imbuídos de que conhe¬cem a verdade, fechados às novas ideias de tal forma que quase sem¬pre precisam de um choque traumático, desses que a vida é mes¬tra em aplicar quando nos demoramos demais para seguir adian¬te, para acordar.
Mas eu não disse ainda o que é pensar. Pensar é olhar as coi¬sas além daquilo que nos parecem ser, colocando indagações, bus¬cando outras respostas além das que já possuímos, na certeza de que ainda nos faltam elementos para conhecer toda a verdade. E, o que é mais importante, testar novas ideias, novas possibilida¬des, procurando descobrir como elas funcionam, experimentan-do-as, vivenciando-as.
Ah! A experiência! Pode haver algo mais didático do que ela? Claro que sempre haverá o risco de não conseguirmos perceber seu total significado. Afinal, somos relativos e esse relativismo sempre modifica nossas necessidades. E é através delas, as experiên¬cias, que tudo nos acontece. São nossas necessidades que determi¬nam esse ou aquele tipo de acontecimento em nossa vida.
Vai daí que compreender esse mecanismo facilita o entendi¬mento. Quem deseja progredir, por certo deve aprender a pensar. Todos os grandes mestres, em todos os tempos, disseram isso. O di-
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fícil é fazer a diferença. E sair dos reflexos e padrões jáadquiridos e aventurar-se a novas impressões.
Escolhi um banco sob frondosa árvore e sentei-me pra ver Ao redor, pessoas caminhavam normalmente, algumas conversando agradavelmente, outras caladas, mas nada observei que pudesse dar-me o que desejava.
— Dá licença?
Olhei o garoto alegre e despreocupado que semesperar resposta sentara-se a meu lado. Não o vira chegar. Fixei-o indiferente. Não me parecia diferente dos muitos adolescentes que conheci a vida inteira no mundo. Forte, rosto corado, olhos alegres e muito vivos, cabelos castanhos e ondulados. Sorriu para mim e, apesar de eu não ser muito tolerante a invasão, sorri também.
Ao contrário do que eu esperava, ele permaneceu calado. Aventurei:
— Está aborrecido?
— De forma alguma.
Olhei-o com o rabo do olho. Se não aparentava aborrecimen¬to, também não demonstrava entusiasmo.
— Você é sempre assim, tão calado?
— Por que teria que falar se não há nada para dizer? — tor¬nou ele com naturalidade.
Senti-me um pouco ridículo.
— Esse moleque está se divertindo às minhas custas — pen¬
sei. — Sei como são esses adolescentes. Mesmo aqui conservam o
espírito de gozação.
Preparei-me para responder com uma repreensão. Afinal, edu¬cação, respeito aos mais velhos, ensina-se em qualquer lugar, mes¬mo no astral. Ele, porém, não disse nada. Calmo, sereno, muito à vontade, parecia não se preocupar com minha presença.
Continuei em guarda. Eu sabia como eles eram matreiros. Eu mesmo, quando era moleque no mundo, divertira-me muito perturbando os outros.
Eu sabia que eles nunca ficavam quietos sem estarem malintencionados Mas se ele pensava que ia apanhar-me desprevinido, estava enganado.
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Decidi contra-atacar. Já que não havia encontrado inspira¬ção, e por certo agora, com ele ali, ela não apareceria, poderia pelo menos exercitar-me um pouco. Claro. Duelar com a juventude sempre nos adestra e atualiza. Penso até que por causa disso mes¬mo é que eles sempre estão à nossa volta no mundo.
Você acredita que ao vir para cá se livra deles? Puro engano. Não sei se porque eles precisam continuar a experiência mesmo de¬pois de "mortos" ou se nós aqui é que necessitamos deles. O fato é que eles estão por aquiIrreverentes. indisciplinados, alegres, ou¬sados, gozadores, tal qual aí na Terra.
Estão decepcionados? Acreditavam que quem "morre" crian¬ça ou na adolescência, aterriza aqui adulto e amadurecido? Eu di¬ria que alguns até têm esse poder. No entanto, com outros isso não ocorre. Claro que o desenvolvimento aqui não acontece como no mundo. O tempo pode ser mais longo ou mais curto, conforme o caso. Para mim, só os mais amadurecidos possuem o poder mági¬co de "morrer" como crianças e acordar adultos. Por isso, ser crian¬ça, no astral, era sinónimo de imaturidade. E dos imaturos poder-se-ia esperar tudo.
Aventurei:
— É melhor ir para casa. Está ficando tarde. Não é bom an¬
dar só por aqui.
Ele sorriu e respondeu calmo:
— Não há perigo. Fique tranquilo. Sem me dar por achado, acrescentei:
— Está aqui há muito tempo?
— Sim.
Como ele não tivesse satisfeito minha curiosidade, continuei:
— Quanto?
Sem parecer molestado, ele respondeu:
— Mais de vinte anos.
— Vinte anos?
Não consegui esconder meu espanto. Claro que o caso dele de¬veria ser muito grave, porquanto, na pior das hipóteses, dez anos seriam mais do que suficientes para reintegrar e desenvolver qual¬quer um, conduzindo-o à fase adulta.
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Senti-me paternal. Afinal, eu era pessoa experimentada. Vi vera muitos anos no mundo, usufruía agora de confortável posição em nossa cidade, conseguindo estudar problemas do comporta¬mento humano e escrevendo para a Terra, desejoso de passar mi' nhãs experiências para todos. Por que não ajudar aquele menino?
Assumi ar conselheiral e disse bem-humorado:
— Qual é seu problema, meu filho? Por que se demora tanto
nessa fase de sua vida? — Não lhe dei tempo para responder e
prossegui muito seguro de mim: — Seja o que for, você pode mu¬
dar isso. Aceitar seu crescimento sem medo. O mundo é lugar se¬
guro, pode crer. Deus está no leme de tudo. Nada de mal vai acon¬
tecer, eu asseguro.
Foi no auge de minha ênfase verbal que, diante de meus olhos atónitos, ele se transformou em um homem maduro e calmo que me respondeu sorridente e alegre:
— Não se incomode comigo. Sabe, sempre que desejo relaxar,
refazer minhas forças, mentalizo minha adolescência. É minha ma¬
neira de renovar as energias, recordar as emoções daqueles tempos,
ligar-me com uma certa ingenuidade, uma pureza, cheia de luz e
de alegria. Desculpe se o importunei, pareceu-me tão só, olhava para
todos os lados e pensei em devolver-lhe um pouco de alegria.
Sorri desarmado.
Abraçamo-nos com sinceridade e ele se foi. Então, só então, percebi o que nos acontecera. Nós realmente não nos tínhamos en¬contrado. Enquanto eu refletia formas-pensamentos aos quais dera crédito no passado, ele também o fizera.
Quantas vezes em nossa vida isso acontece? Quantas vezes, ao encontrarmos pessoas, ao invés de as vermos nós apenas refleti-mos coisas que estão em nossa mente sem nenhuma ligação com a realidade?
Confesso que fiquei preocupado. Pensando em passar para vo¬cês novos conceitos que tenho aprendido por aqui, percebi que, em¬bora já os tenha racional e intelectualmente aceito, ainda não os assimilei verdadeiramente.
Conforta-me pensar que saber disso já é de grande utilidad. De agora em diante, vou estar mais atento às ideias preconcebidas.
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Elas são sempre uma armadilha. Uma armadilha muito disfarçada para nos manter bloqueados e incapacitados de perceber.
De agora em diante, eu vou abrir minha mente. Nunca mais pensar nada de ninguém. Principalmente avaliar o comportamen¬to alheio.
Não acham que, se eu fizer isso, nunca mais vou ficar desapon¬tado? Estou certo que sim.
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O seu poder
A luminosidade da alma se reflete através do sentimento. Conseguir expressar o sentimento da alma é refletir a lucidez di¬vina. É fazer brilhar sua luz.
E importante discernir. É importante aprender a não bloquear essa expressão da energia superior que todos temos. Bloquear a essência é permitir que conceitos mundanos, sociais, não verda¬deiros, programem nossas ações e sejam colocados entre a essên¬cia e a ação.
Agir obedecendo ao mundo, aos conceitos e regras feitos pelos homens, é comandar de forma mentirosa nosso destino, é materializar como realidade ilusões impossíveis, equivocadas, cu¬jos resultados sempre serão inadequados e muito distantes de nossos desejos.
Esses conceitos foram temas de uma conferência a que assisti aqui, cuja forte impressão ainda está muito viva dentro de mim.
Ela se realizou no vasto saguão de aprazível Centro Educacio¬nal, dedicado a orientar os que já estão conscientes de suas neces¬sidades e terão próxima reencarnação.
Éramos mais de cem pessoas, de várias nacionalidades. Como?! No astral há fronteiras de nacionalidade? Por certo. Aqui eu não diria propriamente nacionalidade, mas faixa cultural. Cada país, ;iqui, representa uma faixa cultural do planeta, cujos valores e crenças específicos favorecem o desenvolvimento deste ou daque¬le comportamento.
O certo é que naquele saguão eu percebi várias faixas cultu¬rais e inclusive o lado oriental, o que era novo para mim. Mas, se¬cundo fui informado, agora, na Terra, é hora da mixagem, isto é, da união dessas culturas, que por caminhos diferentes e opostos chegaram ao mesmo ponto.
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A vida é muito sábia e está juntando Oriente e Ocidente para que, havendo essa mixagem, um aproveite o que há de verdadei¬ro na cultura do outro.
A sabedoria, a verdade, sempre será a soma do conhecimen¬to através da peneira da experiência.
Por isso, lá estávamos nós, naquele saguão, sendo preparados para escolher o curso (aqui curso é treinamento) que seria o mais indicado para nós.
Sabem de uma coisa? Eu adoraria poder descrever, mostrar a vocês o que foi isso. Foi muito mais do que uma conversa ou pa¬lestra, na qual o professor falou pouco e as coisas aconteceram ali, diante de nossos olhos.
Um laboratório? Talvez.
Há aqui um aparelho mágico que à medida que você conta uma história ou monta uma, verdadeira ou não, consegue fixá-la, materializá-la numa espécie de tela viva, de tal sorte que ela nos parece estar se desenrolando ali, à nossa frente, naquele mo¬mento, com as pessoas que você imaginou.
Entenderam?
Funciona assim:
Eu vou diante dela, da máquina, e penso em uma história. Claro que nesse ato entram minhas prioridades de desenvolvimen¬to. Não se pode bisbilhotar apenas por curiosidade. O sistema é tão valorizado que só é permitida sua utilização por aqueles que real¬mente estejam interessados e preparados para auferirem benefícios.
Nessa altura, o experimentador já sabe em qual assunto tem maior dificuldade de automatizar e imagina que uma situação es¬pecífica o favorecerá na reencarnação. Então, ali, ele cria mental¬mente tal situação e a máquina, com esses dados, não só materia¬lizará visual e energeticamente o que foi pensado como irá além, mostrando as opções e os resultados.
É inebriante. É fantástico! É uma mágica tão grandiosa que não encontro palavras para descrever. O que sei é que o professor fa¬lou sobre o tema que abordei inicialmente, que representa a base para entender o objetivo a perseguir e a maneira como nos desvia¬mos dele.
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Foi uma experiência inesquecível! Colocar ideias nesse inusi¬tado computador, vivenciar essa experiência foi como se eu tivesse o poder imenso de criar o destino, como se eu fosse o dono de mi¬nha vida. A sensação de poder, de domínio, foi forte e inesquecível.
A consciência do próprio poder, de manipular sua própria vida, é tão real que eu confesso: pela primeira vez me senti como Deus. Guardando o devido respeito ao Criador, foi como me senti.
Ao mesmo tempo, percebendo como os acontecimentos se desenrolam, como a vida trabalha, descobri que no fim, seja pelo Oriente ou seja pelo Ocidente, acabamos sempre nos juntando no mesmo lugar. Que maravilha!
Sabe o que a máquina faz quando assustados pelos resultados notamos que estávamos enganados em nossas prioridades? Ela ape¬nas apaga tudo e na tela aparece a seguinte frase: VAMOS TENTAR OUTRA VEZ?
Já pensaram que bom? Apagar tudo, tentar de novo, de outra forma, começar outra vez, sem problemas nem culpas, simples¬mente tentando aprender algo melhor?
A essa altura vocês devem estar pensando que eu já esteja me preparando para reencarnar. Não é bem assim. O que é a vida aqui senão uma tomada de consciência de nossas necessidades e uma pre¬paração para uma vida melhor?
No momento estou tentando aprender. Eu que sempre fui meio piegas, que embotei muito minha essência confundindo emo¬ções com sentimentos; exigências mundanas com caminhos de crescimento espiritual; formalismo, caráter, com valores reais; en¬fim, que me perdi emocionalmente em vários momentos cruciais de definição de minha vida, desejo aprender bem a diferenciar o que é essencial, verdadeiro, espiritual, das acomodações e obriga¬ções ilusórias do mundo. Estou me esforçando.
Afinal, gosto de aproveitar as oportunidades que me são ofe¬recidas. Não é isso que nos torna ricos? E eu desejo ser rico em se¬gurança, confiança na vida, na bondade e no amor!
Não acham que para eu saber tudo isso ainda vai demorar? Por¬que mesmo experienciando aqui, na segurança e no apoio e na compreensão que estou usufruindo nesta dimensão, eu precisarei
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de toda a minha força na Terra, quando estiver esquecido do pas¬sado, vivendo sob a pressão do meio social.
Finda a experiência, coloquei essa dúvida para o professor:
— Aqui eu me senti seguro. Gostaria de sentir essa seguran¬
ça lá na Terra, reencarnado. Quantas vezes, dentro do corpo, de¬
sejei um sinal, um aviso espiritual, alguma coisa em que me ape¬
gar para tomar certas decisões e não encontrei nada. Ah! Se lá nós
pudéssemos ter uma maquininha como esta, seria ideal! Mas como
não é possível, o que fazer num caso desses? Como saber o que é
essencial?
O professor fez-me um sinal a que eu me aproximasse. Cheguei diante da tela mágica e esperei. Iria ele mostrar-me a fórmula?
— Descreva sua sensação quando estava aqui. Qual foi sua ex¬
periência?
Não contive o entusiasmo:
— Senti-me seguro. Como se eu fosse Deus! Naquela hora, eu
era o dono do poder. Era o criador de minha vida!
Ele sorriu:
— Esse poder é realmente seu! Nessa hora sua essência esta¬va se manifestando. Você conseguiu obter o que essa experiência pode dar: a consciência do próprio poder. Porque é isso que você sempre faz. È o habitual. Lembre-se disso. O poder é sempre seu. Você é sempre um sucesso em criar seu destino.
— Mas, e quando eu fracasso? E quando as coisas dão errado?
— Na realidade, você não fracassou. Você realizou e jogou seu poder de forma inadequada e não gostou dos resultados. Mas se pensar bem, você sempre foi sucesso, mesmo porque não existe fracasso. Existe só o que causa prazer ou dor. Como você percebeu na experiência de hoje, depende de como você usa seu poder, de como você escolhe fazer as coisas.
— Quer dizer que eu já tenho esse poder?
— Sempre teve. Por isso, quando estiver lá na Terra e se sen¬
tir inseguro, é sinal de que você colocou seu poder no mundo, nas
outras pessoas, nas coisas. Você voluntariamente abdicou desse po¬
der e a essa altura você se achará muito "racional", "lógico". Sua
cabeça estará mandando em você e dentro dela estão todas as re-
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gras e valores dos outros nos quais você acreditou. Para tomai seu poder de volta, para liberar a essência e se sentir como Deus, bas¬ta parar a cabeça, os pensamentos e sentir o que vai no coração.
Foi então que percebi que enquanto o condicionamento do mundo trabalha em nossa cabeça, o sentimento divino em essên¬cia está no coração. Calar a cabeça e deixar falar o coração é a fór¬mula mágica que nos liga ao espiritual e a Deus.
Não acham que aproveitei bem o curso? Isso foi tão forte para mim, tão verdadeiro, que estou certo que mesmo reencarnado na Terra irei me lembrar.
Quanto a vocês que já estão aí, por que não experimentar?
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I Retemperando
Às vezes é preciso retemperar as coisas. Por quê? Será que elas foram temperadas desde o começo e com o tempo foram se tornan¬do insossas? Ou será que de tanto degustar perdemos a nuance, nos habituamos ao gosto e acabamos por nos tornarmos indiferen¬tes a ele?
Pois é, a rotina continua a pregar essa peça. E o pior é que nós mergulhamos nela confortavelmente, prazerosamente, e eu diria até com alívio, porque ela nos oferece uma imagem de segurança.
Que ilusão! Nada é mais perigoso e inseguro do que a rotina. Fazer igual acaba por saturar. A mesma comida, ingerida todos os dias, perde o sabor, torna-se insossa.
Vai daí que com toda a nossa "sabedoria" e o desejo de felici¬dade, mergulhamos conscientes e prazerosos na repetição engano¬sa de atos e atitudes.
De onde vem nosso medo de mudar, de buscar o novo, de ex¬perimentar outras situações? Será a preguiça de crescer, de fazer es¬forço para adaptar-se? Ou será a busca da estabilidade, do equilí¬brio que nos projeta justamente no oposto? Será que a vida gosta desses contrastes, conhecendo nossa maneira de aprender, e age as¬sim para nos defender de nossos enganos?
Não sei. Ainda não encontrei resposta clara. O que sei, por ex¬periência própria, é que nada é mais ilusório do que nossa estabi¬lidade. Para nós, o estável é o parado, o que permanece imutável. No entanto, ao que tudo indica, nada é estático no universo. Tudo é movimento, tudo é ação.
De onde será que tiramos esse conceito de que o imutável é o que está parado? Às vezes fico pensando, pensando: será pelo fato de que nossos olhos de carne são tão lentos que não percebem o movimento dos corpos sólidos na Terra? Ou será que mesmo com
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o aparecimento do microscópio, no fundo, no fundo, nós não acreditamos no que vemos?
Sim, porque há o tato. Tatear coisas nos dá a sensação de imobilidade. Segurando um livro nas mãos, sentindo-o, quem pensaria no movimento de seus microorganismos e na coesão de sua estrutura?
Vocês acham que estou sendo muito formal? Bem, nossos con¬ceitos de ciência, aprendidos em nossa juventude no mundo, ain¬da atuam, dando-nos condições de análise comparativa, mesmo aqui, onde os olhos já são outros e os conceitos, muito modificados.
Nossa crença entre estabilidade e falta de movimento talvez venha de nossa incapacidade de perceber e diferenciar a verdadei¬ra estabilidade do que não tem movimento.
E claro que eu poderia dizer que nada jamais está parado, ain¬da que não estejamos percebendo, e aí vocês vão dizer que ela sem¬pre existiu e jamais mudou ou então não seria eternidade.
Será? Será que ela se movimenta mesmo ou tudo está parado e nós é que nos movimentamos, nos tornando conscientes, e va¬mos aprendendo a ver?
Isso tem ocupado meus pensamentos, não para enlouquecer mi¬nha cabeça, claro, mas na vontade de poder situar-me na vida. De poder melhorar meu equilíbrio, porque, afinal, o que eu quero mes¬mo é minha estabilidade emocional, é minha harmonia interior.
Tenho aprendido que, quando percebemos os fatos claramen¬te, sofremos menos. E para ser sincero mesmo, o que eu desejo é ser feliz. Você, não?
Afinal, as coisas são o que são, como são, e nós não temos o poder de modificá-las. Mas temos todo o poder de escolher nosso caminho diante delas e experimentar. É verdade que isso nos as¬susta um pouco e aí vem a vontade do imutável. Mas como conhe¬cer a vida sem viver? Como aprender a lidar com as pessoas sem se relacionar com elas? Como sentir amor sem experimentar emo¬ções e cultivar sentimentos?
Nesses casos é preciso sempre viver. Não se pode conhecer sem experimentar. E como aprendemos pela saturação, isto é, pela repetição, acreditamos estar seguros quando formamos cer-
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tas crenças. Talvez seja por isso que tenhamos associado estabili¬dade com o imutável. O eterno oferece a sensação de segurança. Vocês não acham?
Enquanto o novo nos coloca logo na defensiva, nossa força vem à tona e nos preparamos com dogmas ou frases como "Estou pre¬parado caso aconteça o pior", "Devo prevenir-me no caso de dar errado", "As pessoas são perigosas até prova em contrário".
É aí que a coisa pega. E se eu dissesse que o novo não existe? Que tudo no universo é velho? Que tudo existe desde sempre?
É, eu estou confundindo sua cabeça. Mas não tenho intenção. Sabem em que eu acredito? Que no final das contas, tudo segue tão certo, da melhor forma, que cada um de nós consegue andar den¬tro de seu próprio ritmo, com seu próprio passo, crescer conforme pode, porque essa é, até certo ponto, opção nossa.
Mas eu, que já sei que posso evoluir sem sofrimento, e.scolhi esse caminho. E sabem o que encontrei? Que o maior problema é o medo do desconhecido, como se a vida não tivesse rumo, fosse desmiolada e se divertisse em nos pregar peças.
Você não pensa assim? Não mesmo? Então, por que é que você recorre a seus padrinhos espirituais (sempre muito afamados no mundo), como protetores, nas igrejas ou nos centros espíritas ou até em suas orações?
Não que orar seja ruim. Ao contrário, nos dá forças, nos har¬moniza com as energias superiores, nos ajuda muito. Mas tenho no¬tado que a maioria recorre à oração como seres apavorados e inse¬guros, mergulhando no sagrado, acreditando piamente que os an¬jos ou os espíritos superiores sintam-se realizados vendo-os a seus pés, contritos e humilhados (humilhar-se diante do sagrado é al¬tamente prestigioso, dá ideia de pessoa humilde — e o humilde vai para o céu), solicitando favores, para no dia seguinte ou até antes disso, cometer os mesmos enganos, cultivar as mesmas ilusões, de¬monstrando exatamente sua falta de fé em Deus, ou na vida, ali¬mentando o medo e a insegurança.
Sabem de uma coisa? Foi observando as atitudes de alguns es¬píritos superiores que têm visitado nossa comunidade que eu per¬cebi. Eles são muito serenos e por mais que nós estejamos cheios
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de problemas, tumultuados, eles não perdem a calma. Por quê? Porque "sabem" que podem confiar na vida.
Eles não tentam conduzir ou manipular as coisas nem as pes¬soas. Simplesmente acreditam que a vida tem seu próprio proces¬so e que a eles, caso se disponham a ajudar, compete apenas com¬preender e facilitar esse processo.
E sabem que eles sempre conseguem o que pretendem?
Quanto a mim, o jeito melhor será tentar pelo menos com¬preender como as coisas acontecem. Sei que o imutável se man¬tém através do movimento. Logo, ficar parado é contra a seguran¬ça. Aprendi que seguro mesmo é pôr atenção ao que vai dentrode mim, ao que sinto, para não cair na rotina e na estagnação, para que a vida não precise me arrancar de lá de forma dura e irresistível.
Acham que sou esperto? Sou mesmo. Quando se trata de sal¬var minha pele, sou ágil e atento. Não acham que a inteligência nos foi dada para isso? Desta forma, estando atento, não me per¬mito mais desconfiar da vida.
Como dizer que confia em Deus duvidando dele? Afinal, con¬fiando eu me dou a chance de viver melhor, em paz, sem medo nem insegurança. Por isso descobri o que era insosso em mim. Agora, sem rotina, aprendendo a aceitar o novo, tudo se modifica favora¬velmente. Acontecem coisas inesperadas e agradáveis. E se por acaso vem algo que não agrada, eu posso perceber como me sair me¬lhor da próxima vez.
Esse retemperar das coisas da vida renova o sabor de viver e nos faz fortes o bastante, e, o que é mais importante, nos faz viver melhor e mais felizes.
Não concordam comigo
Ajuisando:?

anccccvazando

Envergando a toga pomposa e negra eu me sentia o próprio Deus! O dono do destino.
Era como se ao dar a sentença eu determinasse como seria a vida daquelas pessoas dali por diante.
Era uma sensação de auto-suficiência, de poder, de suprema¬cia, tão forte que me fez sentir muito importante. Tão importan¬te que todos os detalhes de apreciação dos fatos passaram a ser se¬cundários para mim.
Era tão bom, eu me senti tão à vontade no comando, no jul¬gamento, que nem sequer considerei estar ali pela primeira vez. Mas eu estava.
Quando na Terra, nunca fui juiz de nada. Não que os outros não tenham tentado colocar-me nesse papel, mas eu safava-me de¬les por acreditar não ter nenhuma vocação.
Mas agora, no uso desse poder, percebi como estivera enga¬nado. A volúpia de decidir a vida dos outros, de achar que pode¬ria saber o que seria melhor para eles, deu voltas à minha cabeça. Pudera! Sabem o que eu descobri? Que minha falsa isenção, meu velho hábito de não querer dar palpites na vida alheia não se ori¬ginava de uma lucidez interior, da crença em meus limites natu¬rais, mas da indiferença pura e simples do que viesse a acontecer com eles.
Reconhecer isso foi difícil, confesso. Deixar o papel de homem íntegro, bom, humanitário (humanitário no mundo é aquele que se penaliza, que sofre, com o sofrimento dos outros) e eu não sentia nada disso.
É realmente penoso. Vocês estarão pensando que eu agora op¬tei por ingressar na magistratura. Engano. Eu até nem teria tido essa ideia, não fora por sugestão de meu mestre de teatro.
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Estão surpreendidos? Fantasma fazendo escola dramática? Só que o nome aqui não é esse. Arte dramática é o nome na Terra, onde aliás as pessoas adoram dramatizar, com arte ou sem ela. Aqui, cha¬mamos de Arte de Viver. O que quer dizer, aprender a viver bem, sem dores ou sofrimentos. Eu não disse que havia escolhido esse ca¬minho? Pois é. Agora, estou tentando aprender a viver melhor, sem dor, sem medo, sem luta.
Como?! Quem é que pode viver sem lutar? Como vencer na vida sem a luta? Eu afirmo que nosso desejo de lutar contra acaba inevitavelmente por reforçar exatamente o que desejamos evitar. Nunca observaram isso? É verdade.
Quanto mais força eu ponho em lutar contra, mas estou de¬monstrando minha insegurança. Quando eu acredito em algo, eu sei que é verdade, não preciso lutar.
Mas o curso que estou fazendo é ótimo. É como no teatro. Há um script, com personagens, situação, tudo. Estudamos nossos pa¬péis e vamos ao ensaio.
Confesso que me senti como um peixe dentro d'água. Há quanto tempo eu não representava? Mas se nos teatros da Terra nós fazíamos encenação vestindo o personagem, estudando-o, interio-rizando-o e tentando dar-lhe vida fictícia o mais real possível, aqui tudo acontece de forma bem diferente.
O personagem é que veste nossa personalidade e aparecemos tal qual somos. Era como se eu fosse reencarnado na Terra, hou¬vesse estudado leis e estivesse realmente efetuando um julgamen¬to. Dá para sentir a diferença?
Não é o personagem que nós escolhemos fazer, ou que o tex¬to pede, ou ainda que o autor determinou. Não. É você. Como juiz. Sentindo emoções reais, seus sentimentos, tudo. Não é um faz-de-conta, como nos teatros da Terra, muito embora eu saiba por experiência própria que nossos sentimentos, nossas emoções par¬ticipam também, mas é algo muito mais forte e real.
E se juntar ali várias pessoas, todas dentro do mesmo proces¬so, você perceberá o que pode acontecer. Não é como um psico¬drama, no momento tão utilizado pela psicologia terrena, é mui¬to mais.
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Há algo que ainda não sei explicar, um toque mágico dentro daquela sala cheia de energias e instrumentos especiais que nos sensibilizam, atenuando nossas ilusões, permitindo a afluência de nossa realidade interior. Não como uma catarse fragmentada e es¬porádica, mas como um estado especial de consciência em que nos permitimos deixar as máscaras às quais nos habituamos e, ao invés de representar um papel, libertamo-nos deles. Deu para entender?
É mais fácil para mim pensar que aquele juiz vaidoso, cheio de si, indiferente ao sofrimento alheio, seja apenas um papel que es¬tou representando do que admitir que quando eu deixo de lado aquilo que eu penso ser, os bloqueios e os enganos, eu sou exata-mente assim. Nem mais, nem menos.
Talvez seja por isso, para suavizar um pouco nosso choque com a realidade, que eles usam o teatro. Mas eu, diante do que senti ao participar, desconfiei da verdade. Foi tão forte a sensação brotan¬do dentro de mim que não tenho como me enganar.
Fiquei decepcionado. Eu não era tão humanitário quanto pen¬sava. Não sentiatanto piedade pela dor alheia como desejava. Eu não era tão bom quanto almejava ser.
Vendo-me sério e um pouco frustrado, meu amigo Jaime aproximou-se:
— E então? — indagou — Como foi sua primeira aula?
Balancei a cabeça indeciso.
— Pensei estar melhor. Não sei se estou preparado para esse
curso.
Ele sorriu e disse com certa malícia:
— Vai fugir?
— Eu?! Não — respondi meio sem jeito. — Não é bem isso. Eu pensei que já estivesse preparado para aprender a arte de viver sem sofrer, e sinceramente creio que ainda não estou.
— Por que acha isso?
— Porque descobri coisas nada lisonjeiras sobre mim mesmo. Assim sendo, não posso pleitear a felicidade sem dor.
— Quer dizer que ainda deseja continuar se castigando?
— Eu?!
— Sim. Não pensa que já vem fazendo isso tempo demais?
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— Ê que eu não sou tão bom quanto eu pensavaNão que. goste, sinta prazer em ver pessoas sofrerem, mas eu nãosofro com isso Não consigo sofrer com elas. Sou indiferente. Descobri que vinha fazendo papel de homem bom, fingindo sofrer com eles, sem sentir realmente. O que eu queria mesmo é que os outros me achas¬sem ótimo.
— Por uma primeira aula sinto que você aproveitou muito. Per¬ceber nossos verdadeiros sentimentos abre as portas de nossa luci¬dez, favorece o conhecimento, a sabedoria. E por isso que neste cur¬so nós cuidadosamente utilizamos recursos especiais que por certo afastam as formas-pensamentos que você criou a seu redor. Coisas que você estabeleceu como sua proteção temporária, para que pos¬sa, longe dessas influências, experienciar seus verdadeiros senti¬mentos. Conhecer-se é sem dúvida importante elemento de pro¬gresso. Perceberá que fingir um sentimento de piedade só por con¬venção social não ajudará em nada. Só fortalecerá sua ilusão, sua vaidade. E, um dia, quando menos esperar, notará que dentro de você há sentimentos de amor ao próximo, verdadeiros e profun¬dos, que lhe mostrarão como envolver as pessoas com ele, dando não só o que elas realmente precisam naquela hora mas da ma¬neira como você pode.
Senti-me comovido. Não consegui falar. É que, de repente, eu senti um calor no peito, percebi um sentimento generoso e for¬te de amor, de alegria, de prazer, que me emudeceu. Tive vontade de abraçar as pessoas, cantar, dançar, sorrir. Não é que eu era ca¬paz de amar?
Apertei as mãos de Jaime com força e prometi a mim mesmo que, fosse o que fosse que eu descobrisse sobre mim, eu iria conti¬nuar. Afinal, a verdade é sempre melhor e mais útil do que a ilu¬são. Vocês não pensam como eu?
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I O repolho
Vocês já olharam bem para um repolho? Redondo, pesado, sem espaço a ser preenchido, enrugado, apertado, indigesto, e quando você tenta cozinhá-lo para torná-lo digerível exala mau cheiro?
Alguns defensores ardorosos da ecologia estarão pensando: o que você tem contra o repolho? Ele pode até ser gostoso. Aliás, mui¬ta gente os aprecia. E olhe que há boa variedade deles, roxo, ver-de-escuro, verde-claro.
Eu não tenho absolutamente nada contra ele, partindo do prin¬cípio de que Deus é versátil e há gosto para tudo. Porém, olhando bem para ele, tomando um entre as mãos, não é tal qual descrevi?
Por que a implicância de pensar que eu esteja criticando a na¬tureza, falando mal dele e esteja contra só por ter dito a verdade?
Pois é. A verdade, só a verdade é o que é, sem maldade ou in¬tenções ocultas. Mas, e a malícia? E o julgamento? E aquele con¬vencionalismo tão presente que sem falar nele todos o expressam?
— Não. Ele odeia repolho! Ele disse que é pesado, indigesto,
malcheiroso. Logo, ele o odeia!
E se eu disser que o aprecio, que cozido com arroz fica gosto¬so e sinto água na boca só em falar nisso?
— Como?! Você não acabou de falar mal dele?
Será que pelo fato de eu apreciar o repolho cozido com arroz ele perdeu suas reais características? Ele, cru, deixou de ser pesa¬do, com folhas enrugadas, apertadas entre si e indigesto?
Claro que não. A constatação de uma realidade jamais pode ser um mal.
O que é detestável é a atitude hipócrita de encobrir as coisas, tentar adoçá-las, de dourar a pílula para parecer o que não é.
O ruim é nosso julgamento, colocando adjetivos na verdade, pretendendo com eles criar o que não existe. Às vezes isso é tão
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forte em nós que acabamos por nos tornar incrivelmente maliciosos e excessivamente hipócritas.
Estou sendo rude? Pode até ser.
Mas o que é malícia senão hipocrisia? O que é julgamento se¬não um faz-de-conta?
Na Terra nos habituamos aos faz-de-contas.
Afinal, começar uma nova vida é quase isso. É fazer de conta que somos uma nova pessoa. É vestir o velho personagem com ou¬tra roupagem e experimentar outros papéis.
Mas, como o repolho, nós — apesar do faz-de-conta e da hi¬pocrisia — sempre continuaremos a ser iguais, a conservar as mes¬mas características que tivemos.
Isso seria desanimador, porque apesar do esforço em nos acer¬tarmos no novo papel, ainda seríamos iguais em essência. E, na verdade, temos atravessado reencarnações e reencarnações subs¬tituindo roupagens e papéis, sem mudança substancial.
— Como?! Então tenho sofrido em vão? Não estou me puri¬ficando pela dor? Não é ela que me ajuda a evoluir?
Eu diria até que sim.
A dor é mesmo um chute em nosso comodismo, mas não é só ela que conta.
No fim mesmo, para ser exato e objetivo, o que nos empurra de fato, o que nos faz caminhar realmente é nosso consentimen¬to, nossa adesão, nosso dizer sim à vida.
Acham que estou louco? Que me enganei? Posso provar o contrário.
Você pode atravessar décadas e décadas nessa de pensar que a dor purifica, sem avançar um milímetro em sua evolução. Como você faz isso? Fácil.
Para que a dor possa purificá-lo, é preciso que você carregue a culpa, seja lá do que for. Logo, acreditar nisso é sentir-se peca¬dor, errado, culpado. E enquanto você pensar assim, sua força está acovardada. Você não tem nenhum poder. Você é uma pessoa fra¬ca, vítima do destino.
A vítima não tem maturidade, o inseguro não tem força. O que precisa purificar-se é o incapaz, o errado, o malvado.
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Tenho observado e aprendido aqui que a maturidade não é nada disso. O adulto, o homem maduro, o sábio, coloca sua força a ser¬viço de seu próprio progresso. Ele sabe que o erro garante a apren¬dizagem e não se sente culpado por isso. Logo, não necessita puri-ficar-se de nada.
Aqueles que não percebem isso gastarão larga cota de tempo, vestirão personalidades diversas em múltiplas encarnações, sempre vivenciando a dor, até que um dia descubram sua inutilidade. Aí ela desaparecerá, e então realmente o progresso foi verdadeiro, aconteceu.
Acham que estou sendo otimista? Que eu exagero? Pelo con¬trário. Diante do que sei e estou aprendendo aqui, eu diria que es¬tou sendo até muito discreto. Bem que eu gostaria de dizer tudo, mas qual o quê, nem pensar. Nesse caso, o excesso de remédio po¬deria matar o doente.
Se vocês duvidam até do pouco que estou contando, como ir além? É claro que eu pretendo conseguir mais. Não sou conforma¬do, sempre desejo ir adiante e diminuir um pouco a distância en¬tre o real e o irreal.
Se eu dissesse que esses valores estão invertidos no mundo, vo¬cês acreditariam?
Sabem que o que vocês aí colocam como sendo o real, físico, palpável e seguro é exatamente o irreal, o passageiro, o transitó¬rio, o que "parece" ser? Pois é. E o que está distante de vocês, o mun¬do energético, a movimentação dos elementos, as outras dimen¬sões em contato com a Terra, o corpo astral, a troca de experiên¬cias sensoriais, que vocês consideram como irreal é o que existe, é o efetivo, o estável, o verdadeiro.
E muito louco isso?
Parece, mas não é. Porque mesmo um simples repolho pode ser muito mais do que parece na realidade da Terra. Mesmo sen-do para vocês pesado, indigesto, apertado, enrugado, redondo, eti -, ele, em suas fibras, tem capacidade energética de expulsar
Do corpo humano determinados tipos de amebas astrais e tonificar o elemento peristáltico, e isso só para falar na área corporal terrena
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Agora os ecologistas vão dizer que estou me redimindo, fa lando bem dele quando estou apenas relatando um fato, algo real e definido.
Claro que há o lado bom. Afinal, na vida só existe o bem. As¬sim sendo, quem se atreverá a acreditar no mal? É por isso que per¬ceber como é, o que é, sem adjetivos ou conclusões apressadas, sempre será estar com os pés no chão. E quem está plantado com a verdade está garantido contra as desilusões e as decepções.
Vocês não pensam como eu?
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Embarafustando pela sala um tanto afoito, nem sequer perce¬bi que estava retomando um velho comportamento que tinha no mundo. Só quando diversas pessoas voltaram-se para me olhar foi que, qual menino travesso surpreendido em falta, perdi o jeito, indo postar-me discretamente, o que não era de meu feitio, a um canto no fundo da sala.
E que a emoção e o entusiasmo foram tamanhos que a eufo¬ria tomou conta de mim. Pudera. Não era sempre que eu tinha oportunidade de presenciar um espetáculo como aquele.
Embora muitos aqui pretendam copiar nossos instrutores dos planos superiores, sempre serenos e equilibrados, eu ainda não consigo.
Quando vibro com alguma notícia ou sinto alguma emoção forte, não posso conter-me. Permito-me desfrutá-las no encanta¬mento do novato que se deslumbra e gosto de expressar o que me vai na alma, e isso, por vezes, atrai a atenção dos outros.
O que fazer? Tenho aprendido muito, porém ainda não pen¬so que seja bom dominar a emoção a ponto de sufocar o entusias¬mo. Sinto que se eu fizer isso perderei o prazer de viver.
Pensando assim foi que eu disse que muitas pessoas por aqui copiam a serenidade de nossos instrutores e eu percebo que aca¬bam se tornando indiferentes ao invés de serenos, empobrecidos ao invés de felizes.
Não que nossos instrutores sejam tudo isso. Ao contrário. Eles são muito ativos, entusiasmados e seguros. Possuem a segurança da experiência e do conhecimento, a certeza da fé. Têm consciência. Sabem. A serenidade deles vem dessas conquistas. É natural.
E apesar de compreender que eles estão mais adiantados, que são mais conscientes do que nós, há muito descobri que ainda não
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somos como eles. A princípio, também desejei imitar-lhes as ati¬tudes. Cedo compreendi que quando forçava uma atitude conten-siva, obrigando-me a conter e sufocar minhas emoções, acabava por cortar toda motivação e alegria.
Claro que há muito tenho estado atento para perceber o teor das emoções que sinto e não deixo por menos. Quando elas são desagradáveis, ao invés de expulsá-las drasticamente procuro olhá-las na intenção de discernir os fatos que as determinaram, sem julgamento.
Isso tem contribuído para eu perceber como entro nesses es¬tados depressivos e posso ir me livrando deles.
Acham que sou condescendente comigo mesmo? Se eu, que posso saber o que me vai no coração, não fizer isso, quem não ten¬do essa possibilidade conseguirá fazê-lo? Dentro de nosso relati¬vismo, como ser radical sem ser injusto? Já notou o quanto você exige de si mesmo?
Eu também fazia isso. Era um juiz severo e exigente cobrando de mim atitudes que eu ainda não sabia como fazer.
O resultado era viver sempre frustrado e me achando sem ca¬pacidade. Haverá causa mais desmotivante do que essa, de julgar-se inábil, incapaz e menos do que se é?
É o orgulho que exige que nós façamos mais do queaquilo que já sabemos fazer, acenando com modelos de superioridade e perfeição.
Sabem de uma coisa? Desde que humildemente resolvi não ser mais do que sou, descobri que em muitos aspectos eu já sou bas-tante bom. Já sei fazer. Já posso dizer e fazer.
Isso é gratificante e me dá a certeza de que as outras coisas, aque¬las que eu gostaria de saber mas ainda não tenho habilidade, virãonaturalmente com o tempo, desde que eu continue ativo e atento fazendo o que já posso.
Não é formidável? Foi por isso que eu, apesar da euforiamuito exagerada e do embaraço dos primeiros momentos, saí do cantinho não( me recolhera e fui tomar assento na primeira fila.
Apesar de lotado o salão, a primeira fila estava vazia. Olhei
A cadeira«não estava reservada, tomei assento. Acham que fui
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atrevido? Que desejava chamar a atenção? Nada disso. O que eu queria era ver de perto, não perder nada.
Agora, depois que eu descobri o quanto a vaidade me limita, mudei a atitude. Fiz o que sentia. Respeitei meus sentimentos de fã entusiasmado.
E foi bom, porque outros companheiros que queriam, porém não ousavam, tomaram assento logo depois, com olhos brilhantes de entusiasmo.
Naquela tarde eu havia voltado de uma excursão de trabalho e logo ao chegar em casa ligara meu aparelho receptor para ver as novidades. Então, vira a grande notícia. De passagem por nossa ci¬dade, Isadora Duncan daria uma sessão no grande salão de arte.
Seria a única apresentação e os interessados poderiam dirigir-se à administração para conseguir um lugar.
Senti-me eufórico. A grande Isadora, a quem eu em minha ju¬ventude vira em Paris e me arrebatara com sua arte maravilhosa! Essa eu não poderia perder. Apressei-me, porquanto a tarde finda¬va e estava quase na hora.
Preparei-me rapidamente e fui pessoalmente à administração. Foi difícil, devido ao grande número de pessoas, e quando finalmen¬te consegui estava na hora de começar. Como não ficar eufórico? Como não recordar a juventude, a viagem, o espetáculo, a famí¬lia, o entusiasmo passado, enfim, tudo que essa presença represen¬tava em minha vida?
Passei os olhos pelo salão lotado, já agora sem um lugar vago. Havia expectativa e curiosidade. As pesadas cortinas ver-de-musgo do palco estavam cerradas e eu me perguntava como seria o espetáculo.
A sala escureceu, o silêncio se fez. A pesada cortina desapa¬receu e em meio à escuridão do palco surgiu uma névoa prateada que foi crescendo e aos poucos tomando uma forma de mulher. Lentamente, seu rosto, seus braços e seus pés foram emergindo da¬quela névoa prateada que se transformara em delicado e diáfano vestido, apareceram translúcidos e coloridos como uma estátua de biscuí. Foi deslumbrante, e o público aplaudiu freneticamente, ex¬plodindo num entusiasmo inenarrável.
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Formas coloridas de pessoas com seus instrumentos dançavam no ar, nesse palco fenomenal, executando a mais linda melodia que meus ouvidos já ouviram.
Quando ela, deslizando, aproximou-se da plateia curvando-se em saudação graciosa, as longas e lindas mãos estendidas, eu delirei. Aquilo não era real. A beleza era tanta que senti vonta¬de de rezar.
Ela começou a dançar e dela emanavam luzes coloridas enquan¬to seu corpo tomava lindas e expressivas formas, desaparecendo e reaparecendo, expressando sentimentos de luz e beleza tão eleva¬dos que energias coloridas e luminosas nos atingiam e emociona¬vam sensibilizando-nos a alma.
E eu fiquei ali, mudo, enquanto durou aquele espetáculo ines¬quecível, esquecido de tudo, deixando as lágrimas correrem livre¬mente pelo meu rosto, numa felicidade intraduzível.
Quando terminou e ela curvando-se acenou adeus, da plateia silenciosa e extasiada saiu uma energia de um rosa brilhante mis¬turada ao lilás suave, que a abraçou com carinho. E eu, que esta¬va na primeira fila, pude ver que nos olhos dela, brilhantes de emo¬ção, duas lágrimas rolaram qual pérolas de gratidão e de amor.
E eu compreendi que a serenidade dos iluminados como ela não exclui o sentimento e que expressá-lo pode ser o elo de união entre as criaturas.
Diante de tanta grandeza, beleza, amor, como não agradecer? Como experimentar tantas e elevadas emoções sem reverenciar a vida, a felicidade de viver?
Eu continuo pensando que a arte é a manifestação mais pura e real da espiritualidade.
Não pensam como eu?
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O clandestino
Acho interessante a maneira como algumas pessoas reagem ao tomarem contato com os fenómenos da vida.
A reencarnação, a sobrevivência do espírito após a morte e as inevitáveis perguntas sobre o que acontece no "depois" intrigam e fascinam. Quando na Terra, quem não tem essa curiosidade? Sem falar dos descrentes, porque há muito já deixei de perder tempo com eles, na certeza de que tudo acontece no momento certo. Prefiro observar os que acreditam ou pelo menos estão na iminência de per¬ceber essa realidade.
É tão belo o despertar da consciência no desenvolvimento de uma percepção mais clara, que eu adoro trabalhar nesse setor. Para mim, é como um parto bem-sucedido. Eu me lembro que, quando estava no mundo e podia presenciar esse milagre, ficava maravi¬lhado todas as vezes. E quando me graduei e precisei optar pela es¬pecialização, fiquei meio balançado entre a obstetrícia e a pedia¬tria, e como precisava decidir, optei por esta última com pena. Po¬rém, me pareceu que a criança, tão delicada e indefesa, necessita¬va de um apoio maior.
Mas o milagre da vida é tão fantástico que mesmo agora, na realidade onde me encontro, ou talvez até por isso, continua me comovendo e adoçando meu coração. É como se eu nesses mo¬mentos liberasse a parte melhor e mais bela de meus sentimentos.
Ver uma pessoa desenvolver a consciência, despertar para a rea¬lidade cósmica, começar a perceber novos horizontes, outras rea¬lidades mais belas e mais gratificantes, melhorar o senso do belo, perceber a sutileza dos sentimentos nobres e delicados, a geniali¬dade da criação, é como renascer para a vida.
É o milagre de uma nova experiência em nível mais alto e muito mais feliz.
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É atirar para longe como veste inútil a lista de sofrimentos que a ignorância atrai e promove, para em troca descobrir a ale¬gria, a bondade, o amor, a espiritualidade, a eternidade.
Acham que estou sendo lírico? Claro que sim. Como não es¬tar, no momento mesmo em que, entusiasmado e satisfeito, obser¬vo tantas pessoas maduras para essas conquistas?.
Hoje tornou-se mais fácil para nós, os "fantasmas", a comuni¬cação com a Terra. Afinal eu sempre acreditei que se tivéssemos o apoio dos meios de comunicação tudo se tornaria mais fácil.
Na era da eletrônica, da televisão, da informática, de todos os recursos modernos de locomoção, dos satélites e tudo o mais, por que não utilizarmos esses meios?
De início não foi nada fácil.
Apesar da insistência de grandes autoridades de nosso pla¬no, os homens que dispunham desses recursos, esquecidos do que haviam combinado quando estavam aqui, não queriam nem ou¬vir falar em nós, como se isso os desacreditasse diante da opinião pública.
Contudo, não desanimamos. Usamos todos os recursos da persuasão. E, afinal, conseguimos algumas vitórias. Eu digo con¬seguimos porque tenho participado tentando envolver e interes¬sar vários conhecidos meus — desse meio e que ainda estão na car¬ne — a colaborar.
É verdade que as tentativas ainda são tímidas, mas elas au¬mentarão, porquanto muito mais do que nosso limitado poder de persuasão é a própria vontade popular, mola-mestra dos interes¬ses deles.
Os ibopes, as pesquisas tão em moda no mundo têm umaforça ¬ imensa nos projetos deles. E isso agora já vai ficando claro, por¬quanto o momento mágico chegou. Há muita gente madura para compreender esses fenómenos e eu diria mesmo que a sensibilida¬de das pessoas está à flor da pele e não vai dar mais para conter o processo.
É grande o número de sensitivos no mundo, e isso é condição natural do estágio em que a civilização terrena está.
E vocês perguntarão:
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— E a dor? E as misérias do mundo atual? Não indicam um retrocesso?
Claro que não. O que é a dor senão um alerta da necessidade da mudança? Como a criança que ficou calmamente no ventre materno durante nove meses de gestação e que na hora de nascer quer se soltar, abrir os caminhos para viver, assim a alma que não deseja mais permanecer como está, sente a necessidade da mudan¬ça, quer ver a luz. Procura novos caminhos e essa atitude provoca atritos e dor naqueles que desejam perpetuar as coisas e estacionam na ignorância.
Chegará o momento em que na Terra não haverá mais lu¬gar para eles. No entanto, a dor é muito eficiente como meio de sensibilização.
Esse recurso do qual a vida se serve para vencer a resistência e a teimosia de alguns é utilizado em último caso, quando foram esgotadas todas as formas de provas viáveis e quando as pessoas já estão preparadas e poderiam fazer melhor e não fazem, puramen¬te por medo ou até por seguirem mais a "lógica" da cabeça e me¬nos os sentimentos do coração.
Sabendo disso, vocês não acham que a dor e todas as coisas terríveis que assolam a humanidade atual sejam prenúncio de mudança? Um recurso para acordar os retardatários que teimam em ignorar certas coisas e preferem aceitar e manter valores ultrapas¬sados, que não servem mais para eles?
Pois é. Pensem nisso antes de julgar o que vai pelo mundo. Mas, por outro lado, aqueles que estão acordando devagar imaginam coisas e as tomam como verdadeiras.
Sobre nossa vida no astral, sobre nossos costumes e até sobre a reencarnação. Devo convir que a criatividade humana é inacre¬ditável. Tenho ouvido coisas fantásticas que assustariam um fan¬tasma que fosse mais inexperiente do que eu.
Conforta saber que muitos procuram informações a respeito, com bom senso e disposição.
Onde a confusão é maior, envolvendo até pessoas bem inten¬cionadas e grupos de estudos interessados, é sobre julgamento. Ti¬nha que ser. Afinal cada um, sempre que escolhe, aciona seus con-
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 3:02 pm

juntos de valores e nesse caso a vivência e a noção de realidade de cada um é o que conta.
Nessa de julgamento todos já embarcamos. Uns mais, outros menos, mas como temos muito medo do desconhecido queremos logo classificar, aferir, julgar.
Nesse esforço vamos muito além do discernimento puro e sim¬ples, que seria o mais adequado. Entramos no julgamento, colocan¬do rótulos nas coisas e nas pessoas, e eles é que, uma vez automa¬tizados em nosso subconsciente, são responsáveis por nossa resis¬tência ou teimosia.
Nesse conceito, tudo quanto fazemos passa pelo julgamento. Disso resultou o carma, palavra tão discutida e sobre a qual se co¬metem tantos enganos.
As pessoas confundem esse processo com aplicação de justi¬ça, muito natural para os que são julgamentosos e muito fatalista para os que não o são.
Afinal a verdade é outra. Vocês acreditariam se eu lhes disses¬se que seu destino está em suas mãos? Que você tem o poder para criá-lo e mudá-lo quando quiser?
A evolução é mestra e transforma tudo. Quando você se tor¬na mais consciente, percebe isso e descobre que todo poder em re¬lação a sua vida está em suas mãos.
Não acreditam? Parece mais fácil culpar Deus, a vida, asociedade o governo, seja lá quem for, por seus dissabores? Claro. Se vocêadmitir que você é o responsável por sua vida, por seu destino e que tudo quanto lhe acontece foi criado por você, terá que reagir, to¬mar providências, fazer algumacoisa, e nesse caso eu pergunto: II i. M |ue você quer? Será que não prefere continuar culpando os outros para não ter que mudar?
Esses questionamentos são comuns naqueles que estão maduros para abrir os olhos à realidade. Assim sendo, carma é o destino que criamos para nós e vai continuar da mesma forma se não MMUDARMOS nossas atitudes. Tirando a causa, o efeito desaparece.
tenho visto que algumas pessoas gostam de complicarfazer drama e colocar-se como vítimas de um destino cruel. Nesse caso, quem poderá impedir que as tragédias ocorram em suas vidas?
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Alguns até dirão que elas sofrem porque estão "pagando" suas culpas. Pode haver pensamento mais ilusório do que esse? Além de julgar Deus como vingativo e cruel, que "cobra" a dor com a dor, atrai para a pessoa sofrimentos evitáveis.
Afirmam eles que depois de "purgar" suas faltas eles serão fe¬lizes na eternidade.
O que eu tenho visto é que quando, depois de muito sofrimen¬to na Terra, o espírito chega aqui, vem em péssimo estado, com o corpo astral necessitando socorro, em difíceis condições.
Então a dor não purifica? Não eleva? Não. A dor serve para quebrar a resistência, acordar, diluir ilusões, abrir caminho, des¬truir a couraça de rótulos e fantasias que a pessoa criou. Depois dis¬so, só depois é que, dependendo da reação de cada um, é que se pode ajudar.
A dor é o remédio que ajuda a amadurecer, abrindo a mura¬lha de nossos preconceitos. Cuidado com a crença de que a dor re¬dime, porquanto se você não mudar sua forma de discernir, man¬tendo essa atitude, ela voltará mais forte e mais ativa.
A vida é mais simples do que se pensa. Eu diria até que ela é tão sábia que chega a surpreender. E acaba com a confusão das pes¬soas sobre reencarnação, carma, julgamento, etc.
A propósito, quando mencionamos vidas passadas, não temos obrigatoriamente que "encaixar" em nosso passado todas as pessoas da família.
Como?! Então não estamos juntos para ressarcir o passado? Aquela mãe implicante não me matou na outra encarnação? Aque¬le parente relapso e desequilibrado que me causa prejuízos não é alguém a quem eu prejudiquei em outra vida e preciso tolerar?
Em alguns casos, até pode ser, porém há muitas possibilidades de não ser. Ele pode ter sido atraído por você, por uma atitude sua, e ter ingressado em sua vida agora.
Acha que não? Que não há clandestinos em sua família? Que necessariamente todos os seus são ligados a você por laços de vi¬das passadas?
Tanto pode ser como não. No entanto, o que eu gostaria mes¬mo que você soubesse é que todos, isso mesmo, todos os que con-
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vivem com você, familiares, amigos ou não, pessoas, situações nas quais você está envolvido, foram atraídos por sua energia, por suas crenças e atitudes.
Como?! E os do passado? Não nos comprometemos uns com os outros? Claro, mas não só a atração como a manutenção do re¬lacionamento ou das situações só permanecem e vão existir enquan¬to você mantiver a crença que os provocou.
O dia em que você descobrir como você criou e atraiu certas coisas em sua vida e mudar a atitude, elas se modificarão. Deu para entender? Percebeu como você é poderoso? Como você é forte?
E como eu gosto de você e desejo que caminhe depressa, ar¬risco uma sugestão: não queira assumir os problemas alheios nem com intenção de ajudar. Se puder prestar um favor, faça-o, faça-o e esqueça em seguida, porque nessa de salvador do mundo você po¬derá sem dúvida atrair vários clandestinos no barco da existência, com os quais estará comprometido e com os quais não desejaria com¬pactuar.
Afinal, ser o responsável por nosso destino já dá o que pen¬sar. Cuidar de si mesmo é um trabalho muito importante. Não concordam comigo?
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inversão
Nas possantes asas do pensamento eu caminhava velozmen¬te. Quem não o faria? Pensar é fácil, imaginar é tão bom, princi¬palmente quando sonhamos alcançar o que valorizamos.
É aí que as coisas ficam confusas de vez em quando. Por que nos iludimos com facilidade, fantasiamos acontecimentos e situa¬ções que nem sempre concorrem para nossa felicidade?
Afinal, no fim de tudo, o que conta mesmo é a felicidade. Seja qual for nossa posição, não é o que todos procuramos? E se não a encontramos como pretendemos, é porque partimos de uma visão distorcida da realidade.
Aliás, digo isso não para criticar mas apenas para notar que a lucidez, a percepção da realidade são fatores importantes para al¬cançarmos nossos propósitos.
Ser feliz é o que importa e se às vezes negamos que esse seja nosso maior objetivo, para não parecermos egoístas mostrando in¬teresse pelo sucesso, saúde, bem-estar, esse fato toma-se claro como determinante de todas as nossas atitudes na vida.
Pena que ainda sintamos medo de assumir essa verdade e nos perdemos em rodeios desnecessários gastando tempo e suor, dan¬do voltas para no fim chegar ao mesmo lugar, por um caminho mais longo e complicado.
Mas isso é conquista e experiência de cada um e não é de se lamentar, porque tudo na vida corre sempre certo e pelo me¬lhor. Não concordam comigo? Acham que estou sendo otimis-ta em excesso?
Afirmo que não. Ser otimista na Terra é sempre insuficien¬te diante do quadro negativo e ilusório criado pelos homens e pela sociedade. Aí vocês vão dizer que eu digo isso porque estou bem, afortunadamente dispondo de recursos de inteligência e cul-
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tura, ajuda espiritual, etc, etc, o que não ocorre com a maioria dos terrestres.
E não faltará por certo aquele que colocará uma lista imensa de dados, mencionando hospitais, crianças, tragédias, limites, cruel¬dades, ódios, guerras, ambições e toda sorte de problemas que as¬solam o mundo.
Esquecem-se de que fui médico na Terra? Que perambulei por hospitais e tive contato com a dor, não só quando vivia na carne mas também agora tentando prestar serviços àqueles que preci¬sam? E olhe que eu faço isso porque ser útil, cooperar com o pro¬gresso, com o bem-estar de todos é muito bom e agradável. Traz alegria ao coração perceber que as crianças crescem, que os espí¬ritos progridem e aprendem a cada dia, tornando-se mais capazes e felizes.
É uma utopia? Não penso assim. Sabem por quê? Porque sei que o progresso é lei da vida e nada é mais verdadeiro e efetivo do que ele.
Por isso, não acredito em dramas, nem em tragédias, embora lamente que pessoas ainda as alimentem e reproduzam.
Sentir o prazer de ajudar, cooperar, progredir, é altamente mo¬tivador. Pena que quando estamos no mundo nos deixemos fasci¬nar pelo que parece e não pelo que é. Entramos na mente social, metemos os pés pelas mãos, para acabarmos desiludidos e tristes, acabrunhados e desmotivados, descrentes e indiferentes aos sofri¬mentos e necessidades dos outros.
Aí vocês vão dizer:
— Mas não foi você mesmo quem disse que as tragédias são ilusórias?
O que eu disse é que as pessoas podem escolher outro cami¬nho e aprender de outra forma, não precisando necessariamen-te de tanta dor e tanto esforço para tornarem-se maisconscientes. Só isso.
Olhe que eu falo porque nestes anos todos aqui, onde tenhoprocurado cooperar e prestar serviços à comunidade (sinto prazer entrei em contato direto com pessoas que na Terra têm desejo e se dispõem a ajudar os outros. Seja prestando ser-
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viços voluntários em obras filantrópicas, seja cooperando profissio¬nalmente para o mesmo fim.
Engraçado é que na Terra as pessoas costumam separar a aju¬da. Acreditam que a verdadeira ajuda, a mais nobre, seja o tra¬balho voluntário não remunerado. Isso é conceito muito mate¬rialista e terreno. É limitar a cooperação e a fraternidade ao de¬sejo de uns poucos e muitos deles inexperientes nas atividades de auxílio.
A fraternidade, a cooperação, a ajuda efetiva vai muito além disso. Envolve todas as coisas.
Os espíritos superiores não condicionam sua cooperação aos pobres e acanhados critérios da sociedade terrena. Vão muito além. Eles valorizam tudo que pode contribuir para o progresso do espí¬rito e esse conceito inclui tudo que acontece no mundo.
Não separa pessoas pelo rótulo religioso nem pelo dinheiro que elas possam movimentar. Aliás, ao contrário do que a maioria pen¬sa aí, o dinheiro, o poder político, o conhecimento, o potencial de um líder, a capacidade de fazer e criar coisas, desde que favoreçam o desenvolvimento do ser humano, são altamente cotados com nossos superiores.
Estão surpresos? Um milionário, um empresário, um banquei¬ro, poderão "entrar no reino de Deus"? Se eles corresponderem a esse objetivo, claro que sim. Não conseguirá esse aval o rico que ainda não aprendeu a fazer o dinheiro circular e apenas o enterrou na inutilidade. Mas até esse conceito, aqui, perde o caráter que a ele se dá na sociedade terrena, porque o usurário, mesmo iludido, consegue apenas atrair experiências que o ensinem a enxergar a fun¬ção nobre do dinheiro.
Aí vocês dirão:
— E as pessoas que ele prejudicou, que ele explorou?
O empresário que fez o mesmo com seus empregados não es¬taria no mesmo caso? Tanto um como o outro, segundo as leis uni¬versais, prejudicaram apenas a si mesmos, gerando experiências desagradáveis para o futuro. Quanto às pessoas que se deixaram lesar por eles, atraíram essa experiência para si, porque permitiram, aceitaram esse domínio.
106

E atrás desse processo sempre há a falta de vontade, o desejo de viver pendurado nos outros, no pai, no patrão, no governo, na família, etc. E, nesse caso, o melhor para eles é experimentar essa situação até que percebam que possuem poder e força para esco¬lher e fazer o que quiserem de suas vidas.
A vida na Terra nada mais é do que um treino onde nos ma¬triculamos por certo tempo, para desenvolvermos nosso potencial de espírito eterno.
Por isso há tantas e diversificadas experiências no mundo. E nesse laboratório o importante é desenvolver a consciência. E para isso há que estar atento, sentir, buscar.
A sociedade criou regras para disciplinar a comunidade. Po¬rém os homens estabeleceram valores muito distanciados da rea¬lidade. Eu diria, mesmo, completamente invertidos daquilo que são. Quem se dispõe a ajudar o outro deseja fazer por ele, e esse en¬gano tem levado muita gente bem intencionada ao fracasso.
Prestar serviços voluntários em uma igreja, em um hospital, em um centro espírita, é nobre e valioso. Porém, por mais que a pessoa se dedique desinteressadamente "sem recompensa", ela fica feliz em perceber que sua intervenção foi bem-sucedida. Isso é na¬tural e alimenta a motivação. Mas nada mais triste do que manter um orfanato por trinta anos para depois chegar à conclusão de que não preparou bem as crianças para enfrentar a vida em sociedade e quando elas saíram, despreparadas, tornaram-se presa fácil para a dor e o desequilíbrio.
Por isso, como a mãe ou o pai que prejudicam os filhos com superproteção, enfraquecendo-os e tornando-os frágeis para viver em uma sociedade competitiva, a ajuda também vai muito além do donativo, seja de que espécie for.
E embora ele seja útil, em alguns casos revela apenas falta de ronfiança no potencial de quem recebe, diminuindo suas chancesde desenvolvimento, simplesmente confirmando e atestando uma incapacidade na qual a pessoa acredita e que foi a causa de ela estar carente.
Perceberam como vemos aqui? Por isso, na Terra todos os que têm rendimentos, os grupos, sejam de que espécie forem, são medi-
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dos e auxiliados (não com os critérios terrenos) a que cresçam e se fortaleçam.
A princípio esse assunto me espantou. Como?! Era importan¬te socorrer uma indústria tanto quanto os lamentos dos que esta¬vam em um hospital? Não concordei. Quando cheguei aqui pen¬sava que salvar os que sofrem fosse o mais importante.
Foi meu amigo Jaime quem me esclareceu:
—Temos muitos cooperadores nos hospitais da Terra. Ninguém está esquecido, porém o trabalho lá não é muito grande. Está bem distribuído. Enquanto em outras áreas há maior necessidade.
— Como assim? — disse, escandalizado. — O que pode ser mais
importante do que suavizar a dor?
Ele sorriu de minha euforia e respondeu:
— Você está confundindo as coisas. Seu critério ainda é ter¬
reno. Quando a dor está trabalhando nas pessoas, não podemos
fazer muito. Ela só aparece após haver esgotado todos os outros
recursos.
E por isso é preciso deixá-la seguir seu curso. É parte do pro¬cesso que a pessoa precisa. Por isso, embora lamentemos, não po¬demos impedi-la de agir. É o remédio para o caso. Não há muito a fazer a não ser esperar. Já nos grupos sociais da Terra, o trabalho é outro. Há desenvolvimento, experiências, treinamento, relacio¬namento, aprendizagem.
— Em uma empresa? Em uma loja?
— Claro. Lá existe competição, hierarquia, motivação ao cres¬cimento. Em todos os lugares, o que realmente importa é o poten¬cial humano. Ele pode desenvolver ou acabar com um empreen¬dimento.
— Isso é verdade. Mas é um jogo de interesses materialistas.
— E o que é o dinheiro senão um estímulo ao desenvolvi¬mento? O que é uma organização senão um desafio a que as pes¬soas testem seus conhecimentos e sua força?
— Tudo isso então...
— É apenas um veículo para o desenvolvimento do espírito.
— Olhando dessa forma...
— É só o que há. Apenas isso.
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— Nesse caso, há muitos cooperadores de nosso plano pres¬tando serviços nesses lugares?
— Por certo. As pessoas apaixonam-se por setores da socie¬dade e criam novas formas de progresso. Quando vêm para cá, con¬tinuam com essa preferência e prestam serviços nesses setores.
— Pena que alguns desses líderes na Terra não saibam disso.
— Os verdadeiros líderes, até sabem. Há muitos deles cujas for¬tunas são no mundo veículos de desenvolvimento nas artes, nas be¬lezas espirituais que melhoram o ambiente e alimentam a alma.
— Os que fazem os museus e investem grandes somas em cen¬tros de pesquisas...
— Que sem meios nunca existiriam.
Depois desse dia tenho observado. Não é que ele tinha razão? Por isso, agora, tenho visto as coisas de forma diferente. Percebi que a cooperação, a dignidade, a integridade vão muito além das apa¬rências. E que nem tudo que parece é.
Ajudar parece fácil e nós podemos até achar que estamos fa¬zendo isso, mas será que é?
Será que estamos contribuindo para o desenvolvimento das pes¬soas ou estamos apenas confirmando a ilusão da carência, da inca¬pacidade e da burrice?
Cada um agora pare para pensar. Quanto a mim, tendo apren¬dido o que aprendi, concluí que prevenir é melhor do que remediar.
Isto é, confiar que cada um pode fazer por si, que é bom o bas¬tante, que tem capacidade, e dar apoio a que eles façam é melhor do que assumir o posto de salvador do mundo, herói supercarido e querer fazer por ele. Garanto que agindo assim evitaremos ■ muitos dissabores.
Vamos experimentar?
109

Costurando impressões

Apalermados, indiferentes, idiotas, todos nos sentimos algu¬mas vezes, no momento mesmo em que a vida, matreira e sempre versátil, nos surpreende, derrubando nossas expectativas ou previ¬sões, em sua estratégia fascinante e muito bem achada.
Arrancados inesperadamente do mundo interior que criamos e alimentamos durante largo tempo, parece-nos a princípio que o chão nos falta sob os pés e que difícil se torna seguir adiante.
Afundamos no caos, mergulhamos na queixa e na revolta, im¬pressionados com nossa dificuldade em avaliar com clareza a nova proposta a que somos compelidos a experienciar.
Ah! Essa nossa dificuldade! Que bom se pudéssemos ser me¬nos teimosos e tivéssemos mais disposição e interesse pelo menos de esperar a poeira assentar para depois avaliar os fatos.
Eu disse que a estratégia da vida é sempre muito bem achada, o que é verdade. Observada tempos depois, com isenção de ânimo, mais equilibrados e conscientes, podemos perceber isso. Eu diria mes¬mo que ela é mágica, obedecendo à divina sabedoria, e tem um pla¬no a nosso respeito, tão bem urdido e perfeito que me encanta.
Não que eu já tenha perfeito conhecimento de como é esse processo, mas por minha experiência dá para perceber que esse plano existe e é tão completo que prevê tudo e todas as delicadas minúcias de nossas possibilidades.
Não é incrível? Um plano tão completo que nada, nem ne¬nhuma circunstância, por mais inesperada que seja, possa frustrar. Às vezes fico pensando e me pergunto: como pode ser isso? Milhões de pessoas tão diferentes umas das outras, em situações culturais, emocionais, experienciais, tão especiais, já que não existem duas pessoas iguais, e ela sempre funciona maravilhosamente bem, sem nunca errar, movendo os acontecimentos e as pessoas de tal forma
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que tudo se encaixa em tudo e se completa, para o melhor no cam¬po da evolução.
E aí você vai perguntar como eu sei disso. Será que a vida é mesmo assim perfeita? Eu afirmo que sim. Não contando minhas experiências pessoais na constatação pura e simples de como ela me conduziu, de como ela me estimulou, como ela me ajudou a cres¬cer e a perceber as coisas, coloco aqui minha experiência com as pessoas em meu trabalho de socorro e de cooperação.
Não há nada que me estimule mais, que me empolgue mais do que acompanhar um caso. É que quando não estamos envolvidos emocionalmente, quando não é nosso problema que está em foco, nos sentimos mais serenos para perceber as coisas.
Dessa forma, ao tomarmos conhecimento dos problemas de cada um dos envolvidos, tentando estabelecer um projeto de auxílio, nos esforçamos para prever reações e acontecimentos, pretendendo fa¬cilitar a que as coisas caminhem desta ou daquela forma.
Nesse trabalho, todos somos supervisionados por pessoas mais sábias do que nós próprios, as quais consultamos e das quais bus¬camos opiniões.
nossos projetos de auxílio são sempre muito bem preparados, es¬tudados e bem montados. E como não podia deixar de ser, em razão de nossas limitações, há algumas regras que nunca podemos ignorar.
São padrões éticos de respeito à liberdade de cada um, porquan¬to aqui a maneira de auxiliar é estabelecida segundo o que já co¬nhecemos sobre as leis universais que, em alguns aspectos, diferem muito das que andam sendo estabelecidas no mundo.
E sabem o que acontece? Nós estudamos tudo, planejamos tudo, chegamos até, em alguns casos, a prever o que acontecerá, conhecendo a reação habitual daquelas pessoas, até onde elas con¬seguem chegar, etc, tudo muito bem e, de repente, zás! Somos sur¬preendidos por fatos muito diferentes do que prevíramos, algumas vezes trágicos, outras mais ou amenos, mas todos provocando radi¬cais mudanças na situação, nas pessoas, que nenhum de nós havía¬mos conseguido prever.
Estão admirados? Quando falei que ficamos apalermados, per¬demos o rumo, não me referi apenas aos que vivem encarnados no
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mundo. Nós também, fantasmas interessados em aprender e aju¬dar, nos sentimos assim e de pronto sequer conseguimos sair do es¬tupor e nossa criatividade parece haver desaparecido.
Nessas horas, se os homens da Terra, frustrados, inseguros, re¬correm a seus santos ou guias espirituais, nós aqui procuramos nos¬sos instrutores julgando que todos os nossos conceitos estavam er¬rados e insuficientes.
Por que será que a primeira coisa em que pensamos é que esta¬mos errados? Parece até perseguição. Acreditamos logo que o pro¬blema seja nosso, de avaliação ou de conhecimento. A ilusão de nos julgarmos menos, de sermos fracos e imperfeitos, continua forte dentro de nós. E quase sempre necessitamos da ajuda da dor e da ca¬rência para percebermos nossa força e todo o bem que já possuímos.
Depois de ouvir nossos instrutores, que nos convidam a sere¬nar os ânimos e a observar melhor, acabamos por descobrir que tudo só poderia ter sido daquela forma, que diante dos resultados sempre positivos obtidos, os fatos, ainda que dolorosos, trágicos ou não, foram concludentes e necessários.
Não é só isso. Algum tempo depois, quando o caso evoluiu para melhor, ao estudarmos como as coisas aconteceram, podemos per¬ceber claramente a magia da vida, sua sabedoria, sua força positiva.
A constatação desse fato deveria ser suficiente para nos fazer confiar mais e acreditarmos na bondade divina. E esse raciocínio não serve só para nós aqui no astral, mas para vocês também, por¬que, guardadas as devidas proporções, todos fazemos parte da famí¬lia universal e, ao que parece, nos assemelhamos muito.
Nossos problemas, nossas dúvidas, nosso comportamento são semelhantes. Em razão do exposto, não seria adequado confiar mais? A vida é criativa e sábia. Tem por objetivo nos tornar cons¬cientes de que fomos criados para a alegria, a beleza, a felicidade, e trabalha constantemente para nos ensinar como perceber tudo isso e usufruirmos do bem que a bondade de Deus nos destinou.
Nesse caso, o que nos impede de conquistarmos tudo isso? Qual a dificuldade que obstrui nosso caminho a tal ponto que a vida, sem¬pre tão sábia e bondosa, precisa nos sacudir com a dor e a carência para que venhamos a largar nossas ilusões e a enxergar a realidade?
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De onde virá nossa predisposição para o negativo, para o mal, pensando primeiro no pior antes de perceber e esperar o melhor?
Será das religiões, que sempre pregaram o temor a Deus, o ho¬mem cheio de pecados e imperfeito? Será porque ainda hoje se cultiva o mal como força infernal, sem perceber que acreditar na imperfeição do homem é diminuir a grandeza da perfeição de Deus?
Pensando como a vida é surpreendente e age de forma ines¬perada, vocês não acham que a confiança poderia nos ajudar mui¬to num momento desses? Pelo menos nos daria serenidade e paciên¬cia, impedindo-nos de afundar na negação e na revolta, que além de inúteis ainda nos fazem perder muito tempo.
Na hora em que você for surpreendido por um fato novo, de¬sagradável ou não, assustador, inesperado, confie. Pense que a vida trabalha pelo melhor. Que faz tudo certo. Convença-se disso. Não pense em conseguir soluções imediatas ou em fugir daquilo o mais rápido possível. É dessa forma que, agarrados a nossas velhas ideias, bloqueamos todos os benefícios que a vida está nos oferecendo e acabamos por necessitar que ela ainda nos ajude mais, utilizando outros estímulos mais fortes, sempre chocantes para nós.
A confiança, a tentativa de compreender, a aceitação de um fato do qual não podemos evitar ou fugir facilitam nossa percep¬ção de coisas que até então não conseguíamos notar. E se além da confiança ainda juntarmos atentamente a vontade de perceber o que a vida pretendeu nos ensinar com aquele fato, por certo des¬cobriremos coisas importantes e reveladoras a nosso respeito.
Enfrentar o inevitável, olhar para o real com coragem e con¬fiança abre nossa percepção e nos torna mais conscientes. E não é esse o objetivo da vida? Eu, que sou interessado em cooperar e aprender, estou procurando agir assim.
Não acham que estou fazendo bem? É que, como eu já disse antes, estou resolvido a banir o sofrimento de minha vida. Vocês pensam que estou sendo otimista? Que nunca conseguirei? Sei que a felicidade existe e posso desde já obtê-la. Vocês me julgariam pe¬dante se eu lhes dissesse que me sinto gloriosamente feliz?
É verdade. E você também pode. Porque essa é a determina¬ção de Deus. E se ele decidiu isso, quem é você para duvidar?
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O aliado
Acabei de voltar de uma viagem maravilhosa! Fui convidado a conhecer um lugar onde as pessoas vivem felizes e alegres. Por uma dessas dádivas da bondade divina, excursionei para esse lugar encantado, onde a beleza é natural e constante e o bem resplan¬dece em tudo e em todos.
Alegria, generosidade, fraternidade, bondade, compaixão, ho¬nestidade, amor, confiança, existe em todos os seus habitantes como conquista inalienável e absoluta.
Senti-me como se estivesse no paraíso. Não um paraíso à ma¬neira que o homem da Terra imagina, onde a ociosidade e a me¬galomania estabeleçam as regras, mas um lugar delicioso, cheio de vida, prosperidade, ação, trabalho, alegria e amor. Uma colmeia de luz, espargindo bem-estar e harmonia para o universo inteiro.
Acham que estou exagerando? Nada disso. Eu adoraria que vo¬cês pudessem pelo menos passar uma vista de olhos, ainda que rá¬pida, de como se vive lá. Durante uma semana, eu nutri minha alma, e ao retornar à minha cidade vim cheio de bondade, planos de tra¬balho e renovação interior.
Contudo, se ir para lá foi extremamente bom, a volta à dimen¬são onde me encontro foi conflitante. Reencontrar antigos pa¬drões, olhar novamente meus limites e reconhecer o quanto pre¬ciso mudar para conquistar aqueles valores foi um trabalho árduo, porém, seguro de que esse trabalho é meu, de que só eu posso fazê-lo, decidi com alegria e disposição continuar me esforçando.
Claro que eu percebi que me oferecendo essa viagem, meus imstrutores queriam que eu soubesse aonde posso chegar.
Era como se me dissessem: "Veja. Eles conseguiram evoluir Semsofrimento Eles já aprenderam. Você também pode. Continue 'in seus propósitos".
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E eu, que percebi isso, estou contente porque sei que- um dia serei como eles. Que bom! Que beleza! Como eu gostaria quenosso querido mundo pudesse viver assim! Dizer adeus a toda dor, toda crueldade, todo mal, toda tragédia.
E se voltar à minha cidade astral fez-me perceber o quanto nós aqui precisamos trabalhar para alcançar toda a felicidade que al¬mejamos, o contraste com o que vai pelo mundo foi extremamen¬te chocante.
Claro que, habituado aos problemas na Terra, eu não deveria ter me chocado tanto. Mas confesso que o contraste foi tão brutal que me entristeceu. Saber que o paraíso existe, que a felicidade é verdadeira, que está ao alcance de todos nós e ver que no mundo a maioria ignora isso, opta pela dor, espera por ela como inevitá¬vel, se defende agredindo, desrespeita tudo e todos de forma dura e constante, fere fundo nossos ideais do bem e do amor divinos.
Pensando nisso, circulei pelo mundo tentando estudar o com¬portamento humano, e notei como os maus manipulam os ingé¬nuos, a malícia é assessorada por entidades perversas e cruéis. Pude ver que hordas de espíritos desencarnados envolvem pessoas, su-bordinando-as às suas tendências infelizes e más.
Estudando essas influências na Terra, frequentando lugares onde a violência e a maldade imperam, fiquei seriamente preocu¬pado. Não é que o diabo existia mesmo? Quem senão ele chefia¬ria tantas falanges, provocando guerras, destruição, crimes, desa¬venças, infelicidade e dor?
Sim, porque eu notei que esses espíritos que os homens cha¬mam de entidades das trevas têm um propósito, têm um chefe, agem dentro de planos e disciplinas maquiavélicos e eficientes em provocar o que eles pretendem.
Assim, eles interferem nos acontecimentos políticos, nas ca¬tástrofes, manipulam e agem de acordo com seus interesses de do¬mínio e poder, interessados em manter a ignorância humana, pro¬curando de todas as formas impedir que a humanidade aprenda e perceba os valores do bem e da espiritualidade.
Quem teria tanto poder senão o diabo? Não é que ele existe mesmo? Fiquei pensando, pensando. Quem seria esse ser podero-
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so que ousava combater Deus? Quem teria essa ousadia e tanta for¬ça a ponto de conseguir tantas vantagens no mundo? Sim, por¬que, se você observar, a maldade fere fundo a ponto de questionar¬mos por que o bem não aparece.
Mas acreditar no diabo não seria questionar o poder de Deus? Não seria colocá-lo tão poderoso quanto ele?
Esse assunto deu voltas à minha cabeça e acabei indo procu¬rar meu amigo Jaime, com quem tenho condições de conversar e cuja sabedoria sempre me encanta.
Coloquei meus argumentos com seriedade. Afinal o assunto era mesmo sério. E finalizei:
—Tenho observado que há muitos espíritos encarnados e ou¬tros mais aqui no astral com a missão de esclarecer os homens e tor¬ná-los conscientes dos verdadeiros valores da alma. Sabendo que cada pessoa pode conquistar a felicidade, que pode deixar de lado o sofrimento, aprender a viver com o bem, que cada um tem den¬tro de si todo o poder para seguir esse caminho, por que há tantas dificuldades? Por que Deus permite que esses espíritos circulem pelo mundo, encarnados ou não, e trabalhem contra nossos pro¬pósitos, dificultando nossa missão, até nos perseguindo no mundo e levando a melhor muitas vezes? Por que eles têm tanta força? Nosso trabalho de esclarecimento não seria melhor se eles fossem afastados? Sem essa poderosa influência, nosso trabalho não seria mais eficiente?
Jaime sorriu e havia um brilho de malícia em seus olhos quan¬do disse:
— Hoje você descobriu que o diabo existe.
— Não brinque comigo. Tenho pensado seriamente nisso. Gostaria que na Terra as pessoas descobrissem a verdade. Vivessem melhor. Elas podem!
— Tem razão. Elas podem. E você pode ver que, mesmo lá, há muitas pessoas que já descobriram isso. Essas são mais felizes e o dia¬bo não exerce nenhum poder sobre elas.
— Então ele existe e realmente tem poder?
— Claro.
Balancei a cabeça negativamente.
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— Não entendo — disse. — Ainda acho que sem ele as coi¬
sas poderiam ser melhores. Por que Deus não o impede?
Os olhos de Jaime tinham um brilho indefinível quando ele respondeu:
— Por que afastaria seu maior aliado?
— Aliado?!!
— Sim. Não percebeu que ele trabalha para Deus? Como abre os olhos dos ingénuos, quebra as muralhas da resistência humana de seguir adiante, desenvolve a sensibilidade dos indiferentes, tor¬na a alma capaz de descobrir a própria força e realça a força do bem? Sem ele, como nós saberíamos o que é o amor? Sem as tre¬vas, como perceber a luz?
Abri a boca e fechei-a de novo sem encontrar palavras para responder. Ele finalizou:
— E, depois, que espírito de luz e de bondade teria força para
realizar esse trabalho? Seria ir contra sua natureza.
Não é que ele tinha razão? O diabo era mesmo um grande aliado. E confesso que meu respeito por ele cresceu muito. Sabem o que eu penso? Que combatê-lo não é uma boa. Não que se deva favorecê-lo. Afinal, fazer o mal, perturbar os outros, impedir o bem, não é tarefa nossa. Ao contrário. Para nós, é gratificante fazer o bem, disseminar a luz, confortar e esclarecer pessoas, vê-las perceber os verdadeiros valores da vida, despertar para a felicidade.
Mas sabem o que eu percebi? Que quando ele aplainou as ares¬tas, passou antes, fica muito mais fácil você plantar o bem.
Não é que é mesmo verdade? O diabo nosso aliado! Quem di¬ria! Vocês não acham que Deus é fenomenal? Pode haver alegria maior? Afinal, tudo está certo como está.
Agora, cá para nós, se conseguirmos driblá-lo, agir sem que ele precise passar em nossas vidas, não seria genial? E para conseguir isso, é melhor nos distanciarmos da maldade, da malícia, do egoís¬mo. Assim, ele nunca terá nenhum acesso em nossas vidas.
Não pensam como eu?
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Resgatando débitos
Quando eu estava vivendo na Terra, muitas vezes, diante de certas tragédias ou sofrimentos, ouvi a frase dita com ar de sabe¬doria por algumas pessoas: "Ele está sofrendo, resgatando débitos de vidas passadas". Naquele tempo, embora eu não concordasse com isso, reconhecia que de alguma forma havia uma força maior co¬mandando o processo, cuja "justiça" me parecia tão injusta como a dos homens.
A justiça divina, pensava eu, não deveria ser parcial. Só po¬deria ser completa e amorosa. E, aqui para nós, não me parecia bom ver as pessoas sofrerem sem que pudéssemos aliviar-lhes as penas. Não que eu fosse herege. Isso não. Sempre acreditei em Deus, mas entender como ele distribuía suas graças e castigos era para mim um mistério.
Já a reencarnação era algo a que eu não era de todo indiferen¬te. Contudo, aceitar mesmo, crer, nisso eu relutava. Parecia lógi¬co porém ao mesmo tempo muito fantástico. Eu passava por cima dessa possibilidade, como se estivesse assistindo a um filme que tanto poderia ser extraído de uma história real como não.
No faz-de-conta tão discutível em que eu por vezes mergu¬lhava, tentava imaginar como seria morrer, tornar a nascer, num círculo fantástico de vidas e de ligações e parentescos com os ou¬tros que acabava sempre dando voltas à minha cabeça.
Claro que eu não demonstrava isso. Gostava de parecer segu¬ro e equilibrado. Mas esbarrava sempre na dor e no sofrimento, sem aceitar que a bondade divina se utilizasse deles para cobrar os erros de cada um.
Convivendo com religiosos de várias igrejas nos hospitais do mundo, muitas vezes estivemos juntos ao lado dos enfermos mais sofridos. E quando se tratava de crianças, então, eu me sentia im-
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potente para reverter o quadro e, no fundo, no fundo, via brotar dentro de mim certa revolta, um inconformismo que não aceita¬va a argumentação deles, diante da dor e do sofrimento do pacien¬te e de sua família:
— É preciso conformar-se. Aceitar a vontade de Deus! Ele escreve direito por linhas tortas!
E isso se me afigurava mais uma forma de disfarçar a própria incapacidade, uma tentativa de explicar o inexplicável, como uma pílula anestesiante, uma maneira de empurrar o momento difícil, conseguir aguentar, dando um tempo a que tudo se amainasse.
Vocês pensarão que eu era materialista e descrente. Não era nada disso. Contudo, era difícil para mim assistir à dor alheia e conservar a alegria de viver. Talvez esse tenha sido um dos moti¬vos que me fez deixar a medicina e optar pelo teatro, numa tenta¬tiva inequívoca de levar alegria e entretenimento às pessoas em um mundo triste e cruel, onde todos um dia acabaríamos na cova es¬cura da morte.
Estão surpreendidos? Mas é verdade. E se eu não possuía ca¬pacidade de perceber a vida como ela realmente é, não tinha es¬trutura para conviver com a dor e levar vida normal.
Em que pesem as boas intenções dos religiosos no mundo, ra¬ros são aqueles que realmente têm condições de cooperar numa hora dessas. A ajuda no mundo ainda está mal compreendida. A dor e o sofrimento, muito menos.
Ah! Se vocês soubessem! Se pudessem compreender a vida como ela é, tudo seria diferente. Como?! O sofrimento, a dor, não representam a "dura realidade"? Não estão aí os hospitais, os pre¬sídios, a miséria, a fome, o crime, os vícios, infelicitando as cria¬turas humanas?
Infelizmente eles estão aí, sim, e representam o mito da fan¬tasia dos homens. Um mito tão aceito como real, tão administra¬do como obrigatório, que a grande maioria das pessoas o tem como fatal em suas vidas.
Eu também pensava assim quando vivia aí, e ao chegar aqui, se fiquei aliviado sentindo-me vivo e bem-disposto, meu questio¬namento quanto aos sofrimentos no mundo aumentou.
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Claro que o Espiritismo que aprendi a aceitar quando cheguei aqui me deu a chave para compreender muitas coisas. A mediuni-dade, a sobrevivência, a reencarnação. As dúvidas que eu cultiva¬va quando vivi na Terra por certo desapareceram e eu pude final¬mente constatar e estudar o processo da evolução, da reencarna¬ção e aprendi muito sobre eles.
Frequentando os centros espíritas do mundo (onde mais um fantasma como eu poderia ir?) é claro que procurei cooperar. Se por um lado desejava obter oportunidade para escrever para a Terra, deveria retribuir.
A troca de bens é recurso muito utilizado por aqui, com gran¬de proveito para todos.
Assim, fiz o melhor que pude. Como aprendiz, frequentei trabalhos de socorro, muitas vezes prestando serviço em hospi¬tais da Terra ou assistindo companheiros que regressavam sofri¬dos e desajustados.
E tal qual quando estava no mundo, me incomodava ouvir as frases de alguns companheiros encarnados na tentativa abençoa¬da do consolo:
— Paciência. Coragem. Ele está resgatando suas dívidas. Está se libertando. O sofrimento enobrece.
Confesso que algumas vezes tentei impedi-los. Mas eles estão tão iludidos que nem percebem o quanto estão sendo incoerentes traçando um perfil distorcido da bondade divina que jamais se transformaria em um banco cobrador das duplicatas atrasadas das dívidas de cada um.
Pensando assim, inconformado com a aceitação imposta, que o medo pode transformar até em covardia e profunda depressão, de-diquei-me a estudar profundamente esse assunto.
Após ter frequentado cursos, aprendido, experimentado, des¬cobri que tudo poderia ser diferente no mundo. Que o homem já tem amadurecimento para sair desse processo. É preciso rever con¬ceitos, como eu fiz. Aprender sem receio de esmiuçar as coisas di¬vinas. Aquilo que consideram intocável e sagrado pode apenas ser uma distorção da realidade, imposta pela crença intelectualizada da maioria.
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Descobri ainda que aceitar a dor e o sofrimento cominevitáveis certamente nos tornará presa fácil do negativismo, nos enfra¬quecerá ainda mais e, diminuindo nossa resistência, agravará nossos padecimentos.
Cheguei à conclusão de que Deus não julga ninguém e mui¬to menos nos cobra nada. O erro é uma condição da aprendizagem que ele mesmo criou. Assim sendo, é uma decorrência natural do processo. Por isso, não castiga ninguém, ao contrário, estabeleceu leis justas e bondosas que apesar de nossos enganos nos conduzem à conquista da felicidade.
Você não acredita? Sua vida está terrível e nada dá certo? Sua saúde vai mal e você não sabe como melhorar?
Nesse caso será bom parar e tentar perceber em que você acre¬dita. Quais são seus pensamentos habituais. É fora de dúvida que eles não estão sendo adequados ao que você gostaria. Não estão pro¬duzindo bons resultados em sua vida.
Não seja resistente. Não procure fora de você as causas do que lhe acontece. Isso é uma ilusão. Você é o único responsável por sua vida. Enquanto continuar mantendo os mesmos pensamentos, as mesmas crenças na dor como sendo a "realidade" do mundo, ela estará presente em sua vida.
Parece simples demais? Mas eu garanto que é verdade. Dei muitas voltas para chegar a essa conclusão, e hoje troquei de lugar. Embora lamente muito o sofrimento humano, não sinto mais pra¬zer em consolar ninguém com palavras que na maioria dos casos não ajudam muito, ou com filosofias conformistas e desmotivantes.
Ao contrário. Agora, escolhi a profilaxia. Prevenir é melhor do que remediar. Vocês não acham?
Procuro esclarecer as pessoas quanto ao funcionamento da vida. Ensiná-las a descobrir o próprio poder. A utilizar a própria for¬ça. Chega de covardia, de frases de efeito. De conformismo e de impotência!
Alegre-se! Você pode melhorar sua vida! Você pode curar suas doenças, resolver as pendências familiares, melhorar sua situação financeira, cultivar mais a alegria, mais paz, mais prazer de viver e, principalmente, saber que a realidade mesmo é bem outra.
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que Deus sempre foi amoroso, que somos eternos e o bem é SÓ o que conta. Acham que estou delirando? Que o faz-de-conta mágicodeu voltas à minha cabeça? Pois se enganam. Nunca falei tãosério em toda a minha vida. Nunca fui tão realista e verdadeiro.
Como fazer tudo isso? É fácil: aprendendo a limpar sua men¬te, a afastar todo o negativismo que acumulou durante a vida in¬teira, não se deixando envolver pela miragem do sofrimento que existe ao redor, acreditar que você não precisa dele para aprender porque agora está atento, e por certo sua intuição lhe mostrará o que pode fazer para construir uma vida melhor.
Duvida do que afirmo? E um direito seu, mas eu garanto que, se experimentar pelo menos um pouquinho, descobrirá entusias¬mado o caminho a seguir.
Está disposto? Vamos começar? Eu até posso tentar ajudar. Não acha que isso poderia facilitar um pouco as coisas?
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Mensagem por Admin Sáb Jan 08, 2011 3:03 pm

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% A verdadeiraCausa
Tratei de me apressar. Dispunha de pouco tempo para chegar até o hospital onde um velho amigo meu, dos tempos em que eu militava na Terra, se preparava para regressar.
Regressar aqui significa morrer aí, e como nessa viagem nem sempre queremos embarcar, podem acontecer muitos imprevistos. É um costume nosso aqui, sempre que possível, dar-lhe as boas-vin-das quando eles estão conscientes ou pelo menos energias restau¬radoras, quando adormecidos.
No limiar entre as duas dimensões, trazendo ainda os contin¬gentes materiais do mundo físico, com suas condições naturais, nos sentimos como se estivéssemos no final de uma estrada, sem possibilidade de volta, havendo a necessidade de seguirmos em frente, tendo um precipício nos separando da segurança da estra¬da nova, precisando dar um salto e conseguir galgar o outro lado, e ficamos com receio de cair no vácuo.
Podem perceber a sensação? Isso acontece muito. Tendo que ir, querendo ficar, ou até querendo ir mas com medo de não conseguir.
Isso sem falar dos afetos e apegos a que nos dedicamos duran¬te a vida no mundo. Analisando essa dificuldade nossa, cheguei à conclusão de que deixar os entes queridos, embora seja difícil, não é o fator mais importante.
Antigamente eu acreditava que não havia coisa pior para quem parte do que a separação daqueles a quem amamos. Hoje, pen¬so de forma diferente. Descobri que embora esse fator exista e asaudade nos incomode, nosso espírito aventureiro sempre fala mais alto.
Você pensa que não? Acha que na hora extrema o mais difí-cil para você será deixar os que ama? Não é isso o que realmente acontece. Porque a curiosidade, o desejo de conhecer, a aventura e o novo são mais fascinantes do que parecem.
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Reconhecer o corpo astral, com suas características especiais, sua plasticidade, expressividade, magnetismo, energia, cor, tudo é impressionante. Começar a enxergar a vida de outra forma, mais viva, mais colorida, mais cheia de movimento, deslumbra e atrai.
As diferentes possibilidades aqui, a vida, a sociedade, tudo, tudo, além dos acanhados limites dos cinco sentidos que tínhamos na terra, abre as portas de nossa fantasia e acende o desejo de ver mais, saber mais, descobrir mais. Tendo atravessado o pórtico estreito da morte, tomando consciência de que continuamos vivos, o prazer da aventura, a grandiosidade do novo nos estimulam a seguir adian¬te e com certa facilidade seguimos para a frente, fascinados com o que vemos.
Duvidam? Acreditam que os que partem gastam horas e ho¬ras chorando a dor da separação e continuam presos aos familia¬res, muitos permanecendo dentro do antigo lar?
É verdade que muitos recém-desencarnados realmente per¬manecem junto aos familiares ou mesmo frequentando os mesmos lugares, presos ao passado. Confesso que isso me despertou a curio¬sidade. Quando estamos no mundo, se motivados, costumamos deixar a família e cuidar de nossos interesses.
Claro que o amor por eles continua, mas quem deixará por exemplo de fazer uma viagem a Europa só porque ama seus fami¬liares e não deseja separar-se deles? Quem, tendo encontrado o amor, deixaria de casar-se para ficar junto aos pais?
Se muitos espíritos permanecem presos ao mundo carnal de¬pois de mortos, mesmo alegando o amor aos entes queridos, teria que haver outros motivos.
Sabem o que descobri? Que não é o amor que os detém, que os impede de saltar a distância entre os dois mundos e usufruir as maravilhas da viagem. Claro que não. O amor nunca atrapalhou ninguém, ao contrário. Ele sempre ajuda. Agora, os medos, a in¬segurança, isso sim. Costumam nos impedir de seguir adiante em qualquer tempo, onde estivermos.
Esses sentimentos dificultam nossos passos e infelicitam nos¬sas vidas. E no fundo, no fundo, o que há por detrás da inseguran¬ça? A falta de confiança na vida e em Deus.
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Acham que estou exagerando? Que você tem fé o bastante? E mesmo? Nesse caso você poderia deixar o mundo tranquilamen¬te, chegar aqui satisfeito e alegre, sem nenhuma pena e sem pre¬cisar da ajuda de ninguém. Estaria tão sereno que talvez até pudes¬se desembaraçar-se dos laços carnais, conservando a total lucidez. Não seria bom?
— Eu tenho fé, mas sinto medo porque não sei o que vai me
acontecer.
Tenho ouvido muito essa frase, mas ela de fato é uma contra¬dição. Quem sabe, quem tem certeza de que tudo está certo no mundo, que a vida cuida de tudo fazendo o melhor, saberia que nada de ruim vai acontecer. E se nada de ruim vai acontecer, logo não há por que temer. É entregar-se no momento preciso, confiante.
No entanto, isso raramente acontece. O mais comum é o via¬jante perder o rumo, destrambelhar-se e até dar trabalho àqueles que tentam ajudá-lo nesse delicado mister.
Uma mão amiga para segurar na hora de saltar para o outro lado pode facilitar muito o processo. Apressei-me. Meu amigo Vi¬cente era muito afoito e eu temia que ele não cooperasse. Eu sabia que ele era supersticioso, andava cercado de amuletos e regras que seguia exemplarmente.
Em se tratando de religião, embora fosse adepto do catolicis¬mo, prestava reverência a todas as outras. Não deixava nenhuma de fora. Não questionava nenhuma delas. Para ele, questionar era levantar suspeitas, era duvidar, e isso ele não faria nunca. Se esti¬vesse errado e se aquela religião fosse a melhor, ele estaria errado diante de Deus.
Assim sendo, se alguém lhe dissesse para rezar o terço, ele o fazia religiosamente; se lhe pedisse para acender uma vela, de qual¬quer cor, defumar a casa, tomar um banho de defesa, ele cumpria.
— É preciso respeitar — dizia. — Nunca se sabe como Deus
decidiu provar sua fé.
A maioria das pessoas o tinham como um homem de fé, mas eu sabia que esses hábitos expressavam justamente o contrário. Asuperstição a falta de convicção, a ideia da punição mostravam sua Insegurança. O medo impedindo de perceber com clareza as Leis
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da Vida. Por outro lado, era pessoa bondosa e eu lhe queria muito bem. Desejava estar lá para dar-lhe confiança e, se possível, aju¬dá-lo a pular para o nosso lado.
Cheguei ao hospital e já encontrei a seu lado um amigo dedi¬cado. Aproximei-me.
O quadro era natural dentro do processo. Preso ao leito por uma trombose, percebia-se a infecção tomando conta e o corpo já em avançado estado de decomposição. Ele estava semiconsciente, os¬cilando entre o sono e a lucidez, misturando já as imagens dos dois planos, indicando breve desligamento.
Ao lado do leito, sentada em uma cadeira, a filha mais nova velava, entre a preocupação e a ansiedade. A esposa exausta pelas noites de vigília jazia adormecida na outra cama.
— Como está ele? — indaguei a Ambrósio, o amigo de nos¬so plano que lá estava.
— Poderia estar melhor se se entregasse mais.
— Tive medo de não chegar a tempo. Disseram-me que ele já deveria ter vindo.
— É verdade. No entanto, agarra-se teimosamente ao corpo.
— Isso vai fazê-lo sofrer mais do que precisaria. Há quanto tem¬po está nesse estado?
— Alguns dias. Gostaria de poder ajudá-lo.
Tentei perceber o que se passava com ele. Senti seus pensa¬mentos descontrolados:
— Meu Deus! Acho que estou morrendo! Será que é o fim?
Não. Não posso ir... O melhor é ficar aqui, junto com os meus. Sin¬
to medo. Estou tonto, angustiado, eu quero ficar. Não vou mesmo.
Se ao menos eu pudesse lembrar daquela oração! O padre, eu não
quero que ele venha. O padre só vem quando é hora de morrer! Eu
não quero ver o padre. E se me enterrarem vivo? E se eu não mor¬
rer e eles me enterrarem? Que horror! Vou abrir os olhos, eles pre¬
cisam saber que eu ainda estou vivo!
Vicente fez tremendo esforço para abrir os olhos, mas estava difícil. Suspirou fundo e a filha, assustada, correu para acordar a mãe e logo as duas cercaram o leito na tentativa de perceber algumamudança em seu estado.
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— Ele está se atormentando sem parar — disse Ambrósio
penalizado.
A enfermeira entrou, chamada pelas duas mulheres assustadas. Tomou o pulso do doente e mediu a pressão arterial, ajeitou o soro, que gotejava lentamente.
— E então? — indagou a esposa aflita. — Como está ele?
— Na mesma, D. Antónia. Não reage.
— Ele suspirou dolorosamente — disse a filha angustiada. — Estará sentindo dor?
— Pode ser. Vou aplicar a injeção mais cedo hoje. Assim ele vai dormir melhor.
— Agora é o momento — disse eu a Ambrósio. — Vamos lá ajudá-la.
Ele compreendeu e juntos seguimos a enfermeira. Rapidamen¬te, examinei os calmantes que havia e na hora em que ela foi apa¬nhar a ampola, optei por um mais forte e ela, sob nossa influência, apanhou justamente a ampola que eu queria, tendo visualizado nela o nome do medicamento que estava prescrito.
Eu sabia que aquela dosagem nos ajudaria a desembaraçá-lo, apagando-lhe a resistência. Depois da injeção, Vicente acalmou-se e seu espírito cedeu, adormecendo. Então eu me aproximei e dis-se-lhe com carinho que confiasse, ele estava protegido, que a vida cuida de tudo e nós não o deixaríamos só.
Assim, a equipe que esperava para levá-lo chegou e pôde tran¬quilamente retirá-lo, levando-o para um local adequado, onde ele despertaria em melhores condições.
Saí do hospital refletindo o que nós fazemos com nossa vida. Interferimos em nossos processos naturais, tentando impedi-los de «seguir, como se isso bastasse para nos oferecer a segurança que i desejamos
Nos agarramos nas coisas, nas pessoas, no corpo, no tempo, na Ilusão de nos protegermos do futuro. E, fazendo isso, bloqueamos as bênçãos que poderemos receber, a alegria que podemos usufruir,o progresso que necessitamos alcançar.
() medo é falta de fé. A insegurança também. Confiar na vidaé a chave para a conquista de nossa paz. É o abrir as portas para o
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novo, é acreditar nas possibilidades de realizar uma viagem mara¬vilhosa, cheia de novas descobertas e de momentos gratificantes. Assim sendo, não seria melhor pensarmos nisso desde já? Não seria mais prático tentar e descobrir a magia da vida ao invés de co-lecionarmos os medos e lembranças do passado? Eu, que sou esper¬to e desejo viver melhor, já comecei. Vocês não pensam como eu?
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A felicidade
Desde que eu me conheço por gente, tenho me movimenta¬do sempre para algum lugar. Pensando bem, eu sempre estou indo, esperando, procurando, desenvolvendo a paciência e acreditando um dia encontrar finalmente a felicidade.
Agindo assim, claro que ela sempre tem ficado para depois. Nunca a coloco no lugar onde estou vivendo, nunca me dou o di¬reito de perceber que ela para existir precisa ser real, objetiva e isso requer apenas um tempo: o agora.
Não me dei conta de que estava retardando de forma indefi¬nida o momento que eu sempre quis.
Hoje estou disposto a ser diferente. A mudar e a ser não só mais objetivo como mais eficiente.
Se eu sou o autor de meu destino, se eu tenho o poder de criá-lo, se minha vida segue o programa que eu mesmo fiz com minhas diferenças e atitudes, ficar esperando, deixar para amanhã, permane¬cer aguardando algo de fora é inútil e ilusório. Está na cara que mi¬nha felicidade nunca chegará.
Não acham que eu estava sendo infantil? Pois é, eu estava mesmo. E você, como está agindo? Ainda está esperando o ama¬nhã, ainda está fazendo coisas na expectativa de ganhar seuprêmio? O que fazer quando descobrir que ele não virá, não dessa forma!? Como encarar a própria frustração?
Pensando nisso fiquei com a cabeça quente. Porque por mais que eu tentasse encontrar uma forma de permanecer agindo ago¬ra, fugir das ilusões do futuro, deixar de esperar que algo chegue, havia sempre uma vozinha insolente, um lado meu gaiato e forte que duvidava que fosse conseguir. Parecia-me que deixar as velhas opniões e escolher novas formas não me oferecia a segurança que pretendia.
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E se depois de tudo eu ficasse sem nada? E se, não esperando nada do depois, vivendo o presente e esquecendo o passado, eu aca¬basse por perder tudo, o património das conquistas passadas e o es¬tímulo para realizar o futuro?
Confesso que me preocupei. Claro que eu quero mesmo é ser feliz. Afinal para que nós nos esforçamos senão para isso? Diante dessa dificuldade uma coisa ficou clara: o quanto eu estava preso aos conceitos formais da sociedade. O quanto a ilustração acadé¬mica e o brilhantismo intelectual me mantinham dentro de seus contextos formais, que são, de certa forma, ilusórios.
E aí é que a contradição me intrigava. Eu sei que só posso ser feliz no momento presente. Um passado feliz pode me trazer ago¬ra uma doce recordação, nada mais. A emoção da vivência, não. A imaginação das alegrias e dos sucessos futuros poderá apenas aumentar minhas expectativas. Às vezes contribuem mais para me dar ansiedade. Depende de como e quantas coisas boas eu es¬pero. Mas o prazer da situação mesmo, a alegria e o gosto das rea¬lizações só vêm na hora em que eu estou vivenciando os fatos. Não está certo?
Claro que eu queria saber mais. Por isso, fui procurar meu ami¬go Jaime, que tem me ouvido com atenção. Sentado ao lado dele, coloquei logo minhas dúvidas e finalizei:
— Sinto dificuldade em conservar minha atenção no mo¬
mento presente. Fico inseguro. Tenho a impressão de que estou per¬
dendo alguma coisa. Não sei. Parece que estou sendo materialis¬
ta demais. Por outro lado, por tudo que tenho vivenciado aqui,
aprendido nos cursos de adestramento e até pela lógica da obser¬
vação, sei que o caminho é esse. Reconheço que prender-me ao
passado ou ao futuro me priva da vivência imediata e me projeta
no terreno das hipóteses ou das conjecturas pessoais. Como traba¬
lhar com essa sensação de insegurança? Como conservar a aten¬
ção no presente aproveitando tudo que me favorece, me dá ale¬
gria, me realiza?
Jaime sorriu e havia um brilho malicioso de criança travessa em seus olhos quando disse:
— Já percebeu como sua ansiedade o está "controlando"?
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— Ansiedade? Eu?! Bem... Confesso que quero fazer tudo ra¬pidamente. Isso às vezes me deixa ansioso. O que fazer para derro¬tar a ansiedade?
— Ignorá-la.
— Ignorá-la?
— Isso mesmo. Fazendo de conta que ela não está aí.
— Não será tão fácil assim.
— Será muito mais fácil do que supõe.
— É que ela me estimula a andar mais depressa. Tenho nota¬do que com ela fico mais ágil
— Ágil para quê?
— Para fazer as coisas. A ansiedade é uma grande motivadora.
—Nunca lhe ocorreu que ela é a grande alavanca da ilusão? Ao
mesmo tempo que o estimula a seguir em frente, revela o medo da vida, a falta de confiança em Deus, a preocupação de controlar, ma¬nipular os fatos para que sejam da forma como nós determinamos?
— Eu nunca pensei que ela fosse um bem.
— Por outro lado, ela pode demonstrar nossa insatisfação com determinados fatos que criamos e a vontade de modificá-los.
— Então ela sempre será um ato revelador...
— Claro. Observá-la pode nos mostrar como reagimos dian¬te dos fatos do dia-a-dia. Mas ignorá-la nos trará de volta ao real, ao que temos de concreto no momento, ao que de fato podemos usufruir. Sem falar que nos vacinará contra a frustração.
— Gostaria de aprender como fazer isso.
— Não ligue para ela. Observe como ela aparece, mas não lhe dê importância.
— Só isso?
— Só. No começo perceberá como ela insistirá tentando do¬miná-lo. É natural. É um comportamento que você utilizou durante muito tempo. Mas se não ligar, principalmente se colocar umpensamento diferente e se ocupar com ele, ela desaparecerá. Essa é a chave das grandes mudanças: a desconexão. É simples e funciona mesmo. E não é só a ansiedade que você pode afastar dessa forma. Todas as outras coisas que o incomodam também.
— As lembranças desagradáveis do passado?
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— Por certo. A fórmula é a mesma. Sempre que uma emoção indesejada o acometer, não lute contra ela, nem a impeça de ma-nifestar-se. Simplesmente encare-a, identificando-a rapidamente e em seguida enfoque um pensamento diferente, algo bom que lhe traga sensação agradável.
— Apenas isso? Tão simples assim?
— Isso mesmo. Você agora pode começar a experimentar.
— Isso vai me ajudar a permanecer com os pés no chão. Aban¬donar as ilusões será um grande passo.
— Se você escolher pensamentos adequados que o levem a isso. Lembre-se disso. Gostaria que se lembrasse de que a vida age sem¬pre no melhor e que todos os caminhos estão certos
—■ Nesse caso, quando eu escolher mal ela agirá por mim. Isso me dá muita tranquilidade.
Saí de lá pensando, pensando. Sabem o que percebi? Que no fundo, no fundo, seria melhor eu não interferir. Corro menos ris¬co de errar. É verdade que ela vai me ajudar a fazer melhor, mas, pelo que eu conheço, o preço sempre será a colheita dos resulta¬dos a que fiz jus. Por isso, por que não deixá-la agir, procurando in¬terferir o menos possível, sem querer manipular nada nem nin¬guém, simplesmente deixando que as coisas aconteçam para par¬ticipar, viver, fazer o que souber na hora?
Pensando assim senti um enorme alívio. Eu não precisava fa¬zer nada, ir a nenhum lugar, realizar nenhum esforço especial para ser feliz. A única coisa que me competia fazer era sintonizar com a felicidade, pensar nela, acreditar nela e confiar.
Aliás, não foi isso mesmo que todos os profetas ensinaram? A fé não remove montanhas? Diante disso, não sentem vontade de me acompanhar? De experimentar?
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O premio
Não existe nada mais fascinante do que um prémio. Para a maio¬ria das pessoas, ganhar um prémio é mais importante do que qual¬quer coisa. Representa ser o melhor, o mais adequado, o mais in¬teligente, o mais mais de qualquer mais que você pensar.
E a recompensa do esforço de cada um, a resposta social de que estamos sendo adequados, valorizados, compreendidos, vistos com respeito e com admiração. É como se todos dissessem:
— Veja como ele sabe fazer as coisas! Como ele é bom!
Por causa disso é que a premiação tornou-se um hábito social, e até profissional, tendo em vista o sucesso alcançado.
É o melhor disto, o melhor daquilo, o primeiro nesta ou na¬quela área, e nessa disputa todas as pessoas brigam para conquis¬tar um lugar de destaque. Ser o primeiro vale todos os esforços e sacrifícios.
Você já pensou que ilusão? Pois é, ilusão, só ilusão, porque se você observar bem perceberá que sempre vai existir alguém que sabe mais, que é melhor do que você neste ou naquele aspecto. Claro. Nem poderia ser diferente. Não é a humanidade heterogénea? Não faz parte da aprendizagem a mixagem de diferentes níveis de evo¬lução para que haja mais aproveitamento?
Isso é tão verdadeiro que eu me pergunto por que nós ainda continuamos a manter a ilusão de que precisamos constantemen¬te ser valorizados pelos outros para que possamos nos sentir úteis.
Por causa dessa necessidade é que temos sido usados pelos mais "espertos" com tanta eficácia. Na verdade o jogo de interes¬ses rege nosso relacionamento com as pessoas, onde cada umtem que aproveitar-se daquilo que consegue "arrancar" do outro.
Se observarmos bem, há sempre um interesse qualquer em conservar esse ou aquele relacionamento. E se ele não nos oferecer
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nenhuma vantagem, nós certamente não nos interessaremos em mantê-lo, em cultivá-lo. Parece-me ver o protesto de alguns dian¬te do que eu estou afirmando:
— Como?! Não existe sinceridade, amizade, fraternidade? Es¬ses belos sentimentos seriam apenas fruto da ilusão humana?
Vocês já observaram a criança quando começa a frequentar a escola? Nos primeiros dias tenta manipular os colegas da mesma for¬ma que faz com os pais ou com a família. Cedo percebe que não consegue o mesmo resultado. Então, tenta conseguir isso de outra forma. Vai cedendo mas ao mesmo tempo oferecendo alguma coi¬sa em troca. E aos poucos vai se adaptando, estabelecendo novas regras de convivência. Quando crescemos, continuamos fazendo o mesmo. A ideia ainda é a mesma. Se o outro deixar, nós o usa¬remos despudoradamente e sem nenhum remorso, achando até bom conseguir o que precisamos.
Aí vocês vão dizer que estou sendo cínico demais. Não pen¬so assim porquanto num relacionamento há sempre uma divisão de responsabilidade. A qualidade que ele virá a ter, quem vai ma¬nipular quem, ou quem vai usar quem, vai depender de ambas as partes. Mas que há uma competição constante, isso há, e vocês, se observarem bem, concordarão comigo.
Então, dirão os mais afoitos, estamos sendo sempre vítimas ou verdugos? Não existirá outra forma de se relacionar com os outros?
Claro que há, mas para isso torna-se necessário perceber quais são as ilusões que cultivamos que nos empurram a essa espécie de jogo em que, no fim, acabaremos frustrados e insatisfeitos.
Claro que a frustração sempre será fruto de uma ilusão, culti¬vada e alimentada. A verdade, nesses casos, dói e incomoda. Mas ao mesmo tempo reeduca e nos posiciona no lugar certo.
Mas um prémio, quem recusaria? Desde cedo os pais nos ofe¬recem essa oportunidade, nos premiando sempre que obedecemos, que fazemos o que eles querem. Não será essa uma forma de con¬seguirmos recompensa? A recompensa não será uma motivação a nosso esforço?
Fiquei pensando, pensando. Se ninguém oferecesse nada, ne¬nhum prémio, nenhuma recompensa, se não víssemos nenhuma van-
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tagem, nós nos esforçaríamos para progredir? Quer dizer então qui os fins justificam os meios? O velho padre Juventino de meus tem pos de Liceu teria razão? Para educar era preciso premiar e castigar?
Mas, por outro lado, o vício de só fazer as coisas quando hou¬ver alguma recompensa, um prémio, ou uma vantagem, não nos co¬locaria a mercê do julgamento dos outros e a seu arbítrio?
Confesso que por mais que tentasse não conseguia encontrar uma resposta que me satisfizesse. A ideia do crime e castigo feria fundo minha crença na bondade de Deus. O castigo não seria uma forma de vingança?
Decidido a compreender, resolvi aproveitar meu tempo dispo¬nível para estudar melhor essa questão. Conversando com um de nossos amigos que militam nessa área, ele me permitiu que o acom¬panhasse a um centro que estuda esse tema há muito tempo e já dispõe de pesquisas interessantes.
Foi com prazer que percorri aqueles compartimentos, cheios de aparelhos e luzes, gráficos, números e símbolos.
Em frente a um gráfico multicolorido nós paramos. Humber¬to apontou para um ponto luminoso dizendo:
— Veja. Este é um cérebro humano, aqui se registram as rea-
ções da lógica e do pensamento. Aqui mais embaixo, essa luz maior,
é a sede dos sentimentos, claro refletindo a essência, a alma. Essas
ramificações são os caminhos que os sentimentos percorrem e por
onde se expressam. Conforme o nível de evolução, esse painel
muda. Agora ele não está conectado com nenhuma pessoa, por
isso, como pode ver, as cores são puras e límpidas. As ondas que
circulam são harmoniosas e calmas.
Eu estava deslumbrado.
— Como são feitas as pesquisas?
— Vou mostrar-lhe. Acionando esse comando, escolho um nú¬mero de registro de uma pessoa ligada a nosso centro.
— Encarnada na Terra?
— Sim. É lá que podemos encontrar mais evidentes as reações que desejamos estudar.
— Veja — continuou ele. —Já acionei o processo e estamos ligados com uma pesquisa que foi feita com uma pessoa na Terra.
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Curioso, observei que tudo se transformara. As cores modifi-cavam-se e as energias acumulavam-se em várias áreas. Humber¬to explicou:
— Veja. Note como a alma está sufocada. Ela está a ponto de explodir e essa energia espalha-se por todo o corpo astral e carnal.
— Interessante — observei —, por que essa energia não vai para o cérebro?
— Porque ele está bloqueado. Veja, o subconsciente está cheio de ideias e crenças que não têm conexão com o que a alma sente.
— A cabeça pode pensar sem que a alma participe?
— Claro. A lógica é fruto das crenças aprendidas. Daquilo em que a pessoa acreditou, que alguém disse, que ela leu, que os pais ensinaram.
— Nesse caso, dá para perceber que nem sempre elas são verdadeiras.
— Às vezes, diante de necessidades temporárias da alma, po¬dem até ter ajudado, mas certamente, quando a pessoa amadure¬cer, por certo terão que ser modificadas.
— Posso sentir que isso é doloroso.
— Dependendo do caso, pode ser. A alma, quando não é ou¬vida, bombardeia o corpo astral, que por sua vez bombardeia o cor¬po físico e acaba sempre provocando uma mudança. Uma doença, um acidente, algo que permita a energia sair e aliviar a pressão. In¬felizmente, a resistência em deixar velhas crenças agrava esse pro¬blema. Veja este caso, a pessoa é muito submissa e está sendo usa¬da pelos outros.
— Que horror! Fico arrepiado só em pensar.
— Não precisa alarmar-se. Essa é uma situação natural no mundo. As pessoas se influenciam mutuamente, e têm suas prio¬ridades. Esta é a de uma mulher dominada pelo marido. Ele man¬da e desmanda, ela obedece sem questionar. Faz tudo que ele quer.
— Nesse caso, ela corre o risco de adoecer brevemente. Pelo que estou vendo aqui, o vasos sanguíneos não vão aguentar a pres¬são, parece que vai explodir. Por que ela não reage?
— Vejamos. Olhe agora, ela tem ilusões que alimenta com pra¬zer e por isso escolheu fazer só o que ele quer.
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— Mas isso não o fará amá-la mais, ao contrário, ele por cer¬to não a respeitará. Ninguém pode respeitar uma pessoa tão apa¬gada e passiva.
— Mas ela ama as ilusões. Veja. Ela acredita que, agindo as¬sim, mantém o relacionamento, e o prioritário para ela é manter a fama de mulher boa, dedicada, boa mãe, perfeita e bondosa. É a forma que ela acredita ser perfeita. Para isso não é preciso supor¬tar tudo? O aplauso do mundo representa para ela o maior prémio, e você sabe como o prémio é importante.
Não me conformei:
— Mas isso é uma tremenda ilusão! Um dia ela vai perceber que não viveu. Apenas esperou por alguma coisa que não existia. Acabará por perder a própria identidade, e quando chegar a hora de estar só consigo mesma, ela sentirá que não sabe mais como é, do que gosta, do que sabe, etc. É uma anulação completa do eu!
— O que fazer? As pessoas usam umas às outras, deixam-se usar, movidas pelas ilusões que acariciam e alimentam. Se conseguissem perceber isso, se livrariam de muitas dores.
— Por certo. Nesse caso, apesar das aparências, ninguém é vítima de ninguém.
— Isso mesmo. Como pode ver, o que existe atrás desse apa¬rente jogo de interesses que movem os relacionamentos entre as pessoas é apenas o desejo de alimentarem suas ilusões. Seus so¬nhos de grandeza e de superioridade. Só por isso que um premio faz tanto sucesso no mundo.
Não é que ele tinha razão? O que pode nos alimentar as ilu¬sões mais do que um prémio? O que nos é mais grato do que os so¬nhos, onde nos tornamos personagens vencedores e felizes, mara¬vilhosos e perfeitos?
Pensando nisso, comecei a prestar atenção para perceber quais as ilusões que me motivam. Você também? Na verdade o que eu quero é perceber o que minha essência deseja expressar, quero que ela seja livre para derramar seus sentimentos, que tenho a certeza serão muito melhores do que minhas ilusões. Não são eles uma manifestação da alma, que no fundo é a essência de Deus?
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Comparação
Em que pesem minhas novas condições de vida aqui nesta di¬mensão, é muito difícil ainda separar o tempo que vivi no mundo do que estou vivenciando agora.
Tudo é tão contínuo, tão sequencial que às vezes me parece estar ainda encarnado.
Estão admirados? Pensam que exagero? Qual nada. Tudo con¬tinua. As dúvidas, os medos, as alegrias, os afetos, tudo, tudo mes¬mo. Pensando bem, não poderia ser diferente, uma vez que nós so¬mos os mesmos.
Então, ao morrer não nos transformamos em fantasmas trans¬parentes e serenos, insensíveis à dor e às sensações que experimen¬tamos no mundo? Não nos encontramos com nenhum anjo, ou san¬to, ou ainda ser superior que nos cobra os erros e os acertos e nos julga, sentenciando-nos ao purgatório, ao céu ou ao inferno?
Não. Não existe nada disso.
E recordando as histórias que nos contam quando somos crian¬ças, penso que elas tenham sido inventadas para conter nossas tra¬vessuras, ou até com o pensamento louvável de nos educar e evi¬tar que venhamos a nos tornar perniciosos à sociedade. Pena que elas sejam tão ineficientes e, o que é pior, até nos prejudiquem, em alguns casos despertando nosso senso de defesa e consequente¬mente nossa agressividade, e, em outros, empurrando-nos ao medo e bloqueando nossa ação.
Fico admirado ao notar que, apesar do imenso progresso da hu¬manidade e da rapidez com que se estuda hoje em dia, esses crité¬rios ainda sejam utilizados. Não sei se por comodismo ou por ima¬ginar que o papel exija este ou aquele comportamento, é que tan¬to os pais quanto os mestres se repetem nesse método com incrí¬vel tenacidade.
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Será que ainda não perceberam que não está funcionando.' Será que ainda não descobriram que quando algo não está dando certo é preciso mudar? Tentar outros meios?
O interessante é que a psicologia moderna tem salientado muito esse assunto. Até com destaque, os psicólogos não se can¬sam de apontar como causa de nossos enganos e sofrimentos os ensinamentos que colhemos na infância e tanto os pais como os professores são amplamente criticados. No entanto, pude observar que isso só acontece intelectualmente porquanto eles mesmos, em casa, em sua vida particular, continuam agindo da mesma forma que seus pais fizeram.
Não é de admirar? Pois é, são coisas de nossa maneira de ser. Mas viver aqui não nos torna diferentes do que fomos. Claro que fisicamente estamos em uma situação diferente. E é isso o que tor¬na interessante a nova situação.
Aqui, as coisas ocorrem com maior rapidez. O tempo é senti¬do de forma diferente. As emoções são mais profundas. As situa¬ções podem se modificar velozmente. Eu diria mesmo que este mundo onde eu vivo agora é mais ágil, mais maleável, por isso mesmo, incrível para quem consegue perceber.
Eu disse isso porque, na verdade, cada um é o que é por den¬tro. É o espírito, no estágio em que está, no nível que lhe é próprio e dentro das variáveis que ele pode acionar como entender. Há uma faixa de tempo que a vida concede para cada um fazer seu trabalho.
Estão admirados? A vida não mima ninguém. Ela é prática e utilitária. Usa tudo em benefício de todos e nunca fará o trabalho que você já pode fazer. É tão esperta que se você trabalhou bem, progrediu, desenvolveu sua lucidez, por mais sábio que você este¬ja, ela sempre colocará em sua frente um novo desafio para que seu progresso continue ilimitado.
Não foi isso que ela sempre fez? A Terra não tinha tudo des¬de o começo da civilização, e até hoje os homens descobrem seus segredos a cada dia? Ela espera que os ousados façam, os fortes man¬tenham e que os criativos descubram.
E os fracos, os medrosos, os preguiçosos? Esses, findo o tempo que lhes era reservado, ela empurra com força, e aí acontece a tra-
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tragédia a dor, tudo. Para evitar isso é preciso ousar, tornar-se forte e i desenvolver a criatividade.
Há quem pense que morrer, viver em outro mundo, seja algo vago e etéreo. Puro engano. Posso afirmar que a vida aqui é tão objetiva quanto na Terra, só que, como eu já disse, muito mais ágil.
Porém, como nós somos o que somos, aqui continuamos a ser os mesmos. A mudança ocorre mais no exterior. Logo aprende¬mos a lidar com a nova situação e passamos a viver igual naterra. As indecisões, os medos, os afetos, as aparências, tudo, tudo mesmo, segue igual.
Não acreditam? Mas é verdade. Só que tudo fica mais rápido. Os' 'espertos" da Terra vivem por aqui querendo enganar os outros e levar alguma vantagem.
— Como?! — dirão alguns. — No outro mundo também existe isso?
Existe. Existe porque há também os que se deixam enganar com facilidade. Os ingénuos continuam ingénuos mesmo depois da morte. E é claro que serão facilmente enganados. Há os fortes do¬minando os fracos, os que chantageiam envolvendo os medrosos, os que seduzem, os que desejam aparentar serem melhores do que realmente são.
Estão decepcionados? A morte não nos levará ao mundo per¬feito, cheio de bondade e luz? Aí depende de cada um. Em seu caso, como nos demais, depende apenas de você. De como você está agora.
E o paraíso? E os planos de luz e de felicidade eterna, onde es¬tão? Eles estão onde sempre estiveram e nós estamos onde nos co¬locamos, ou melhor, onde já conseguimos chegar.
E por isso que eu disse que às vezes me esqueço de que não es¬tou encarnado na Terra. E tudo tão semelhante! As pessoas, as si¬tuações, e até as casas. Eu sinto saudade de viver aí, só porque exis¬tem pessoas e lugares que me são caros e onde eu gostaria de voltar.
Contudo, há uma coisa que me assusta um pouco. É o esque¬cimento do passado e a lentidão com que realizamos nossos dese¬jos na Terra. Nesse caso, o corpo de carne representaria uma pri¬são. Talvez seja por isso que devamos esquecer tudo. Para poder-
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